(A)live • jjk + pjm [HIATUS]

Capítulo um

— Não tem bicho nenhum no meu ombro, sungie02. Mas obrigado pelo donate. — Respondeu quebrando o silêncio, mas mesmo assim sacudiu os ombros, só por precaução.

— O quê, gente? Não tem nada!!! — Sorriu, enquanto lia as mensagens dos usuários de seu chat, que entrando na brincadeira de um dos espectadores, afirmam ter um bicho no ombro de Jimin.

— Querem me deixar paranóico? Nada disso, os doidos aqui são vocês! — Ainda sorrindo, voltou a atenção ao seu sketchbook, que está no foco de outra câmera.

 É um desenho de um personagem de um jogo on-line, a pedido de um dos doadores da live. Com um dos seus monitores conectado a uma pesquisa por "kayle do league of legends", mostrando várias imagens da personagem, para que o Park tenha uma noção do que desenhar.

— Calma aí, gente. Eu tô quase acabando. Não morram de agonia só por que estou quieto.

A stream já estava quase chegando a duas horas de duração. O Park não passou todo esse tempo fazendo apenas um desenho, ele sabia muito bem como administrar o conteúdo de suas transmissões ao vivo. Mas já estava desenhando aquilo há um tempo... Então faltavam apenas alguns detalhes.

 Porém, mesmo que já fosse quase uma da manhã, seus visualizadores não queriam uma live quieta e não paravam de mandar spam no chat e doações para chamar a atenção do streamer.

— Aish... Vocês não tem um pingo de paciência, parecem até eu. — O Park voltou para o teclado e o mouse, buscando por um clipe de seu cantor favorito.

— Tá bom, escutem isso aqui enquanto eu acabo o meu desenho. Assim ninguém vai dormir! 

E foi ao som de uma música animada e um clipe colorido do cantor Jungkook que Park Jimin terminou os retoques finais do seu desenho.

— Viram? Ele é muito bom nisso. Eu adoro passar o tempo escutando as músicas do Jungkook. — Afirmou, mostrando seu desenho pronto para a câmera.

— E aí, vocês gostaram? Eu amei essa personagem de armadura, sério. Eu também usaria uma armadura, se tivesse forças para levantar com ela. — Riu da própria gracinha, que na verdade não teve humor nenhum. A risada momentânea foi só pra não tornar tensa ou triste a situação.

O Park detesta que o olhem como um coitado, até porque não é um...

Muito pelo contrário!

Geralmente as pessoas com o seu mesmo problema passam a vida inteira em camas, sem conseguir falar, andar, ou às vezes tendo que se alimentar por sondas. Jimin se considera um sortudo, pois teve uma infância como a de qualquer criança (ou quase), pode comer suas comidas favoritas, tem bons amigos... Mesmo que aos 17 tenha descoberto que viverá bem menos que o estimado, não se sentiu abalado. 

Até por que na época deram a ele uma estimativa de um ano de vida. Mas atualmente, aos 19, não acredita que vá durar tão pouco assim. Poder se virar sozinho nunca lhe deu tanto orgulho, mesmo que ainda tenha que viver com os pais por precisar de ajuda às vezes.

— O nome da música? Blinding Lights. — Se referiu à pergunta de um usuário. — Boa, né?? Um dia eu vou fazer um cover, juro!

— Hm? Vocês querem ver meus outros desenhos? Acho que tenho um caderno que não mostrei pra vocês, esperem um pouco. — O garoto levantou com a ajuda de um corrimão comprido, que rodeia todo o quarto. Tem muitos desses pelo andar de cima, para que a sua locomoção fique mais fácil. Não era sempre que ele precisava daquilo, mas às vezes ele não consegue se apoiar sozinho nem se levantar apenas com a força dospróprios braços e pernas.

— Eu tenho certeza de que coloquei aqui... — Disse, fuçando uma das gavetas do próprio armário. Os espectadores não conseguiam vê-lo naquele momento. Mas ele logo voltou, com um caderno enorme nas mãos, e se sentou novamente na cadeira.