Derrière Ce Sourire || Benjamin Pavard

Deux

 Meu penúltimo dia em Paris infelizmente chegara e tudo o que eu mais queria era poder congelar aquelas férias para ficar para sempre ali com a Ashley. Porém, infelizmente, isso não era possível e ela me dissera que em breve também estaria voltando para casa para que pudesse treinar para o Roland Garros, então decidi mandar uma mensagem para convida-la para um café. Algo simples, nada muito significativo, algo que amigos faziam juntos, apenas para que pudéssemos aproveitar o máximo de tempo possível juntos. Nós precisávamos daquele momento, já que não fazia a menor ideia de quando nos encontraríamos novamente, afinal, eu estava no meio da temporada com o Stuttgart e ela estava ocupada demais com seus torneios de tênis. Sem contar que a Copa do Mundo estava aproximando-se e minhas férias seriam inexistentes - o que seria ótimo já que estaria representando a minha nação no campeonato mais importante do mundo.

 Fiquei alguns minutos encarando o celular, esperando ansiosamente pela resposta de Ashley, mas nada chegara. Fiquei um pouco chateado com aquilo, mas já estava tarde e provavelmente ela já estava dormindo, e eu deveria estar fazendo o mesmo. Bloqueei a tela do meu celular, mas deixei o vibra ligado para ouvir se ela me respondesse.

 Deitei-me em minha cama, porém o sono não chegava e a ansiedade pela resposta de Ashley me consumia. Então decidi aproveitar aquela noite fresca para deixar a janela do quarto aberta e curtir um pouco daquela brisa noturna. Aquilo acabou me fazendo lembrar do tempo que era pequeno e dormia no quintal de casa acompanhado de meus amigos, o que me fez pegar no sono com a janela aberta.

 Na manhã seguinte acordei sobressaltado achando que já se passavam dás uma da tarde, porém fui frustrado quando peguei meu celular e vi que o relógio marcava oito e dezessete. Fiquei ainda mais para baixo quando vi que não havia nenhuma resposta da Ashely, mas o que me fazia ter uma gotinha de esperança era que ela ainda não tinha visualizado a mensagem. Talvez estivesse ocupada demais para usar seu celular.

 Decidi tomar um banho e esperar mais um pouco pela resposta dela, antes de sair para tomar um café sozinho mesmo. A água quente caia pelo meu corpo e me deixava um pouco mais tranquilo, estava ansioso demais por causa do possível encontro que teria com a Ashley. Pelo pouco que me conhecia, não duvidaria de nada que Benjamin Pavard já estava apaixonado depois de algumas conversas e dois dias.

 Ouvi meu celular apitando no quarto e, na mesma hora, já desliguei o chuveiro. Apenas tirei o excesso de água do corpo e já sai do banheiro apenas com a toalha pendurada em minha cintura para pegar meu celular. Acabei sorrindo largo ao ler que Ashley topara encontra-se comigo e eu não fazia a menor ideia de onde levá-la. Não queria nada muito clichê, mas não via outra opção, teria que ser um café no centro da cidade mesmo.

 Combinamos de nos encontrar em uma hora. Mandei a localização do café e dessa vez ela respondeu imediatamente dizendo que pretendia estar lá no horário, qualquer atraso seria culpa do transito infernal de Paris. Acabei rindo com aquela mensagem e respondi que o atraso seria perdoado, porque o trânsito parisiense realmente é caótico e deixa qualquer um com os cabelos em pé.

 Escolhi uma camisa polo branca, um jeans um pouco mais escuro, arrumei meu cabelo e olhei meu reflexo no espelho algumas vezes antes de pedir um Uber para ir encontrar a Ashley. 

 “Benjamin Pavard, você está completamente apaixonado.”  Foi a única coisa que consegui pensar ao perceber o sorriso bobo que estava em meus lábios.

 O caminho até o café pareceu durar horas, devido a minha ansiedade e euforia, mas na verdade chegamos lá em apenas meia hora. O lugar não tinha muitas pessoas naquele horário, já que grande parte dos parisienses estavam trabalhando e os turistas estavam ocupados enfrentando filas para ver o quadro da Mona Lisa. Felizmente eu não era uma daquelas pessoas e estava ali esperando pela mulher mais bonita que aquela cidade já viu.