2 | A Verdade E O Convite.

30 6 12
                                    

Katerina Presscott

O meu pescoço latejava de dor, enquanto os gritos da diretora e do treinador, procuravam acalmar Polly — era o que eles haviam dito.

Todos ficaram frenéticos com a notícia de que, Polly Adams afogava gatinhos. Imagino que, todos os professores e responsáveis pela a escola não sabiam o que realmente dizer, apenas se encontravam ali, tentando consolar seu choro irritante.

As primeiras aulas do dia foram suspensas e nossos aparelhos tecnológicos retirados de nós, pediram nossas senhas, e-mails, número de telefone, tudo.

Queriam analisar, quem poderia ter mandando tal vídeo para todos os alunos nada brilhantes, que inventariam apelidos maldosos para a Adams ou até a receberiam para mais um dia com uma chuva de pedras.

Enquanto eu pensava em minha angustiante relação naquele momento, com o colégio, decidi deixar o corredor, que já ocupava várias pessoas, se apertando e discutindo entre sí.

Andei em passos rápidos até o refeitório, aparentemente vazio. Um pequeno lounge, o qual era a nossa "mini-cafeteria".
Sempre tinha doces e café a disposição, e uma grande máquina mercenária cheia de outras besteiras.

Sentei-me na cadeira macia e gelada, tentando me aconchegar e esquecer tal assunto, afinal, não era de minha conta. Fechei os olhos e apenas relaxei.

— Te procurei por todos os lados! — uma voz melódica e fina, pronunciou-se à minha frente. Logo, ao descerrar meus olhos e ter a visão de Melanie, tinha certeza de que um momento irritante estava por vir.

— Eu estou afastada de vocês faz apenas vinte minutos, não nascemos juntos. Mas diga, o que quer? — questionei.

— Apenas vim lhe fazer um convite. Como estamos sem celular, estou falando com as pessoas da escola e elas já estão transmitindo o recado. — começou contente.

— Eu apenas quero saber logo, o que é.

— Bem, Peter vai dar uma festa na casa dele hoje, e pelo visto, muitas pessoas vão, só vim te dizer isso. — relatou por fim, esboçando um sorriso amarelo.

Suspirei, quem em sã consciência daria uma festa após aquilo acontecer?
Sim, a idéia fora de Chandler, mas antes de toda essa bagunça. 

Melanie saiu de minha companhia, com toda certeza, indo espalhar sobre a festa de Murray.
Olhei para o lado, uma torta de morango cheia de glacê chamava a minha atenção, mas apenas belisquei algumas cerejas, na intenção de esquecer a existência do doce.

(...)

Eu estava a caminho de casa, desta vez, não no carro chique de Sam, eu apenas andava.

Nossos celulares foram devolvidos duas horas após o incidente perturbador, ninguém achou nenhuma prova em nenhum celular, pelo o que eu ouvi dizer.

Polly, seria expulsa, era algo óbvio, esse era o destino de sua atitude doentia e antipática.

Alguns passos, perto da porta principal de minha moradia, meu celular soou, era um SMS vindo de Murray, falando novamente sobre a maldita festa.

Adentrei a porta de minha casa, a casa dada por minha avó, maioria das coisas naquele local eram dadas por ela.
O carpete de madeira;
Os lustres luxuosos;
O forro refinado do corrimão da escada, e muitas outras coisas.

O primeiro rosto conhecido, visto por mim, fora o de Jeremy, meu irmão mais novo de doze anos.
Jogava sem parar em seu vídeo game, enquanto xingava, sem papas na língua.

Resolvi não incomodá-lo.
A forma como Jeremy era parecido comigo, as vezes me irritava, seus cabelos eram louros como os meus, seus olhos do mesmo tom de verde que o meu e até mesmo o nariz.
Porém, tinha um caracter horrível, mesmo indo ao caminho da adolescência. 

Logo vi minha mãe, com calça boca de sino e seu blazer azul.
Era advogada, estava certamente pronta para ir para seu trabalho.

— Boa tarde, mamãe — a cumprimentei com um sorriso no rosto. — Onde está o papai? — questionei jogando minha mochila no sofá de couro marrom.

— Está em, uma...viagem de negócios. — disse calma, enquanto procurava por algo em cima da copa.

— É mentira, ele e mamãe brigaram, ele foi pro hotel do Geralt. — a voz firme e um tanto bruta de minha irmã soou, enquanto ela descia as escadas.

Minha mãe olhou com desaprovação o rosto de Dolores, e finalmente achou o que tanto procurava, um carteira, cheia de lantejoulas.
Saiu sem se despedir.

Dolores tinha um rosto rechonchudo, e diferente de mim e o mais novo, os seus olhos eram azuis vivos, com a pele cor de oliva, assim como a de papai. Era alta e desde sempre teve algumas bolsas abaixo dos olhos.

— Por que saiu mais cedo? — perguntou, se aproximando de mim.

— Alguns ocorridos. — respondi simplista.

Cerrei meus olhos um tanto, o nariz de Dolores tinha algo branco, com certeza não era farinha, ela não sabia fazer sequer um ovo.

— Você tá fazendo isso de novo!? — questionei irada. — Você ao menos foi ao N.A hoje?

Ela revirou os olhos, pronta para dizer que era dona de sua vida, afinal, já tinha vinte um anos.

— Você não sabe de nada, Katerina, por favor pare de se meter na minha vida. A mais velha aqui sou eu. Não você. — bufou e saiu de minha frente batendo o pé.

Meu celular tocou, quem ligava era o Stuart, ele a irmã tinham uma característica em comum, além dos cabelos de cobre, conseguiam ser irritantes.
Atendi, mesmo sem vontade.

— Kat, já vão dar cinco horas, daqui a pouco a festa do Peter começa. — disse com um voz sonolenta.

— Que horas será a festa? — questionei. Não poderia ser tão cedo.

— As pessoas começarão a destruir a casa dele por volta das sete.

— Faltam duas horas, ela não vai começar tão cedo...A propósito, porque me avisar? Isso será só mais uma coisa idiota de Murray.

— Jeremy me mandou mensagem de como estão as coisas ai — olhei em direção o sofá, Jeremy já não estava mais lá, fora fofocar para Sam.

Maldito. — Ele se preocupa com você, pediu para que eu te levasse para algum lugar, além do mais, a festa esta aí. — bocejou do outro lado da linha.

Meu irmão adorava Sam, pelo simples fato dele o "entender", nossas famílias, há alguns anos, sempre almoçavam juntas todo domingo depois da igreja. E o garoto irritante, conseguia ser mais um irmão para Jeremy do que eu.

— Acho que vou — suspirei. — venha as sete. — desliguei.

Logo uma notificação maldita se mostrou na caixa de mensagens.

"Blog: Shy, Shy, Shy. Vire uma nova visitante".

Ignorei, algum tapado havia me mandado algo para seguir, não estava com cabeça para aquilo.
Além do mais, quase ninguém lia blogs.

"Não há maior dor, do que recordar a felicidade nos tempos de miséria"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Não há maior dor, do que recordar a felicidade nos tempos de miséria".

Divina Comédia.

A Verdade Ou A MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora