IV.

18 3 3
                                    


N/A: Oi queridos turu bom? Quanto tempo! Espero que estejam com saudades do harry e da Gaia ❤️ O capítulo não está revisado, vou dar uma olhada outra vez amanhã, hoje estou pelo celular então só vou postar mesmo.

Estava me sentindo mal por ter tratado o menino daquele jeito. Com certeza perguntar se uma pessoa já tomou os remédios dentro de uma clínica de recuperação psiquiátrica definitivamente não era uma boa ideia de argumento.

Ele teve uma boa intenção e o culpei por isso, não deveria ter falado do jeito que falei.

O garoto era novo, assim como eu. Não tinha cara de que tinha alguma perturbação mental, mas se pararmos para analisar, ninguém tem.

Me levantei do sofá e andei em direção à escada, subindo-a até meu quarto. Estava sentindo que já estava quase para escurecer, e me parece que aqui as atividades são encerradas bem cedo.

Encontrei o quarto que fui designada logo de cara, abrindo assim a porta. Era um local limpo e extremamente amplo, com paredes pintadas de azul clarinho, e curtinas brancas de tecido. Aquele lugar não era nada parecido com um hospital, o que me confortou um pouco em meio a tanto caos.

Vi que minhas coisas estavam sob a cama, minhas malas e alguns papéis que assinei mais cedo referente a internação. Sentei na ponta da mesma e fitei o teto pensando em em como Anis estaria agora, provavelmente em algum restaurante legal com algumas pessoas descoladas do intercâmbio, enquanto eu, estou aqui, sentada na beira de uma cama de hospital me preparando para passar os piores seis meses da minha vida.

-Olá, Gaia? -Alguém me chama, me tirando de meus devaneios.

-Sim...- Respondo com rapidez.

-Nós já estamos nos recolhendo.- O homem de avental branco me disse.

-Tudo bem, eu já vou me trocar, só estou arrumando o restante das coisas.- Menti, pois ainda não tinha arrumado nada, tudo estava jogado e espalhado pela cama.

-Você tem alguma dificuldade para dormir?- Ele me pergunta sério.

-Não...eu deito e durmo bem, pelos menos até agora foi o que me restou fazer, e olha que eu faço muito bem!- Ri com um certo embargo na voz, tentando acreditar em minha própria brincadeira, tentando não deixar transparecer o sofrimento ainda preso em mim.

-Que bom Gaia, fico feliz em escutar isso, perguntei pois olhei em sua ficha e não lhe deixaram nenhuma dose antes de você dormir, o que é estranho pois quase todos aqui tomam algo para dormir.

-Fique tranquilo...como é seu nome?- Tentei ler em seu crachá mas o nome gravado em um pedaço de metal ja estava quase apagado.

-Adam senhorita, meu nome é Adam.- Ele me responde, já aguardando o que eu viria a falar a seguir.

-Então Adam, se eu precisar de algo eu te procuro, mas espero muito não precisar.

-Eu também espero Gaia, eu também. – Ele me respondeu, com um mix de esperança e preocupação na voz, se eu o conhecesse, diria até que estava torcendo por mim como se eu fosse um cavalo de corrida, onde pessoas apostam o seu dinheiro.

Dito isso, ele fechou a porta atrás de si, me deixando sozinha novamente no quarto.

O desolamento ainda morava em mim, não que muita coisa tenha mudado desde que cheguei aqui. É extremamente difícil se manter sã com tantos pensamentos dançando uma bela valsa dentro da cabeça.

Só não é mais difícil que parar de sentir a falta que meu pai me faz. As vezes gostaria que sentir fosse uma opção.

Tirei todos os meus pertences de cima da cama pois não tinha intenção nenhuma de arruma-los agora, a única coisa que eu precisava era do meu travesseiro e um canto descente para dormir.

Me aconcheguei o máximo que consegui e fechei os olhos. Imaginei meu quarto e toda a sua bagunça rotineira, imaginei a cama e o grosso edredom azul que ficava sob ela, imaginei a janela um pouco aberta como sempre ficava a noite, deixando entrar uma brisa fria, mas aconchegante.
                                          ...
Apenas deu o tempo para que eu me trocasse e logo em seguida adormecesse. De alguma maneira, voar pelo meu quarto em imaginação me ajudou a domir incrivelmente rápido, não deixando chance alguma para que eu começasse a surtar.

Estava um pouco mais disposta que o normal, diria até que me sentindo, dentro do possível, bem.

Por mais que esse lugar não seja o ideal, mudar os ares com certeza me trouxe um pouco mais de vida.

Levantei da cama e procurei por uma pequena bolsa onde estavam meus itens de higiene pessoal, junto dela estava também a toalha de rosto de que precisava. Peguei tudo e coloquei debaixo do braço, caminhando em direção ao banheiro feminino.

Para minha sorte ainda não havia ninguém, chutei que seria por ser muito cedo, sem nem ao menos ter olhado o relógio. Coloquei as coisas na pia e dei uma boa olhada no banheiro. Limpo e bem arejado.

Voltei a pia e fiz o que era necessário ser feito, seguindo assim de volta ao meu quarto.

Olhei no relógio constando o que eu havia pensado, ainda não passava das oito da manhã. O café da manhã começava mais ou menos á esse horário, e como ontem perdi o almoço, meu corpo entenderia o recado e me clamaria por comida.

Tratei logo de trocar de roupa e tirar o pijama que estava vestindo, logo daria o horário do café da manhã, e melhor ainda do que não perde-lo, seria ser a primeira a chegar e poder escolher a vontade o que irei comer.

Desci as escadas quase correndo, motivada pelo barulho que minha barriga estava fazendo. Assim que adentrei ao refeitório, estavam em meu campo de visão no máximo três pessoas, fui em direção a mesa de frutas agradecendo mentalmente.

Pelo tamanho da minha fome, peguei uma quantidade consideravel de comida, variando entre frutas, um pedaço de pão, ovo mexido e algumas bolachas.

Peguei minha bandeja e procurei uma mesa para me sentar, meu corpo me direcionava a mesas que já tinham pessoas, e minha mente me dizia que eu faria sim amizades, mas não agora.

Me sentei em uma mesa no final do refeitório sozinha, estava tranquila apenas me concentrando na minha comida, que por sinal não era de todo mal, apenas faltava sal, mas com certeza agradou meu estômago.

Comi tudo com certa pressa e me levantei para deixar a bandeja no lugar indicado para que seja lavada e guardada pela equipe da cozinha.

Sem a menor ideia do que fazer, fui até a area externa da clínica. Um pouco mais a frente do portão havia uma pequena fonte d'água, seguinda de um lago e alguns bancos moldados em pedras. O sol batia na água refletindo um brilho enorme, uma cena realmente agradável para a minha primeira manhã.

Sentei em um dos bancos, o que estava mais perto da água. Olhei meu reflexo e fiquei assim, por um tempo, apenas me olhando. Não deixei que nada viesse a minha cabeça, apenas senti o sol em meu rosto e a sensação quente que ele causava em minha pele, por um instante fechei os olhos.

-Ei, aqui não é lugar para dormir.- Tomei um pequeno susto quando alguém tocou meu ombro.

Senti que se sentou ao meu lado. Continuei de olhos fechados.

-Não estou dormindo, estou meditando.- Respondi ríspida, para quem quer que estivesse do meu lado.

-Mas parece que está dormindo.- Ouço uma voz masculina falar, mas continuo de olhos fechados.

-Você não consegue simplesmente ficar quieto ou ir cuidar da sua vi...- Abri os olhos e descobri quem era a pessoa que estava louca para me tirar do sério.

-Ao invés de dormir no jardim- O rapaz me entregou um livro- toma, aceita as minhas desculpas por ter estragado o final do seu livro.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 17, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Fonte de Água • HSOnde histórias criam vida. Descubra agora