CAPÍTULO 12

5 1 0
                                    

O trânsito estava caótico para a minha paciência.

Eu estava mais que alguns minutos atrás. Tentei ligar para ela, mas só caia na caixa postal.

Aquele sinal vermelho estava testando a minha paciência, ele insistia em ficar ali; que impaciência a minha, eu queria saber o que estava acontecendo. Um pressentimento ruim eu estava sentindo, um nó em minha garganta se formou. Que angustia, meu Deus!

Eu torcia para que não fosse algo sério. Finalmente o sinal ficou verde e pisei fundo no acelerador.

Hoje não, pensei. Um dia tão bonito como aquele ter acontecido algo ruim.

Chegando à casa dela, saí disparado do carro.

– Estevan, querido. Eu estava prestes a te enviar uma mensagem – Joy disse assim que ela abriu a porta. Não deu tempo nem de tocar a campainha.

– Onde está a Lisa? – Perguntei eufórico.

– Se acalme, ela está bem, só foi um mal estar. Estou indo agora para o hospital. Vamos, eu te levo.

Eu estava com o coração na mão a caminho do hospital.

Entramos no quarto onde ela estava e ela estava pálida e sonolenta. Ela sorriu quando sentiu a minha presença.

– Estevan – ela disse com a voz rouca e fraca. –, me desculpa por não ter te avisado.

– Ora, essa! Não foi sua culpa.

– Mesmo assim peço desculpas.

– Você está treinando muito ultimamente.

– Sim. Fiquei preocupada de não dá tempo eu me recuperar até o dia do torneio, mas o médico disse que eu só preciso de repouso.

– Você estava preocupada com isso? Você deve ficar preocupada com sua saúde em primeiro lugar! – Eu disse em tom de sermão. A Joy concordou comigo. – Descanse durante esses três dias, vai ser bom para você repousar mesmo.

Ela balançou a cabeça positivamente e depois uniu as sobrancelhas.

– Espera, você matou aula? – Ela indagou.

– Errr... – fiquei um pouco sem graça. – Eu fiquei preocupado com você.

Girei a cabeça para olhar a parede.

Joy riu.

– Que linda a sua atitude – ela disse rindo.

– Qual a graça? – perguntei. – Você todo sem jeito ai. Tá até vermelho.

Joy e Lisa riram.

– Olha só o rosto dele, mãe.

– Pare de rir vocês duas, meu rosto não tá vermelho!

Levei minhas mãos até ele. Será que estava mesmo vermelho?

– Oh! Meu Deus! Olha o rosto dele. – Joy apontou pra mim.

Cruzei os braços e fiquei emburrado.

– Mãe, já chega! Por favor. – Pediu Lisa.

Joy deu um suspiro e disse:

– Ah, tudo bem.

– Obrigado. – Agradeci.

– Desculpa, querido. Não era a minha intenção te aborrecer.

– Não. Está tudo bem. Que é isso. – Balancei os braços.

Estava quente, muito quente. Joy sentou na poltrona azul marinho do quarto que ficava perto da cama da Lisa, ela lia alguma coisa no jornal, coisa rara de se ver. Lisa parecia entediada, assim como eu. Eu bocejava várias vezes e me espreguiçava também. Percebi que Lisa estava quase cochilando, a pálpebra de seus olhos estavam pesando, seu corpo magro cansado deitou-se e ela finalmente dormiu.

VERMELHO DA COR DO CÉUWhere stories live. Discover now