Melon Music Awards

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O ar fresco de dezembro na Coreia do Sul me atingiu como uma onda de surpresa quando saímos da van, haviamos acabado de desembarcar no aeroporto e percebia um contraste gritante com a umidade sufocante de Hong Kong que tínhamos acabado de deixar para trás.

Meu coração disparou com uma mistura de excitação e nervosismo enquanto a multidão de gritos ficava mais alta, o mar de luzes piscantes das câmeras dos paparazzi me cegando por um momento.

Estávamos aqui, finalmente, para o Melon Music Awards — uma noite que ficaria gravada em nossas memórias para sempre. O amor dos fãs era palpável, uma força tão intensa.

Elas gritavam nossos nomes, estendendo a mão para um toque, um gesto que poderia significar o mundo para elas. Não pude deixar de sorrir.

-Jackson, cuidado com o degrau!- Mark, meu irmão de banda, gritou por cima do barulho, me puxando para o lado para evitar encontro com um certo fã que havia rompido a barricada.

Éramos um grupo unido, o GOT7, e passamos por muita coisa juntos, mas a emoção desses momentos nunca enjoava. Nós nos apressamos no meio da multidão, dando autógrafos e tirando selfies enquanto entrávamos no hotel.

Quando chegamos à nossa suíte, a porta se fechou atrás de nós, e o caos do mundo exterior foi substituído por um silêncio reconfortante. Por um breve momento, pudemos respirar, abandonar nossas personas públicas e apenas ser nós mesmos.

Bambam foi o primeiro a quebrar o silêncio, sentando-se no sofá com uma risada. - Jackson - ele disse, me cutucando na brincadeira -você tem que me contar sobre a última conquista. Qual é o nome dela ?-

Eu sabia do que ele estava se referindo: minha propensão por mulheres estrangeiras, uma atração que me rendeu uma certa reputação em nosso círculo.

Revirei os olhos. -Não é assim- eu disse, tentando soar casual. -É só... elas tem algo diferente, sabe?-

-Ah, sim - JB entrou na conversa com um sorriso cúmplice. - o joguinho de gato e rato, elas são difíceis -

-Não, é mais do que isso- eu disse, sentando-me ao lado dele. - Pra mim é tipo... uma fuga, uma chance de experimentar algo diferente, algo além do nosso mundo -

A sala ficou em silêncio enquanto todos nós refletimos sobre nossos próprios relacionamentos — ou a falta deles. Estar sob os holofotes tinha suas vantagens, mas também significava que conexões verdadeiras eram raras, muitas vezes ofuscadas pelo brilho e glamour de nossas vidas.

-Mas você consegue imaginar - disse Bambam, inclinando-se com um sorriso travesso, - encontrar alguém que realmente te entende, que pode entender sua vida sem a necessidade de traduções?-

Todos nós rimos, mas a pergunta ficou no ar, um lembrete gentil das complexidades de nossos corações. Antes que eu pudesse responder, nossa gerente enfiou a cabeça para dentro, nos lembrando do ensaio. O relógio estava correndo e tínhamos que nos preparar para dar a apresentação de nossas vidas.

Na sala de dança, praticamos nossa coreografia uma última vez, com suor escorrendo em nossas testas, apesar do ar condicionado gelado.

Nas salas do hotel os maquiadores e estilistas desceram sobre nós, fazendo sua mágica para nos fazer brilhar sob os holofotes.

Conforme as horas passavam, o ar ficava denso de excitação e nervosismo. O cheiro de spray de cabelo e perfume se misturava ao leve cheiro de flores frescas que adornavam a sala verde. Estávamos vestidos a rigor, nossas roupas cuidadosamente selecionadas para fazer uma declaração no tapete vermelho.

Posamos para fotos, enquanto éramos bombardeados com perguntas e cliques de câmera. A correria do tapete vermelho era um borrão de cores e rostos, cada um mais bonito que o anterior, até chegarmos à segurança do local.

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