Park Jimin

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— Ainda está aqui Park? — Ouvi a voz do meu chefe e arrepiei até o último fio de cabelo. —Já pode ir embora.

— Sim senhor, eu já estou indo, vou apenas terminar essas planilhas. — Disse e me levantei fazendo uma reverência a ele. Quase todos já tinham ido embora para suas casas, e irem dormir com suas lindas esposas ou maridos, enquanto eu ficava nessa empresa além do meu horário de serviço para cobrir a solidão que tentava esconder de todo mundo.

Eu não era tão solitário assim, tem os que trabalham comigo, só que a maioria deles estão namorando e até mesmo casados, enquanto eu fico acreditando que um dia um príncipe encantado em seu cavalo branco vai aparecer, me dar um beijinho e nós seremos felizes para sempre.

Bati a cabeça cansado sobre a mesa, me arrependendo logo em seguida quando senti a dor, eu estava completamente esgotado, esgotado daquele serviço, de estar sozinho, de ter sempre que ser eu por eu, de morar numa capital e não conhecer sequer um cara que preste. Isso é tão triste.

Me levantei e peguei minhas coisas espalhadas aleatoriamente sobre a mesa, guardei todas em minha mochila, desliguei o computador e finalmente encerrei meu trabalho por hoje.

— Ah Park esteja aqui mais cedo amanhã, temos uma reunião importante e precisamos da sua palestra. — Meu chefe disse assim que eu sai da sala, apenas assenti e continuei a caminhar.

Pedi o elevador e esperei me encarando no espelho que tinha ali, fiz diversas caretas, tirei diversas fotos e ri diversas vezes. Sozinho.

Quando cheguei ao térreo notei que havia começado a chover. Ótimo até mesmo porque eu não trouxe guarda-chuva e o metrô está fechado, e não é nesse momento que meu celular toca com o número do meu namorado na tela, ele me busca e nós fazemos amor a noite inteira. Porque eu não tenho um namorado.

Apenas suspirei e caminhei até a porta, me virando e dando tchau para a recepcionista que sorriu com dó e me devolveu o tchau. Respirei fundo e passei pela porta giratória, sentindo os primeiros pingos sobre meu rosto, e comecei a correr, corri tanto que nem vi para onde estava indo. Apenas parei em uma esquina qualquer cheia de prédios e vi um cara parado na janela tomando chuva.

Essa cidade tem cada gente doida.

Continuei correndo depois de recuperar o fôlego e em poucos minutos eu já estava em casa. Encharcado mas em casa.

— Querido, cheguei. — Disse e deixei minhas coisas em cima da sapateira. — Brincadeira, eu nem moro com ninguém. — Tirei meus sapatos e vi Chim, meu gato de estimação correr até mim.

Fiz carinho em sua cabeça e caminhei até a sala, coloquei num programa aleatório de idols coreanos cheios de plásticas e maquiagens ganhando um monte de prêmios.

— Ser bonito é coisa de gente otária. — Conclui em voz alta e caminhei até meu quarto, pegando uma toalha limpa e indo até o banheiro.

Liguei o chuveiro na água quente, deixei ela molhar meus cabelos e escorrer pelo resto de todo o meu corpo, enquanto lágrimas de solidão escorriam pelas minhas bochechas.

Porque eu tenho de ser tão sozinho?

365 dias com ele | jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora