Uma enfermeira quadrada me levara para a solitária.
Para alguns seria uma grande tortura,
Mas para mim,
Seria um lugar calmo para continuar meu cálculo.
E foi isso que eu disse a ela.
Um guarda a menos vigiava a única saída da sala pelo lado de fora.
Nenhum som era feito por mim.
Eu precisava de total silêncio para concluir meus dois resultados.
As raízes que me levariam para o fim.
Com a caneta roubada do jaleco da enfermeira,
Eu escrevi minha equação.
A tonta nem se quer colocou em mim uma camisa de força.
Tola!
Talvez isso teria mudado todo o resultado.
Pensei então no triângulo que me trouxera até esse manicômio.
Eu o matei.
Depois tentei matá-la.
Fracassando completamente.
Se não fosse a polícia ao invés de uma teríamos duas valas.
As paredes brancas desta sala me servem de rascunho.
Sempre fui boa em cálculos,
Graças a eles que eu o matei.
Mas errando um único sinal eu fracassei em matar sua amante.
Concluo então meu último cálculo.
Encontro duas raízes para conclusão da minha equação.
Zero arrependimentos,
E uma vítima.
A caneta servirá a mim como uma arma,
Finco-a em meu peito
E me deito nos braços da morte.
0 e 1 sempre foram meus números da sorte.
X²-X=0
∆= (-1)²-4.1.0
∆=1
X= 1±√1 : 2
X¹= 1-1:2 X¹ = 0
X² = 1+1:2 X² = 1
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Delírio Contado
PoetryEsse livro é sobre a dor. É sobre corações partidos e almas despedaçadas. Mentes insanas e pessoas manipuladas, presas fáceis aprisionadas por cantos doces, redes de pensamentos e falsas juras de amor. Então querido leitor, Mergulhe nesse turbilhão...