Park Of Horrors

106 25 35
                                    

 Alguns dias após o assassinato do mendigo, a cidade volta a sua rotina normal, estranhamente quase não se vê ninguém após o anoitecer, ainda estou com o bracelete que supostamente é do Lucca, pois ainda não tive oportunidade para conversar com ele sobre isso, nos vimos no supermercado algumas vezes, mas não podíamos conversar ali, resolvi então chamá-lo para ir até a minha casa no sábado a tarde para conversarmos, ele achou melhor passearmos um pouco para ele me mostrar a cidade e eu aceitei.

 Chegado o dia do passeio, me arrumei e fiquei esperando o Lucca, que chegou pontualmente às 3 horas da tarde.

  Perguntei para onde iríamos e ele apenas me guiou até um pequeno bosque distante com um velho parque de diversões abandonado, sempre adorei parques de diversões, mas aquele parque era incrível, extremamente macabro, mas alguma coisa ali me deixava fascinada.

  Perguntei para onde iríamos e ele apenas me guiou até um pequeno bosque distante com um velho parque de diversões abandonado, sempre adorei parques de diversões, mas aquele parque era incrível, extremamente macabro, mas alguma coisa ali me deixa...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Lucca, esse lugar é incrível! - Falo empolgada olhando tudo ao redor.

  - Legal né?eu venho aqui desde que eu era criança, na época ainda funcionava e era cheio de vida, minha mãe adorava me trazer aqui, era nossa tradição de fim de semana. - Ele fala com um ar nostálgico e triste ao mesmo tempo. - Fico feliz que não tenha achado aqui feio e macabro.

- Tenho que admitir, aqui é o lugar mais macabro e incrível do mundo! - Falo dando pulinhos. - Podemos subir na roda gigante e ficar sentados lá em cima? - Pergunto feito uma criança.

- Claro, só tenha cuidado para não cair. - Ele fala e caminhamos em direção a roda gigante.

Quando estamos quase chegando no topo, meu cadarço desamarra e prende em um parafuso, me deixando presa, tentando soltar meu pé, eu acabo escorregando e quando estou prestes a cair, sinto o braço forte do Lucca me segurando pela cintura e me ajudando a subir. 

  -Opa, essa foi por pouco. - Ele fala quando nos sentamos no banquinho empoeirado.

 - Cara você foi incrível, obrigada por ter conseguido me segurar. - Eu o abraço em forma de agradecimento. - Se não fosse você, esta hora eu estaria esticada no chão no mínimo toda quebrada. - Penso na situação e sinto um calafrio de medo. - Percebendo isso, ele me abraça gentilmente.  

- Jamais poderia deixar você cair, seu irmão me mataria, e eu me sentiria um monstro por te deixar se machucar. - Ele fala enquanto afasta uma mecha de cabelo do meu rosto.

 - Você é um fofo, sabia disso? - Falo olhando em seus olhos.

Sem que eu me dê conta, estou olhando para sua boca incrivelmente tentadora, seus lábios pareciam ter algum tipo de magnetismo que me atraia para eles, minha vontade era beijar ele, aqui e agora, percebendo isso, o Lucca se aproxima de mim, seus olhos fixos em meus lábios, seu olhar mostrava que o desejo por um beijo não era apenas meu, percebo que ele está prestes a me beijar, a cada segundo se aproximando lentamente, como um predador caçando sua presa, sem pensar duas vezes, aproximo meus lábios e envolvo os dele em um beijo intenso e duradouro, quando nossos lábios se separam, ele arfa e exibe um sorriso em seu rosto e gentilmente afasta uma mecha de cabelo do meu rosto e beija a minha testa e fala:

- Eu poderia ficar aqui com você até o anoitecer, mas você queria conversar comigo sobre algo, então sobre o quê é? - Ele questiona e passa o braço sobre meus ombros.

 Eu pego o bracelete do meu bolso e mostro para o Lucca que fica pálido.

 - Esse bracelete é seu? Estava no quarto de hóspedes no dia em que você dormiu lá. - Eu coloco o bracelete na palma da mão dele.

 - Eu já vi esse bracelete quando era criança, meu pai costumava usar um assim, mas quando ele morreu, ninguém mais viu esse bracelete, mas não, esse bracelete definitivamente não é meu, e não quero que seja. - Ele fala e me devolve o objeto.

- Mas se era do seu falecido pai, como foi parar no criado mudo da minha casa? - Eu questiono.

- Lembra que eu te disse que as coisas aqui são pesadelos? Eu não estava brincando quando disse aquilo, tudo aqui é possível. - Ele apoia a cabeça em meu ombro. - Não quero ser que nem meu pai, não sou igual a ele, não posso me tornar aquilo que ele foi.

- E o que ele era? - Pergunto.

-Você quer ouvir sobre minha infância? - Ele fala olhando para o chão.

Eu aceno minha cabeça positivamente e ele continua:

- Pergunta tudo o que você quer saber, será mais fácil para te dizer, e menos doloroso. - Ele continua olhando para o chão.

  - Você sempre morou com sua avó? - Eu o questiono. - Onde está sua mãe?

Vejo que a pergunta o deixa visivelmente abalado, mas mesmo assim ele responde:

 - Não, morei com meus pais até os 13 anos, antes de... - Ele olha para o longe e continua. - Até a tragédia.

 - Que tragédia? Quer contar? - Pergunto colocando a mão no seu ombro. -  Não precisa se não quiser.

 - Não é o assunto mais confortável de falar mas eu vou te contar. - Ele dá um longo suspiro e continua: - Meu pai era um monstro, ele era violento e sempre maltratava a minha mãe e eu não conseguia defende-la, já que sempre que eu tentava, ele batia em mim também, quanto mais velho eu ficava, mais violento ele era, até que um dia, no aniversário da minha mãe, ela decidiu que iríamos embora daqui para algum lugar distante, longe dessa cidade e principalmente, longe do meu pai, esperamos ele sair para o bar que ele sempre frequentava a noite e pegamos algumas coisas, estávamos fugindo pela floresta que passa de frente a sua casa, quando meu pai apareceu... - Ele fica em silêncio.

 - Você não precisa continuar se não se sentir confortável. - Dou um leve aperto em seu ombro.

 - Vou te contar tudo, preciso criar coragem e contar isso para alguém. - Ele apoia a cabeça no meu ombro e continua: - Ele matou a minha mãe na minha frente e eu simplesmente não tive como ajudá-la, eu tinha apenas treze anos e aquela cena foi demais pra mim, eu apenas consegui fugir, talvez se eu tivesse de alguma forma conseguido impedir ele de cortar a garganta dela, eu poderia estar com ela na minha vida ainda, mas fui fraco. - Ele tenta conter as lágrimas, mas é em vão, ele começa a chorar visivelmente abalado, eu o abraço tentando aliviar a situação.

Sem querer magoar ele ainda mais com aquela conversa, dou a ele um beijo gentil em seus lábios.

- Você não teve culpa de nada o que aconteceu, você era apenas uma criança, você não pode se torturar por um erro dele. - Falo olhando em seus olhos.

Em resposta, ele me abraça e fala:

- Obrigado por não perguntar mais nada, falar do passado dói. - Ele apoia a testa na minha.

Ficamos em silêncio assim por um tempo, até que ouvimos barulhos vindo do bosque, o barulho de pesados passos eram ouvidos pela pequena trilha a nossa esquerda, ficamos imóveis observando a direção em que o barulho vinha, sabíamos que a qualquer momento, algo poderia sair dali...

Ficamos em silêncio assim por um tempo, até que ouvimos barulhos vindo do bosque, o barulho de pesados passos eram ouvidos pela pequena trilha a nossa esquerda, ficamos imóveis observando a direção em que o barulho vinha, sabíamos que a qualquer m...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
City ​​Of MysteriesOnde histórias criam vida. Descubra agora