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A mão de Heloísa está presa ao braço de seu pai, enquanto ele caminha, bravo. Mas mantém um singelo sorriso no rosto para que os convidados não percebam.
- A procurei por todo o lugar e Irene disse que não sabia onde estavas! - Alcides e Heloísa, se aproximam da mesa onde Clara está.
- Não se preocupe mais querido, nossa filha já está de volta. - Clara se levanta, indo ao encontro de Heloísa.
- Não sei o motivo de tanto alarde, me arrancando dos braços do rapaz daquela forma. Eu não estava fazendo nada de errado, penas dançando! - reclama Heloísa, cruzando os braços com expressão carrancuda. - O senhor vê coisas onde não tem!
- Alarde era o que a Srta estava fazendo, no meios de todos os conhecidos da Cidade, dançando com um rapaz que mal se sabe as origens! - Alcides reclama, enquanto se acomoda nas cadeiras.
- Era apenas uma dança!
- E sem a minha permissão, aquele atrevido! - reclama, ultrajado. - E você Irene, me deixa bravo ao saber que enquanto dizia não saber onde Heloísa estava, ela dançava com um verdadeiro desconhecido. Achei que iria vigiar! - Alcides lhe cobra.
- Mas foi eu quem quis ir papai, Irene não teve culpa! - Heloísa toma a voz.
- Já basta! Eu não quero mais falar sobre esse assunto. - Alcides agora só pede incessantemente que nenhum de seus conhecidos tenham visto tal cena.
- Me preocupei contigo, por causa de seu pai - Irene se aproxima com voz baixa, e olhar preocupado em direção da garota.
- Não te preocupes, Irene. A culpa não foi sua. - A mais nova sorri suavemente, colocando a mão sobre a dela. Depois disso, seu olhar se torna desanimado.
O baile segue com Alcides pedindo para Heloísa dançar com seus conhecidos, mas ela negou. O restante do baile para ela, foi o menos interessante possível, enquanto ela mantinha a mão encostada no queixo e olhar entediado.
Sempre que possível, passava os olhos ao redor para ver se encontrava Ângelo, mas por não vê-lo em ligar nenhum, chegou a infeliz conclusão que ele tivesse ido embora.
•••
A semana se passa arrastando para Heloísa. O Mesmo sentimento de não ser a dona de suas próprias decisões, mesmo que mínimas, e ter sempre seus passos observados por seu pai a incomoda mais do que nunca dessa vez.
Lembranças da noite do baile, não saem de sua cabeça, por ter sido diferente de todas as outras. Mas infelizmente, nunca mais poderá se repetir. Seu coração vai se tornando mais triste a cada dia. Ela tem consciência de que não teria qualquer chance de rever aquele rapaz tão belo, simpático e com os olhos negros mais expressivos que já conheceu, novamente, então tenta esquecer.
O dia está abafado, Heloísa segue viajem na carruagem junto com Irene, a caminho de casa, depois de voltarem do centro da cidade. Trazem essências, óleo de banho e algumas plantas medicinais. Finalmente a carruagem entra nas terras dos Gonçalves. O caminho de terra vermelha, sempre faz levantar a poeira, por onde as rodas passam.
Heloísa ergue os olhos e através da janela, ela observa as grandes plantações de café que somem de vista sob o sol quente e céu limpo. Começa a pensar que por causa de tantas terras, ela já prevê dias terríveis para os próximos anos.
Seus grandes olhos cor de mel, são tomados pela tristeza, pois sabe que seu futuro casamento será apenas negócios de famílias importantes. Desde os herdeiros, até a convivência com seu futuro esposo.
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•{𝑨𝒄𝒐𝒓𝒅𝒐 𝑪𝒐𝒎 o s𝒆𝒖 𝑪𝒐𝒓𝒂𝒄𝒂𝒐} - Reescrevendo
RomanceHeloísa é uma garota linda e esperta, que luta pelo que quer. É filha de Alcides, o senhor dono das maiores terras de café da região. Por ser de família importante, seu pai cuida para que ela só se envolva com alguém a sua altura. Mas Heloísa nem p...