I LIKE YOU

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"O amor não possui formas, tamanhos ou aparências. Quando acontece é tão lindo, que esquecemos que não é da maneira como queremos e sim como tem que ser".


A unidade 96 do corpo de bombeiros, fica localizado no centro da cidade. É formada por vários bombeiros e paramédicos. O capitão, SungJin, é um homem maduro, inteligente e bonito. Sério, quando preciso, e lida bem com situações sob pressão. Digo... isso era o que acontecia até ele me conhecer.

Já o havia visto várias vezes em ação. Sua liderança era impressionante e a presença dele em entrevistas me fazia ficar animada. Era uma admiração inesperada a que eu havia adquirido por ele. Sem perceber eu já o tinha como um modelo a seguir. Para mim, ele era alguém incrível, e, olha que eu nem o conhecia pessoalmente.

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Desço no ponto de ônibus. Faltava apenas uma quadra para chegar ao escritório. Mas quem disse que o universo queria colaborar comigo hoje?

Vejo um movimento incomum. Aproximo-me com o máximo de cautela e, então, noto o que estava impedindo a passagem: era um motociclista que tinha perdido o controle e invadido uma loja de materiais escolares. A equipe de primeiros-socorros já estava fazendo seu trabalho bem como a unidade 96. A equipe em que o capitão SungJin trabalhava.

Mesmo sem perceber meus olhos já procuravam pelo capitão. Correram por vários dos bombeiros e dos paramédicos, mas foi ao no final do movimento de pessoas que eu encontrei. Uniformizado. Com o capacete em uma das mãos e com a outra sinalizando a distância mínima para que as pessoas se mantivessem. Sempre cauteloso e decidido, ele agia com rapidez. Eu sabia que demoraria para que eu conseguisse atravessar e chegar ao meu emprego, que decidi ficar e observá-los fazendo o resgate das pessoas. Muitas saíram com ferimentos leves e outras nem mesmo tiveram, mas o rapaz da moto, esse sim, precisou ser transportado pela ambulância até um hospital.

O trabalho deles estava quase terminado. Eu já estava me preparando para seguir meu caminho, quando, o movimento de pessoas começou a ficar intenso, devido a dissipação das mesmas, eu senti alguém dar um tapa na minha bunda, virei-me para ver quem havia sido o idiota a se meter comigo, e na sequência senti alguém puxar minha bolsa. Eu a segurei com mais força, mas o rapaz não soltou.

- Ei! O que pensa que está fazendo? - pronunciei ao segurar uma das mãos dele. - Solte a minha bolsa, seu idiota.

- Qual é, gracinha? Eu só quero a bolsa. Se me der, não irei machucá-la. - o mesmo diz e me puxa contra si.

Sem pensar direito, já que ele me segurava de costas, com uma mão envolta do meu pescoço e a outra na minha bolsa, eu pisei com força em seu pé e ele me soltou, ao eu dar uma cotovelada em seu estômago. Ele deu alguns passos para trás e meio sem fôlego disse:

- Ficou maluca? - ele tinha as mãos em sua barriga. - Qual é o seu problema?

- O meu problema, é você achar que eu sou indefesa e ousar querer roubar de mim. - empurrei-o pelos ombros, o forçando no chão. Ele começou a gritar para que eu o soltasse e quando percebi a polícia e o capitão dos bombeiros já estavam no nosso lado.

- O que está havendo aqui? - uma policial pergunta.

- Ela estava me batendo. Querendo me matar.

- Não seja imbecil! Eu apenas me defendi.

- Você está bem, moça? - uma voz forte soou ao meu ouvido e, ao olhar para o lado, era ele. O capitão SungJin. Fiquei instantes sem saber o que responder. Ele era ainda mais lindo de perto. Seu perfume podia ser sentido a distância e seu cabelo preto, cobrindo uma parte da testa, deixava as coisas mais difíceis de serem processadas. - Moça? Está machucada? - ele perguntou de novo, pegando minhas mãos e as observando atentamente.

Unidade 96  ↱ DAY6 ↲Onde histórias criam vida. Descubra agora