who'd have known. | jatum.

prólogo.

2/7/20.

Jonah,

Eu sei o que te trouxe até aqui.
Eu o chamaria de bloco de anotações, mas nós dois sabemos que é muito mais do que apenas isso. Por isso o que está em suas mãos agora é tão confidencial, logo, ninguém sabe melhor do que você que ler qualquer coisa escrita aqui é terminantemente proibido.

Errado? Sim. Você deveria ter vergonha disso? Com certeza.

Mas não vou te julgar. Uma vez a não muito tempo atrás, você disse que eu tinha um talento especial com as palavras. Eu discordei. Prefiro minhas palavras quando escritas, só consigo  controlá-las assim, como você sabe, posso ser um pouco tímida as vezes. Já passei noites em claro temendo perder você por isso, mas se eu soubesse que nada no mundo seria o suficiente pra fazer com que você desistisse assim tão fácil de mim...

Bom, eu teria relaxado um pouco. De qualquer forma, é por isso que você está aqui. Porque com papel e caneta em mãos, não sei poupar palavras quando o assunto é falar de você, e quando eu escrevo posso preencher folhas e mais folhas de um velho caderno, — um bloco de anotações nesse caso — pois eu sei que você adora ler. E também porque tudo o que trabalha para me garantir a fala congela, minha mente fica em branco, e minha boca seca só de olhar pra você.

Eu não sei como você faz isso, tem alguma idéia? Faz quase um ano desde de que 'eu e você' aconteceu, e eu ainda não encontrei uma resposta. E é exatamente sobre isso. Faz quase um ano desde eu e você, e hoje tenho certeza de algo que esteve debaixo do meu nariz por esse tempo todo. Fui surpreendida pelo acaso ganhando um dos maiores presentes do universo.

Encontrar você.