Uma princesa NÃO tão perfeita

♤Capitulo 5♤

Capítulo 5
Marie, um cabelereiro, uma maquiadora e uma estilista me arrumaram. Geralmente eu não gostava nem que Marie me arruma- se mas hoje deixei, eles sabiam o que estavam fazendo.

Mas no final me surpreendi com tudo, estava com um vestido azul pastel, e meu grande cabelo estava meio preso e ondulado nas pontas tá aí um grande milagre já que geralmente o volume reinava. Eles me entregaram uma máscara azul com prata.

- Você está linda querida – Disse Marie emocionada.

- Está chorando de novo? – Falei rindo e limpando a pequena gota que teimava descer em sua bochecha.

- Não. Caiu um...
- Cisco no meu olho – Falamos juntas, essa era a desculpa de sempre. Ela sorriu e me abraçou.

- Está na hora, vai, vai.

Desci para o grande salão e me aprofundei na multidão. Ninguém tinha me percebido ainda, até que uma pequena menina deu leve puxadinhas no meu vestido, peguei ela no colo.

- Você é a princesa ne?

- O que? Não sou não.

- É sim, e sim! – Ela teimou. E falou um pouco alto demais.

- Tá bom, tá bom. Sou sim, mas você tem que manter segredo ok?

Ela assentiu dando palminhas.

- Pode deixar seu segredo esta guardado! - Ela falou colocando o pequeno dedinho na boca em sinal de silêncio. Coloquei ela no chão e pisquei.

O intuito do baile era que eu conhece novas pessoas sem a pressão de ser uma princesa porém minha mãe parece não ter entendido, já que ficava me apresentando para todo mundo. Depois de muito tempo conhecendo pessoas procurei um lugar para me sentar e sentei, meus pés estavam me matando.

Sentei em um pequeno sofá lilás.

- Meus pés estão me matando – Um homem disse ao meu lado.

- Eu te entendo – Falei olhando para a bagunça de fios que era seu cabelo.
- É sério esses sapatos de bico fino apertam demais.

- Meus caso e bem pior estou andando em cima de saltos finos! – Falei apontando meus saltos para ele. O mesmo concordou fazendo sinal de redenção.

Passamos um tempo em silêncio.

- Uau, esse lugar é enorme. Você não acha?

- É...já vi melhores – Falei.

- Sério?? Lá em casa e grande mas nem tanto. – Ele falou parecendo estar realmente surpreendido.

- Está gostando de ficar aqui? – Falei tentando descobrir quem era.

- Estou sim. Já conversei com todos...quer dizer menos com a princesa claro. 

- Nossa...sério? – Falei rindo por dentro.

- Sim, mas confesso que sinto um pouco de medo. Ouvir dizer algumas coisas.

- Que tipo de coisas? – Falei interessada demais.

- Que ela e meio exibida e arrogante...

- O que?? – Disse cuspindo um suco que tinha pegado. – Han quer dizer, nossa.

- Você está bem? – Fiz um sinal de joinha para ele -  Pois é. Você a conhece?

- Não! Mas ouvi dizer que e bem legal e charmosa – Falei me elogiando.

- É pode ser. Hey quer dançar? – Ele perguntou se virando totalmente para mim.

- Não, eu não sei.

- Vem eu te ensino.

Fomos para a pista e dançamos muito, ele dançava muito bem e parecia saber o que estava fazendo. Rimos muito e até pisei no pé dele algumas vezes. Voltamos para o sofá depois de uns 10 min.

- Nossa você dança muito bem – Falei para ele

-  E eu sei. Você também, fora as partes em que você pisava no meu pé – Ele falou rindo.

- Ei, não critique meu estilo de dança – Falei rindo também.

- Olha a rainha ali, ela parece estar acenando para você!

- Ah sim tenho que ir, minha mãe está me chamando – Eu disse me levantando.

- Pera aí, mãe? Mas quem é você?

- Sofie. Princesa Sofie – Eu falei, e o vi ficar um pouco constrangido, mas não fiquei por muito tempo para ver sua cara. Fiquei rindo por dentro.
- Meu Deus sou um idiota...- Não ouvi mais.

Minha mãe me chamou e fui obrigada a falar com todo mundo, mesmo de máscara. A intuição não era eu esconder? Depois de muito tempo finalmente cheguei perto da mesa de comida, caraca eu estava morta de fome. Já fui direto nos brigadeiros eram meus doces preferidos da vida!

- Princesa? – Uma  mulher vestida de amarelo falou.

- Sim? – Virei para ela.

- O que está fazendo? – Ela falou parecendo indignada.

- Han, comendo? – Falei.

- Eu sei que está comendo, mas você não pode! Não viu a lista que te mandei?

Mas do que essa maluca estava falando?

- Pera, o que?

- Meu nome é Cheri sou sua nutricionista.

- Ah não tenho isso não – Falei confusa.

- Tem sim! Fui contratada pelo Palácio para te ajudar.

- Não preciso de ajuda estou ótima – Falei fazendo um movimento para mostrar o quão ótima eu estava.

- Sim você está ótima, mas estou aqui para controlar sua alimentação. E doce está cortado da sua lista! – Será que se eu agredisse ela ficaria ofendida?

Sinceramente não estava entendendo nada.

- Ok, não vou comer! Sem alvoroço – Falei me rendendo. Era melhor sair dali.

Me retirei do lugar e decidi ir ao jardim. Estava me sentindo muito cansada. Meu Deus eu estava sendo controlada , nem meus doces eu podia comer mais, daqui a pouco seria as roupas e depois não poderia nem sair.

- Luiza porque você foi me deixar – Falei e uma pequena lágrima desceu pelos meus olhos. Parece que todos querem se meter na minha vida. Só queria voltar a ser a garota normal de 17 anos...Zain Malik eu te entendo.

- Olá como a minha amiga está? – Phillipe disse se aproximando.
- Oi. Não muito bem – Falei me virando.

- O que aconteceu? – Ele se abaixou rápido, deixando a sacola que segurava no chão.

- A Luiza me abandonou, para sempre. E agora estou sozinha e abandonada aqui nessa loucura. - Eu falei e o abracei.

Ele recuou para trás. Como se não quisesse aquilo ou tivesse medo do meu toque. Ele me deu uma empurrada de leve.

- Desculpe. – Falei – Não sei por que fiz isso – Realmente eu não sabia, não era muito de abraços.

- Han não. Eu e – Ele gaguejou.
Não entendi sua reação, parecia que não estava acostumado com isso. Ficamos em silêncio.

- Me desculpe você. E que desde de que Lilian morreu eu nunca lidei com ninguém, não sei reagir muito bem com sentimentos. – Ele finalmente falou.

- É... Eu não devia ter te abraçado.

- Não. Tudo bem. – Ele disse e deu um sorriso de lado.

Ficamos um tempo se olhando. Nenhum dos dois queriam sair dali.

- É então o que você tem aí? – Falei quebrando aquele clima estranho
- Ah é para você – Ele me entregou uma caixinha.

Eu abri é tinha vários brigadeiros.

- Ah minha nossa obrigado! – Falei com um sorriso de orelha a orelha. – Como você sabia?

- Fui na cozinha por que derremei suco no meu terno. – Ele riu de alguma piada interna. – É lá tem uma lista do que você pode ou não comer, sua dama de companhia estava falando que você ia sentir muita falta do brigadeiro que você conheceu lá no Brasil, por que era seu doce preferido. Então resolvi trazer para você!

- Sério isso? Todos estão me controlando! Você quer? – perguntei oferecendo o brigadeiro.

- Não sei – Ele me olhou duvidando – Nunca comi isso.

- Pera aí como não? E a melhor coisa do mundo. Pega aqui garoto – Entreguei para ele. – No 5 você come ok? Sem roubar- Falei rindo da sua cara de tensão.

- Certo, vai

- 1,2,3... ei – Antes de finalizar a contagem ele já tinha engolido.
Ele me olhou com um suspense.

- Eai?

- Uau isso é esplêndido! Como pode nunca comi nada igual. – Ele falou sorrindo como criança.

- Eu sei, eu sei. Pega mais aqui vai.
Depois de um tempo começamos e conversar.

- Desde que perdi minha Lilian nunca mais tive ninguém. Ela foi o amor da minha vida e sempre será. Nunca mais amarei ninguém como ela, minha tristeza foi enorme. Fiquei fechado em um quarto por meses, não me recuperei por completo mas tudo bem.

- É como era ela? – Falei curiosa.

- Ela era belíssima não só por fora sabe, por dentro também. Seu coração era de uma grandeza, para ela não tinha tempo ruim. – Ele suspirou – Eu realmente a amei demais – Ele me olhou sem expressão alguma.
- Isso tudo é bem triste. – Falo sem jeito.

- É sim, mas não quero falar sobre isso. Tá bom?

- Ok. Não vou tocar mas nesse assunto. Agora preciso ir, mas se precisar de mim manda uma mensagem tá bom?

- Tá bom. Vou te acompanhar até o quarto.

Fomos conversando sobre tudo, até que infelizmente chegamos na porta do meu quarto.

- Boa noite princesa – Ele falou, sorrindo.

- Boa noite – Eu sorri de volta.
Uau nunca tinha me sentindo assim. Só nessa hora conversando com Philipe senti um mix de emoções. Mas não podia deixar ele triste não mais. Ia fazer o possível para animar ele. Porém isso podia esperar por que eu estava realmente cansada.