Encomenda mortal
-Por favor...por favor... -encaro o homem que implora por sua vida tentando imaginar o que sente, será que está pensando em todas coisas ruins que fez? Ou se ele pode amar alguém, estaria pensando nessa pessoa? Talvez se existe vida pós morte? E se tiver estaria ele pensando para onde vai? -Vadia! -ele grita enquanto se levanta do chão mostrando suas presas para mim. Solto um suspiro e dou um chute em sua barriga que despreparado cai no chão novamente, me jogo em cima dele prendendo-o com minhas pernas e o segurando pelos cabelos corto sua cabeça.
-É... -suspiro me levantando e jogo a cabeça do vampiro para longe. -Se existir céu, acho que nenhum de nós irá para ele. -digo limpando o sangue que havia espirrado em minha bochecha.
Olho em volta vendo inúmeros corpos e constato que esse foi o último, depois de acabar com essa horda de vampiros, acho que é hora de ir para casa.
Depois de queimar tudo saio de dentro da floresta e vou até onde havia deixado escondida minha picape, tiro as folha e galhos, vendo a pobrezinha toda descascada e em um tom duvidoso de azul, quando a comprei já estava bem usada, mas o preço foi bom, então nem liguei muito, mas com a vida que eu levo só desgastou mais a coitada, só que sinceramente o importante é que está funcionando.
Como minhas coisas já estão todas na parte de carga dirijo diretamente para casa, passando a noite inteira na estrada.
Vejo a placa de bem-vindo com uma careta e passo por ela entrando na pequena Zaradeff, tomo mais um gole do meu energético e dirijo para a parte mais afastada e montanhosa da cidade alguém em uma moto passa super rápido por mim quando vou virar e solto a buzina no desgraçado que pelo retrovisor vejo me dar o dedo do meio.
Desço da picape batendo a porta com força e pego minha mochila na parte de trás, adentro a mansão me arrastando e com o máximo de silêncio subo as escadas, mas paro soltando um suspiro quando escuto passos, olho para trás vendo Olga uma senhora muito baixa, que há anos trabalha aqui como cozinheira, com os cabelos já todos brancos e que sempre é muito boa para mim.
-Menina que bom que chegou! -diz com um enorme sorriso vindo em minha direção com os braços abertos me fazendo subir mais um degrau da escada o que a faz parar. -Acho que sua mãe gostará que voltou, ela anda meio nervosa esses dias. -ela fala ainda sorrindo para mim, aceno com a testa franzida e viro subindo até o escritório de minha mãe.
-Entra. -ouço sua voz um pouco abafada do outro lado da porta depois de dar alguns toques na imensa madeira, giro a maçaneta e dou alguns passos até ficar no meio da sala e olho para minha mãe que mantém os olhos em alguns papéis em cima da mesa. Seus cabelos são brancos assim como seus olhos, não sei bem o que houve mas em algumas fotos antigas que encontrei um dia, eles eram castanhos, talvez seja a magia. Sua pele também é muito branca, diferente de mim que tenho olhos verdes e cabelos pretos. -Você demorou demais para acabar com alguns simples vampiros. -fala quando me olha e talvez a única coisa que nós somos parecidas é a falta de emoção em nossos olhos.
-Me desculpe! -peço indiferente -Aconteceu algo? -pergunto curiosa.
-Olga já foi fazer fofoca eu vejo. -diz com desprezo. -Algumas coisas estão acontecendo na sociedade das bruxas, nada que você consiga entender. -enfatiza a última parte com nojo o que eu aprendi ignorar. -Mas para evitar problemas eu tenho um trabalho para você.
-Eu faço se esse for o último. -digo tendo finalmente coragem, ela fica me encarando por inúmeros minutos e sei que não vai perguntar o porquê, ela não é nem do tipo que finge se importar o que nessa situação é bom.
-Você é boa, mas não é única se fizer o que eu mandar não precisa mais fazer a única coisa que ainda consegue. -concordo com a cabeça estranhando ela ter cedido tão rápido e percebo que meu próximo trabalho tem de fato importância para ela. -Você tem um mês para matar um lobisomem, ele é o filho mais velho dos Carter.
-Até o dia sem sol? -pergunto surpresa por esse prazo, sem saber o que pode acontecer nesse dia.
-Foi o que eu disse, agora saia tenho coisas importantes para fazer. -fala voltando seus olhos para os papéis, solto um suspiro saindo sabendo que é melhor não insistir.
-Carter... -murmuro deitada em minha cama depois de tomar um banho, eles são uma família bem rica e antiga da cidade, desconfiava que seriam alguma criatura sobrenatural, mas lobisomens? Rolo os olhos me deitando de bruços.
Um absurdo minha mãe me dar um mês de prazo por um simples lobisomem, já acabei com clãs em uma semana, a caçada começa amanhã e vamos ver quem precisa de um mês, no máximo uma semana, concordo com a cabeça e fecho os olhos.
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Em sua alma
WerewolfClarissa só tinha que fazer uma coisa: Matar um lobisomem chamado Aaron Carter. Mas ela não sabia de uma coisa: Uma profecia. Dizem que os nossos destinos existem muito antes de termos nascidos, que não temos como fugir dele, que não há outro...