Capítulo 20

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2/11/2011

"Vocês precisam mesmo viajar hoje, mamãe?" Kara perguntou segurando a mão de sua mãe.

"Vamos ficar longe só por alguns dias, querida." Alura se ajoelhou na frente da filha "Teve um problema em uma das empresas do sul e pediram para que fossemos mas assim que você começar a sentir falta da gente já estaremos de volta, eu prometo." Ela beijou a testa de Kara e olhou para Clark "Agora comporte-se com seu primo, okay? Eu te amo."

"Eu também te amo." 

Ela se levantou, foi em direção a porta e então Zorel veio falar com Clark que estava sentado ao lado de Kara  "Clark, seu pai já está no carro e creio que já se despediram." O jovem assentiu "Você já tem 18 anos e está responsável pela sua prima. Posso confiar ela à você?" Ele perguntou com seu olhar severo.

"Sim, senhor." Clark disse com a postura impecável e olhos frios, quase como um soldado.

"Eu sinceramente não acho que preciso de uma babá." Kara brincou deitada trazendo um salgadinho à boca mas deixando-o cair no chão, arregalando os olhos "ops".

"Sim, estou vendo." Zorel riu e beijou a cabeça da filha "Te vejo em alguns dias, pequena." E se levantou fechando a porta da casa e a última chance de uma família unida novamente.

"Já pode relaxar, Clark, ele já foi embora." Clark murchou o peito que antes estava estufado. "Meu Deus, há quanto tempo você tava prendendo essa respiração?"

"Eu não sei do que você está falando." Ele recostou no sofá e pegou o controle da televisão agora mudando de canal.

"Ah, sério?" O garoto de olhos azuis apenas deu de ombros "Eu to falando do seu medo do meu pai."

"Ei, eu não tenho medo do seu pai." Ele disse na defensiva agora se virando para ela. "Ele só, ele tem esse ar, sei lá, que poderia me lançar no espaço se eu fizesse algo de errado, o que acontece sempre que eu digo qualquer coisa sem ser 'sim, senhor', e ninguém saberia."

"Mas seu pai também."

"Mas o seu tem muito mais."

"Os dois são cientistas e trabalham na mesma empresa. Como o meu é capaz de jogar alguém no espaço e o seu não?"

"Eu não faço ideia, Kara! Eu só sinto isso." Clark deitou no sofá de novo e olhou para a prima que estava sentada na outra ponta o observando "O que? Por que você está com esse sorriso?"

"Eu tive uma ideia para o que vamos fazer esses dias." Ela pulou do sofá "Eu te ensino a lidar com meu pai para não ser lançado no espaço e você me ensina a lutar."

"Sem chance! Prefiro dar uma volta no espaço por falar algo errado do que por você aparecer com um hematoma de treino. Aposto que se isso acontecesse ele nem fecharia a espaçonave, só para eu morrer mais rápido sufocado."

"Bom, primeiro, se eu te ensinar essas técnicas você nunca mais precisará estufar o peito novamente ou dizer 'sim, senhor' na vida. Segundo, eu não fico roxa fácil e mesmo se aparecer algum, eu digo que bati na quina da cama, eai, o que vai ser?"

Clark olhou pela sala um pouco cogitando se fazia o acordo ou não "Ta, mas você não pode contar pros seus pais, hein?" Kara fez movimento de fechar zíper nos lábios e sorriu.

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"Ok, agora vamos treinar a série que eu te ensinei hoje, pode ser?" eles estavam na garagem do pai de Kara que estava sem o carro então havia bastante espaço, com apenas as paredes ocupadas por materiais, produtos e outras coisas do cientista. Kara chegou para trás para se preparar, já estava totalmente suada. "Pronta?" A loira assentiu, concentrada, e foi para cima, dando três sequências de jabs e diretos e finalizou com um soco giratório. "É, você aprende rápido." ele sorriu e começou a tirar a fita adesiva que segurava as almofadas nas mãos como se fossem aparadores.

Próxima vez...Onde histórias criam vida. Descubra agora