CAPÍTULO 4 ** SÔNIA

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Empurro a pessoa e corro até a janela. Pulo pro lado de fora e tento me equilibrar.

- Não pula. Vem pro lado de dentro - escuto a voz e sinto o hálito quente.

- Me deixe em paz - olho pra baixo e vejo Ralph caido.

- Entra Henry, não faz isso! - Sinto a mão me tocar - Me dê sua mão.

Empurro a mão. Viro de frente. Olho pra cima. Fecho meus olhos. Então eu pulo.

- Henry! - minha mãe grita do portão.

Fecho meus olhos.

Os passos subindo a escada com presa me desperta. Vejo Andre escostado na porta. Minha mãe na janela. Ao lado da cama está uma mulher negra. Vestida de branco. Em seu avental está escrito Dra. Sônia. Era médica.

- Bom dia Henry - ela diz com um sorriso - sou Sônia a médica que vai acompanhar você durante essa semana.

- Me acompanhar? - olho pra minha mãe olho o quarto - Cadê a Camille? Ela gritava por socorro - me levanto e vou até a janela - cade o Ralph

- Quem é Ralph? - minha mãe coloca a mão em meu ombro - Filho a Doutora quer conversar com você. Ela está aqui pra te ajudar.

- Me ajudar em quê?

- Você anda se drogando ou tomando remédios tranquilizantes? - ela perguntou

- Mãe você sabe que não.

- Seu primo viu você na viela do tráfico esses dias atrás. O que você fazia lá?

- André você me viu correndo da chuva!

- Não estava chovendo Henry ele disse.

- André o que você lembra daquela noite - pergunto a ele.

- Eu tava drogado

- Então temos dependentes químicos na família? - Pergunta Sônia.

André olha pra todos e sai do quarto sem responder.

- Filho! Responde a doutora e qualquer coisa pode me chamar. - Minha mãe me beija e sai do quarto.

Sônia era gorda e baixa. Ela era negra e usava óculos redondos e dourados.

  Sento na minha cama e apoio a cabeça no meu joelho.

- É dificil não é mesmo? Você olha pra eles. Você é o unico que pode ver eles.

Levanto a cabeça e olha pra ela.

- Você pode ver o que quase ninguém vê. - Ela anda até a porta - Você vê o mundo das trevas dentro do seu mundo

- Você sabe? - Me levanto - Como sabe disso?

- Sou igual a você! - ela senta na cama e tira os oculos - aos seis anos minha família sofreu um terrivel acidente - ela fecha os olhos e respira fundo - meu pai dormiu no volante enquanto nós viajava pra praia. Meu.pai e minha mãe morreram na hora.

  Vejo lagrimas escorrerem em seu rosto. Me aproximo dela e sento ao seu lado.

- Eu fiquei em coma durante quarenta dias e meu irmão não desistiu. Digamos que vi a morte e ri da cara dela. - Ela olha pra mim - eu morri e vi uma mulher me abraçar. Depois disso via ela em todos os lugares.

- Você falou com ela? - pergunto

Ela começa a rir.

- Parece piada. Mas a minha Anjo.da guarda era muda.

Começamos a rir. Ela vai até a porta e abre.

- Ele estava louco pra ver você. - Ela olha pra fora e Ralph aparece na porta.

- Você me assustou! - ele diz parado na porta.

- Henry. Você pode ver o que ninguém vê.

- Isso é um dom. Mas transforma você em um louco e faz você se descontrolar e fazer loucuras como a que você fez ontem - Sônia volta até a cama. - Whispers é assim que nós somos chamados.

- Whispers? - pergunto a eles

- Sussurro.

- Somos odiados por Demônios e por todo ser das trevas.

-  Todo? Tem mais?

- Vampiros. Espíritos. Demônios. Anjos. Fadas. Sereias. Entre outros seres do "faz de conta" - Sônia sorri - Só não pense que eles são fracos

- Eles não são - digo - já vi a força deles.

- Você é ameaça pro mundo das trevas - Explica Ralph

- Por isso querem me matar?

- Sim. - Ralph olha pra fora. - Sua irmã está vindo. Não olhe pra mim.

  Camille olha pela porta. Entra no quarto e vem em minha direção. Me abraça.

- Você está me assustando. Pare com isso. Por favor. Não quero perder meu irmão.

- Camille por que você estava gritando d chorando ontem - pergunto a ela.

Seus olhos se enchem de lágrimas.

- Vou até o mercado. Quer alguma coisa?

- Não obrigado - respondo a ela.

   Camille sai do quarto e fecha a porta. 

  -  Sua irmã e o namorado tiveram uma discussão durante a briga cim os demônios. - Ralph diz andando até a janela

- O que aconteceu?

- Nada. Deixa pra lá - ele diz - Vamos continuar a explicar a ele Sônia

- Melhor - ela diz - Bom, o que você quer saber? - perguntou pra mim

- O que o Ralph é?

- Sou seu Anjo da guarda, já disse isso a você

- E o que aconteceu naquela noite?

Sônia e Ralph se olham. Sônia me olha e pede pra que eu me sente

- Depois que mandei você segurar a mão do Ralph...

- Perai! Foi você? -

  A porta se abre

- Fiz um bolo e decidi trazer pra vocês tem três pedaços certinho - olho pra Sônia - como sei que o meu filho ama meu bolo eu trouxe dois

- Já vou embora - diz Sônia indo até a porta.

- Não. Não. - Seguro ela pelo braço - temos que falar sobre aquela noite.

- Que noite? - minha mãe pergunta sem entender

- É Henry -Sônia pergunta - Que noite? Responde pra sua mãe

- Esquece - solto o braço dela.

Ralph para de frente pra minha mãe. Por um instante pensei que ele iria.contar pra ela que ele estava ali.

- Mãe queria ficar sozinho

- Vai ficar bem? - ela pergunta

- Sim.

Pela janela vejo Sônia ir embora. E Camille chegar. As duas conversam um pouco e vejo que Camille está chorando.

- O que aconteceu aqui enquanto eu dormia?

- Muita coisa Henry - ele olha pra rua - Aconteceu muita coisa.

  Ele está diferente. Esconde algo de mim. Ralph está totalmente estranho.

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