Capítulo 3

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— Cara, eu não acredito que você realmente fazia isso quando era pequeno.
estávamos caminhando pela calçada enquanto Noah me levava até em casa e contava suas aventuras de infância. Ele insistiu muito pra me levar em casa e eu acabei aceitando.

— Porque você não sabe o resto. — deu risada — e você, tem alguma história de infância?

— A coisa mais aventureira que eu já fiz, foi pular o muro do vizinho enquanto ele estava viajando.

— Você pulava o muro pra quê?

— Porque eu gostava, e também pra pegar amora, lá tinha um pé de amora.

— Nossa Sina, que fora da lei... — balançou a cabeça de um lado para o outro e cruzou os braços.

Percebi que estávamos chegando no meu prédio.

— É aqui que eu moro. Disse enquanto cumprimentava o porteiro que estava nos observando de longe.

— Então é aqui que a princesa mora?

— Princesa? — foi minha vez de rir— me vê acordado só, pra você ver a "princesa" que sou.

Ele ficou parado me olhando e deu um sorriso de lado, fiquei sem graça e olhei pro chão.

—Sina, acabei de lembrar que ainda não tenho seu número...

— É verdade, deixa eu colocar ai pra você.

Coloquei meu número nos contatos dele.

—A gente se vê?
— A gente se vê! Até amanhã Noah!

Ele veio me abraçar e sussurrou no meu ouvido:

—Obrigado por hoje, princesa!

por que ele cismou em me chamar de princesa?

— Eu amei hoje também, Noah.

Ele me esperou entrar pra poder ir embora. Quando passei pela portaria, Rodrigo, o porteiro me entregou algumas correspondências e eu subi. Cheguei em casa e Romeu me cumprimentou com uma festa.

— Calma garoto!

Coloquei ração pro Romeu, tirei meu tênis e me joguei na cama. Olhei meu celular que ainda não tinha visto. Quando o dia é bom, eu até esqueço da existência do meu celular.

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Heyoon: Oii, tá sentindo minha falta? Amanhã to de volta.

Heyoon é minha melhor amiga, estudamos juntas por vários anos e agora ela mora no mesmo prédio que eu. Ela está viajando, confesso que estou sentindo falta das nossas sessões de cinema em casa.

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                                     Eu: Oii, to sentindo muito a sua falta. Como tá a viagem?

Heyoon: Ah, tá super legal! Conheci um cara que mora aí no Brasil, estamos saindo.

                                Eu: Aproveita bastante! Qual o nome dele?

Heyoon: O nome dele é Lamar. Um amor de pessoa. E você? Como tem sido por aí? Nada de novo?

                               Eu: Conheci um carinha chamado Noah. Primeiro a gente se viu no metrô, e no outro dia ele entrou na minha sala na faculdade, muita coincidência.

Heyoon: MENTIRA? Meu deus Sina, pode acreditar que é o destino. Bom, foi o que eu vi em alguns filmes. Mas como ele se chama?

                           Eu: Noah, ele se chama Noah.

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número desconhecido: Oi, sou eu o Noah, salva meu número ai!

                           Eu: Oi, salvei seu número.

Noah: O que tá fazendo?

                        Eu: no momento eu to procrastinando pra ir lavar a louça, e você?

Noah: To escrevendo uma música.

                   Eu: Uau, você escreve músicas? Não vai me dizer que canta também?

Noah: Sim, eu amo escrever e cantar.

                    Eu: Preciso que você cante alguma música pra mim qualquer dia.

Noah: Pode deixar! Boa noite Sina.

                     Eu: Olha que eu vou cobrar! Boa noite Noah!

Desliguei o celular e fui lavar a louça. A coisa que eu mais odeio é lavar louça, com toda certeza!
Terminei o que tinha pra fazer e fui tomar meu banho. A água quente escorreu pelo meu ombro tirando toda a tensão que existia ali e eu só conseguia pensar no sorriso do Noah! Que diabos estava acontecendo comigo?

O MENINO DO METRÔ Onde histórias criam vida. Descubra agora