Capítulo 6

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"A polícia não foi capaz de solucionar o caso. Mas o bravo escritor que desafiou sua sanidade, passou três noites no ambiente mais macabro da capital e depois de ter comprovadamente experiências mediúnicas e paranormais, conseguiu solucionar o caso, quando informou à polícia que o assassino misterioso havia se escondido no fundo falso do armário. Reabrindo as investigações, a polícia vasculhou o interior do armário e encontrou digitais que ligavam o diretor do hotel à cena do crime. Após o assassino ser identificado, confessou o crime e foi preso; só assim a atormentada alma pode descansar em paz, e todas as lendas de terror do edifício Matarazzi desapareceram, para todo o sempre. Ao menos por enquanto".

- Ele escreveu um romance em três dias, depois enlouqueceu. É incrível, não é? - Indagou Andreia.

- De fato... - Concordou Marcos. - É realmente lastimável ele não poder regozijar-se com a publicação do próprio livro.

Andreia fecha o livro e desliza os dedos pela capa impressa em alto relevo. O caso do 1810 por Antero Cesar.

- Ei! - Chamou Marcos. - Não fique triste... Ele ficaria feliz em saber que você não desperdiçou o trabalho dele.

- Ficaria, Marcos. Ficaria... - Andreia olha para o céu que surgia por entre as folhas da árvore sob a qual repousava e contempla as nuvens alvas como algodão. Após um longo suspiro ela olha para Marcos e diz: - Sabe o que é realmente curioso?

- O que?

- Uma garota realmente morreu naquele quarto. Mas foi de infarto.

- Sério? Não sabia disso.

- Eu também não, mas depois que ele foi internado, pesquisei. O caso não é conhecido porque não teve grande repercussão. A perícia constatou que ela sofria de uma síndrome rara.

- E quando foi isso?

- Dois de Setembro do ano dois mil...

......

Hospital psiquiátrico - Nesse exato momento.

- Então você está feliz? Que bom, que bom. Eu sabia, eu sabia que ia ficar feliz. Mas por que você não foi embora?

O homem levanta-se com dificuldade por conta dos braços amarrados com a camisa de força, caminha pela sala acolchoada e depois de um tempo pergunta:

- E você sabe quem era o outro? Entendi... Tenho que sair daqui. É mesmo? Será que vai dar certo? Vou tentar.

Ele aproxima-se da porta, pigarreia e grita:

- Enfermeiro! Enfermeiro... Eu me lembro de tudo. Eu tive um surto. Mas estou bem, consigo me lembrar de tudo.

A porta abre e o enfermeiro sorridente abraça o homem, eles se entreolham e gargalham alto e demoradamente.

.....

O enfermeiro estava junto à porta espiando pela janela inquebrável. O médico aproximou-se, verificou o prontuário e questionou:

- Esse é um dos transferidos?

- É sim, doutor. É o escritor maluco, lembra?

- Sim, sim. Ele está rindo há quanto tempo? - Perguntou o médico ao enfermeiro.

- Desde que chegou, doutor.

- Esse é grave. Bem, aumente a dose - disse o médico e depois de dar um tapinha nas costas do enfermeiro, saiu pelo corredor assobiando Wind of changes.



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Olá pessoes!

E aí? Curtiram o final? Pois é, não podia dizer antes, mas o conto é baseado em transtornos mentais.

Vem comigo, tenho mais umas palavinhas sobre isso.

Beijitos!

xoxo

O caso do 1810Onde histórias criam vida. Descubra agora