X – The Emperor
Masculine creativity. Warrior. Defender. New beginnings. Aggression.Evan era o único dos cinco que possuía um Nintendo. Só que, de alguma maneira, sempre ficava em último lugar em qualquer jogo, e é importante observar que ele tinha muitos jogos. Apesar das provocações dos amigos e ele responder com ofensas, – baixinho, para a mãe não ouvir – ele não se importava, no fundo. Evan era um menino diferente. Talvez fosse porque ele queria ser artista, talvez fosse por alguma outra razão, mas ele gostava de parar e observar 0os cenários, quando possível. Já havia perdido o timer do Mario muitas vezes, por causa daquilo. Gostava de viajar nos carrões esporte e se imaginar em Hyrule, correndo livre em seu cavalo e cortando o vento com um gorro verde, uma espada e um escudo. Jogar videogame, para ele, nunca havia sido sobre vencer ou subir em um ranking. É claro que ele gostava do desafio, mas o que era mais importante que tudo aquilo era viver histórias. Ser um herói. Um piloto. Um cozinheiro. Tudo que ele pudesse sonhar, no toque dos dedos.
— Mais rápido, Finch, vai comer poeira! — Lukas gritou, fazendo uma curva tão quadrada que tombou o corpo junto, dando uma ombrada e tanto em Evan.
Ele travou os dentes, colocando mais força no botão A, como se aquilo fosse adiantar de alguma coisa. Quem perdia a corrida anterior escolhia o carro da próxima por último, e é claro que ele tinha ficado com o mais lento. Mas sabe, estava tudo bem. Perseguir o horizonte de Hollywood era legal, e o pôr-do-sol pixelado era lindo.
— Caramba, cara. — Devon comentou, ao que seu carrinho azul ultrapassou o de Evan. — Eu ultrapassei você pela segunda vez. — Era verdade. Ele estava em primeiro lugar e agora o alcançou de novo. — 'Tô a uma volta inteira na sua frente. — Disse, rindo com deboche.
Evan deu de ombros, e cuidadosamente conduziu seu carro menos veloz até a linha de chegada, enquanto os companheiros já haviam, inclusive, largado o controle. Devon estava até se espreguiçando. A tela dele piscou "5º lugar", e ele também largou o seu, com um sorrisinho disposto no rosto.
— O que vamos fazer agora? — Perguntou, se apoiando nos joelhos para desligar a televisão.
Os cinco se entreolharam, e olharam em volta do quarto de Evan. Três andares de prateleiras de madeira iam de uma parede a outra do cômodo, abarrotadas de brinquedos. Pistas de carros e suas respectivas miniaturas, pelúcias de quando ele era menorzinho, figuras de heróis e de desenho animado. Uma ou outra boneca que Danielle não brincava mais e ele pegou para ele. Livros e revistas de colorir. Muitas tintas, marcadores e lápis de cor. Caixas de jogos vazias e caixas de jogos de tabuleiro.
Os quatro olhinhos corriam por ali, e apesar da quantidade e da variedade, nada parecia interessá-los o suficiente para que algo além de dúvida transformasse suas expressões. As orelhas de Evan queimaram de pensar que estavam achando os brinquedos dele muito de criancinha.
— E aí? — Perguntou, ansioso.
Dessa vez foram quatro que se entreolharam, sem Evan. Rickie decidiu falar.
— A gente quer brincar com o Lego. — Revelou.
Evan riu. Oh! Tinha sido um mal-entendido.
— Não, — explicou, pacientemente — o Lego é da Dani.
Devon se levantou primeiro, acompanhado pelos outros, que sorriram, mexendo nas coisas da cômoda dele.
— Você não tem nenhum? — foi a vez de Vince, o mais quietinho deles. Ele e Evan se pareciam em vários aspectos, entretanto, Evan não era nem um pouco tímido.
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Ästerisch
Roman d'amourTashi e Danielle fizeram tudo cedo demais. Assim, não foi surpresa quando o parquinho e as brincadeiras de faz-de-conta evoluíram para beijos e mãos dadas, ao que elas iam crescendo. O que elas não planejavam era que, em algum momento, se desencont...