Capítulo 4 - O Café

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Meus olhos vão se abrindo devagar, vejo a luz entrando pela janela do meu quarto, pego meu celular e vejo que há 3 mensagens não lidas de ontem a noite, acho que com toda a surpresa da Karen bêbada e do selinho de Tomás acabo não percebendo que ele deixou mensagem.

" Tomás: Boa noite Felipe, como a sua amiga está? Espero que ela esteja bem, boa noite, amanhã a gente se fala, dorme bem!"

Fico lembrando da noite passada, de como Tomás me ajudou sem nenhum problema.

Olho as horas e são 9:40, MEU DEUS, estou atrasado pro trabalho, muito atrasado, levanto da cama e vou correndo para o banheiro, tomo banho, saiu do banheiro, visto minha roupa e vou até o quarto de Karen.

Ela está de pé em frente ao espelho, provavelmente se perguntando oque houve na noite passada.

- Já estou indo, estou atrasado e você também, vai se arrumar. - Digo.

- Que dor de cabeça, o que aconteceu? - Pergunta ela pondo a mão na cabeça.

- Quando eu chegar, eu te explico e mais uma coisa....eu vou te matar! - Digo apontando pra ela

Saiu do quarto e bato a porta, desço as escadas, abro a porta da frente e corro para a parada do ônibus.



[____]



 São 15:30, o movimento do café está um pouco parado hoje, contando apenas com duas senhoras sentadas no canto esquerdo e um grupo de jovens sentados no meio, ouço o sino da porta tocar e vejo Tomás entrando. Não sei porque mas um sorriso inesperado cresce em minha boca.

- Oi Felipe! - Diz ele se aproximando do Balcão. Ele está vestindo uma blusa preta que contém uma flor vermelha no lado esquerdo do peito, um short jeans um pouco rasgado próximo ao joelho, e um tênis preto. Ele está impecável novamente, ele sabe bem como se vestir. Seu cabelo está amarrado num coque redondo. 

- Oi Tomás. - Digo olhando fixamente em seus olhos.

- Como você ta? Você não me respondeu ontem, nem hoje, aconteceu algo? - Pergunta ele.

- Não, que isso, eu estou ótimo, eu só acordei muito atrasado hoje para o trabalho, não tive tempo de responder, e se eu pegasse meu celular aqui, meu chef me mataria. - Digo.

- Ah sim, desculpa, eu só fiquei preocupado, achei que não ia falar comigo depois de ontem! - Diz ele pondo a mão atrás de seu pescoço. 

- Claro que não, porque pensou isso? - Pergunto.

- Por causa do beijo! - Responde ele. 

- Não, claro que não, eu adorei o... o beijo! - Digo gaguejando um pouco. 

- Que bom, me desculpa se eu te peguei de surpresa! - Diz ele.

- Tudo bem, eu adoro surpresas! - Digo.

- Então cê pode me servir um café? - Pergunta ele sorrindo.

- Claro. - Digo enquanto preparo o café para ele. Faço o café e o entrego.

-  Quanto é ? - Pergunta ele.

- Ah, esse é por conta da casa, fica a vontade. - Digo.

- Muito obrigado Felipe, hmm..que horas acaba seu turno? Posso fazer companhia até sua casa se você quiser! Vim apenas comprar umas roupas aqui no centro. - Pergunta ele.

- Claro, eu adoraria, eu saiu daqui a 1 hora! Ai nós vamos! - Respondo.

Ele sorri e eu sorrio de volta.

Depois de uma hora, guardo meu avental na bolsa, tenho que levar em casa para lavar, pego minhas coisas e vou até Tomás que está sentado em um dos bancos do café.

- Vamos? - Pergunto.

- Sim, Vamos! - Responde ele.

Saímos do café e vamos pegar o ônibus.

Estamos sentados no ônibus quando sinto um toque suave na minha mão direita, Tomás toca minha mão e por fim segura ela. Nós estamos de mãos dadas e é um sentimento tão bom, como se eu estivesse seguro, uau, eu acho que eu estou realmente gostando dele.

Chegamos em casa. 

- Iai quando você vai aceitar jantar lá em casa? - Pergunto Tomás rindo, com um tom de deboche.

- Hoje, apareço lá as 22:00, ta bom? - Respondo.

- Uau, sério,  okay então, está marcado, 22hrs, ótimo. - Ele diz parecendo um pouco apreensivo, como se eu nunca fosse aceitar o pedido, ele também foi pego de surpresa.

- Até mais tarde então. - Digo se despedindo com um abraço.

- Até Felipe. - Diz ele.

Entro em casa e subo até meu quarto para guardar minhas coisas, antes de entrar no quarto percebo que a porta do quarto de Karen está aberta, ela nunca deixa a porta do quarto aberta. Entro no quarto e vejo que sua cama não está arrumada e sua farda do trabalho está jogada na penteadeira. Ela não foi trabalhar hoje.

Passo pelo meu quarto e jogo a minha mochila na cama, desço as escadas indo até a cozinha e Voilá , Karen está sentado no banco do balcão, comendo um sanduíche. Bem como eu suspeitava.

- Porque você não foi trabalhar? Aquele seu chef vai ficar furioso! - Digo indo até a geladeira e pegando uma garrafa de aguá.

- Eu liguei pra ele, falei que estava um pouco doente e ele aceitou numa boa!  Karen responde.

- Bom, menos mal então. - Digo. 

- Então... me fala oque aconteceu ontem, por favor, eu quase não lembro de nada. - Pergunta ela.

- Do que você se lembra ? - Pergunto testando ela .

- Eu fui na mercearia comprar um whisky, voltei para casa, assisti a culpa é das estrelas enquanto bebia o whisky, ouvi um carro chegando lá fora, encontrei você e o bonitão conversando, dai acordei hoje de manhã na cama toda enrolada. - Responde ela.

- Eu e Tomás colocamos você para dormir, te dei aguá e claro, você ficou falando que eu e o Tomás somos lindos juntos e blá blá blá.. - Digo.

- Meu deus. - Ela ri. - Desculpa mana, eu não me toquei. 

- É, eu percebi. Mas tá tudo bem, a gente se beijou e hoje vou jantar na casa dele. - Digo sorrindo de felicidade.

- SERIO? ai meu deus Felipe que bom. - Diz ela me abraçando. 

Ela realmente está feliz por eu ter conhecido alguém depois de tanto tempo. 

[____]

Já estou pronto para o jantar, vesti uma blusa branca com um simbolo da Nike no peito, um short jeans azul escuro e uma sandália preta. 

Desço as escadas e vou até a porta. 

- Cuidado ein, usa camisinha. - Ouço Karen gritar.

- Vai se foder! - Grito de volta.

Passo pela porta e vou até a casa de Tomás.

Bato na porta e ele atende. 

- Oi Felipe, boa noite. - Diz ele.

- Boa noite Tomás. - Ele como sempre usando roupas que ficam perfeitas nele.

- Pode entrar. - Diz ele apontando para dentro.

- Okay. - Digo.



Continua....



Um Vizinho EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora