Como ótima estudante de literatura inglesa, eu vou narrar essa história, minha história, e de como cheguei onde estou hoje.
FILADÉLFIA, PENSILVÂNIA, UM ANOS ANTES
Minha manhã havia começado como todas as outras, acordei cedo para ir para a faculdade. Morar na cidade do amor fraternal tinha seus altos e baixos, por ser a cidade mais populosa da Pensilvânia, nunca ficamos entediados. Essa era apenas minha primeira semana na faculdade de Literatura, com muito suor e esforço eu havia conseguido uma bolsa na Temple University. Eu estava próxima do meu aniversário de 23 anos, pode se dizer que tive vários anos sabáticos antes de decidir o que realmente queria estudar, e não posso reclamar do apoio que meus pais e minha melhor amiga me deram. Pois bem, como estou falando de mim, vamos nos conhecer. Meu nome é Elizabeth Carter, meus cabelos tem uma coloração que as vezes pode se chamar loiro, e as vezes ruivo, não me perguntem o porquê, tenho 160cm de altura, e pode chamar meu corpo de robusto, isso se deve as minhas origens, minha mãe era brasileira, se mudou pra Londres aos 18 anos e conheceu meu pai, antes de se casarem se mudaram para os Estados Unidos, e não saíram mais. Agora voltemos ao início da história, o motivo de eu estar aqui contando tudo para vocês.
Por qualquer que fosse o motivo, meu celular não havia despertado, acordei com a voz suave de minha mãe adotiva me chamando. Ela estava no auge dos 50 anos, e ainda estava linda como uma jovem como eu, seus cabelos iam até o meio de suas costas, pretos como a própria noite, seus olhos eram castanhos e afetuosos, eram como os meus, e muitas pessoas juravam que ela era também minha mãe biológica.
– Lizzie, acorda ou vai se atrasar.
Acordei com um pulo da cama, ao ter o mesmo sonho que tinha todas as noites, uma mansão – ou um castelo – eu não fazia ideia do que era, no alto de uma montanha, as vezes parecia ter saído do próprio inferno, e as vezes o lugar mais acolhedor que existiria. Flores subiam por toda sua extensão, com espinhos e rosas nas laterais, quando o sonho se passava de noite, havia um céu estrelado maravilhoso, e uma lua enorme que deixava a propriedade totalmente iluminada, haviam árvores por todos os lados, árvores altas e finas, se parecia com uma floresta de contos de fadas, mas com um ar mais misterioso. E em todos os sonhos acontece a mesma coisa, eu corro pela floresta, até chegar próximo ao castelo, e vejo um homem de costas para mim, ele é alto, provavelmente 190cm, tem os cabelos mais escuros e brilhosos que eu já vi, suas costas são largas mas sem exageros, e todo seu corpo parece conversar entre si, não muito magro, e não forte demais. Sempre que estou encarando ele, ouço uma voz me chamar entre a floresta, me viro para ver quem chama, e quando olho para o homem novamente, ele não está lá mais, e o sonho sempre volta para o começo, e assim acontece quando o sonho se passa durante o dia. Eu já havia conversado com minha psicóloga sobre isso, e ela nunca conseguia me dar uma resposta completa, dizia que meu subconsciente estava tentando me dizer alguma coisa. Meu quarto já estava coberto com desenhos de todas as cenas, a floresta, o castelo, eu correndo como uma louca, e a tatuagem, ou um pedaço dela, as mãos dele estavam viradas com as palmas para trás, o que me dava um pouco de visão de seu pulso, já que ele estava com uma camisa preta de manga longa, eu não entendia direito o desenho, mas pareciam arabescos, com um símbolo no meio, parecia um tipo de brasão, com duas espadas de cada lado se cruzando, uma estrela, e havia algo escrito que eu não conseguia identificar.
– Está tudo bem? – Ouvi novamente a voz de minha mãe e fui desperta por completo.
– Desculpa mãe, tive aquele sonho de novo.
– De novo? Você tem que falar com a Dra. Kat de novo, quem sabe com alguma sessão de hipnose ela consiga entender o que significa.
– Mãe, eu já disse que não vou fazer hipnose, não confio em ninguém aqui dentro. – brinquei batendo as pontas dos dedos nas minhas têmporas. – Agora eu vou me vestir ou então vou me atrasar.
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Um Toque de Escuridão
Misterio / SuspensoDuas semanas antes de completar 23 anos Lizzie conhece um novo círculo de amigos em seu primeiro ano na Universidade, mas no decorrer do ano ela começa a perceber que eles não são quem dizem ser, e que até mesmo ela, não é quem pensa ser. Vai descob...