Tinham fogos de artifício no momento que eu te encontrei?

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Quando eu era criança, acreditava que eu só me apaixonaria por quem eu quisesse e quando quisesse. E, só nos meus 15 anos de idade descobri a verdade, de um modo meio trágico eu diria, já que eu vomitei em cima do sortudo do qual eu iria me apaixonar segundos depois de olhar em seus olhos verdes e ver que ali estava o talvez não provável amor da minha vida.

Naquele momento, eu juro que vi fogos de artifício ao redor de nós dois e o tempo estava em câmera lenta, ou talvez isso foi porque eu estava alucinando com a droga que tinha ingerido.

Deixa eu explicar direito o que aconteceu naquele dia (ontem, pra ser exata), foi meu aniversário de 15 anos e depois da festança que meu pai deu, eu tinha combinado com meus amigos de fugir rápidinho pra cumprir minha promessa feita no início do ano letivo que foi "Se eu ficar de recuperação em alguma matéria eu juro que uso drogas pela primeira e última vez". Eu disse isso só brincando mesmo e achei que ninguém levaria a sério, mas meu "amigo" Tiago que sabe todos os meus segredos, inclusive o mais obscuro, me obrigou a cumprir a promessa, se nao ele contaria pra todo mundo meu segredo. E outra, não sei se eu já disse, mas odeio quebrar promessas.

Você deve estar pensando que eu sou uma dessas adolescentes irresponsáveis, porque 1. Eu fiquei de recuperação, 2. Já usei drogas, 3. Fugi da minha festa de 15 anos que não tinha acabado completamente ainda, 4. Não tem quatro.

Na verdade, essas coisas aconteceram por culpa do destino, a recuperação foi Tiago que me "ajudou" a ficar, ele fez de tudo para atrapalhar minhas notas e conseguiu. E o resto só aconteceu por conta disso.

Você já entendeu mais ou menos o que aconteceu naquela noite, agora já pode saber do meu encontro com o sortudo. Foi meio por acaso, depois que eu ingeri uma certa quantidade da droga e já não falava nada com sentido, comecei a dançar com uma garrafa de uísque( não sei porque, eu nunca bebi, essa também foi a primeira vez) e sai andando pelos fundos do local que meu pai tinha alugado para a festa, e dai só me lembro de sentir uma vontade enorme de vomitar e de ver os olhos verdes na minha frente antes de desmaiar.

Eu tive sonhos loucos, talvez por causa da droga, não sei muito sobre os efeitos que ela pode causar numa pessoa, mas eu não sou de ter esse tipo de sonho, então deve ter sido culpa dela mesmo.

Quando voltei a "vida real" eu estava num quarto de hospital e meu pai sentado no sofá que estava do lado da minha cama. Minha primeira reação foi fingir que ainda estava dormindo, eu sabia que teria que conversar com ele uma hora, mas podia ser depois?

Eu acho que ele não viu na hora que eu acordei, mas talvez tenha fingido também, não era um bom momento para uma conversa, ele seria o primeiro a dizer isso. Então pensei: Porque eu ainda estava fingindo mesmo?

Abri os olhos, mas quem estava no sofá era a minha mãe, que horas meu pai saiu que nem sequer um barulho eu ouvi?

- Filha, finalmente você acordou! Como se sente? - disse minha mãe talvez alto demais porque fez minha cabeça doer pra caramba.

- Estava bem até a senhora gritar - reclamei levando minha mão até a cabeça.

- Oh, mil desculpas. - disse ela quase sussurrando e depois sorri pra mim.

E eu lhe devolvo o sorriso.

É então que percebo que pelo menos minha mãe não está com raiva de mim mesmo eu que eu tenha usado drogas, bebido uísque e o que mais mesmo? Meu Deus, o que eu fiz? Quanto arrependimento, eu devia estar louca ao aceitar cumprir a promessa, mas é que eu jurei nunca descumprir uma promessa. E porra, ainda tem o segredo, não é lá essas coisas, mas não quero que ninguém descubra. Tá, isso não justifica. Eu fui irresponsável, admito.

Bom, e aqui estou eu, deitada numa cama de hospital com provavelmente uma marca de batom vermelho na minha testa escrevendo isso para você. Essa é minha história, e espero que você seja daquelas pessoas que gostam do inesperado, porque o que vai acontecer agora nem eu sei.

Como fazer alguém não se apaixonar por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora