CAPÍTULO 02

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No dia seguinte peguei o meu carro e passei na casa do Marcos. Ele estava me esperando do lado de fora da casa dele.

– Cara! – exclamou ele, parecia assustado.

– O que foi? Parece que viu um fantasma, olha só seu rosto está totalmente pálido...

– Não, mas vi a Patrícia e ela está muito brava com você, ela disse que você tá querendo terminar com ela...

– Marcos! – chamei alto. – Chega. Vamos logo para o colégio, não quero falar sobre ela, pelo amor de Deus!

– Tá. Mas me diga só uma coisinha, você tá mesmo pensando em terminar com ela? Cara, porque, se for mesmo, é muita burrice sua! Terminar com uma gata daquelas, é até pecado. Deixar ela solta na pista. Uhuuuuuuu... Será que tenho chance? Hein?

– Cale a boca!

Dirigi o mais rápido que pude. Marcos não parava de falar sobre a Patrícia, eu já estava perdendo a paciência.

– Se ela continuar com essa historinha, vou acabar terminando mesmo! – disse bravo.

Estacionei o meu elegante carro no estacionamento da escola. Marcos e eu entramos na sala de aula, estava tudo igual como sempre, exceto que não havia ainda entrado o professor na sala, então nós aproveitamos e fomos beber um pouco de água. Avistei Patrícia perto do bebedouro, ela estava rindo e conversando com sua amiga Gisele. Gisele era bonita, tinha a pele bronzeada por conta dos longos banhos de sol na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, cabelos castanhos e olhos cor de mel. Quando Patrícia me viu atirou seus braços em volta de mim.

– Estevan! – ela exclamou me dando um beijo. Nesse momento recuei e afastei-a de mim.

– Patrícia, não.

– Ah! Bom dia para você também senhor mal-humorado!

Afastei-me um pouco dela e fui beber um pouco de água. – Mais tarde a gente conversa melhor – sussurrou ela.

Umas garotas riam escandalosamente e eu não sabia o porquê.

– Nossa! Ela não tem classe, olha só as roupas dela! – dizia uma e começava a rir de novo.

– Ela é tão pálida, olha só! – dizia outra e começava a rir também.

– Ela nunca ouviu falar em praia não? – dessa vez quem falou foi a Patrícia.

Me virei para poder ver essa tal garota, mas ela estava com um capuz enorme que cobria toda sua cabeça, não dava para ver o rosto. Seria ela uma nova aluna?

– Nova aluna? – perguntou Marcos, alto o bastante para Patrícia ouvir.

Nova aluna? Claro que não! Essa é a famosinha Lisa.

– Qual é o do "famosinha"?

– Ela é mundialmente conhecida por ser totalmente solitária – Patrícia disse isso rindo bastante.

Ela passou por nós rapidamente e Patrícia por ser má com os "não populares" caçoou da pobre menina.

– Lisinha onde está seu rostinho lindinho?

– Deixe a garota em paz – retruquei.

Patrícia me olhou com cara feia.

– Ah, dá um tempo, Patrícia! Vamos Marcos, ou, chegaremos atrasados na aula.

Agarrei o braço dele e o arrastei até a sala. Vi Lisa sentada no fundo da sala, sozinha. Só que agora ela estava sem o capuz, porém de cabeça baixa e ainda não dava para ver seu rosto. Não me vinha à lembrança de ela está na nossa turma, mas como a Patrícia disse, ela era tipo: só na dela, não com essas palavras, mas era melhor dizer assim. Ela me lembrava alguém, alguém que no passado não muito longe era eu. O professor Henry entrou depois de alguns minutos, Patrícia com suas amiguinhas entraram e ainda estavam rindo. Elas fizeram questão de sentar no fundo da sala, perto da Lisa.

VERMELHO DA COR DO CÉUWhere stories live. Discover now