A terra tremia. Era notório que estávamos sob extremo perigo. Cavill fazia o cavalo correr o mais rápido que podia. Uma parte de mim estava assustada e a outra queria sangue. Sangue por sangue.Eles estavam perto, gritavam, tinham uns 15 homens juntos de armadura e espadas. Tudo o que eu enxergava eram árvores, galhos e escutava os supostos guardas do Império do Medo gozarem de mim.
'' A princesinha vai cair do trono"
" Não adianta correr quando seu oponente vai vencer"As palavras proferidas ardiam minha alma e faziam com que a minha cede de raiva crescesse. Naquele exato momento, páginas do livro me vieram à mente, e não hesitei em proferi-las.
— nobiles in terram corruent — O dito sai da minha boca assim que eu olho de relance para trás e o chão parte-se ao meio, fazendo com que uma fenda abra e todos aqueles que antes me subestimavam, estavam gritando por misericórdia.
Cavill para o cavalo e me olha incrédulo. Sua respiração estava pesada.
— O que diabos você fez? — O bruxo indaga.
— O que tinha de ser feito. — Ao descer do cavalo, vou até a fenda, observar o feito. Todos os homens estavam sob terra, a maioria mortos, outros a beira do meu avô Samael. Mas um em específico, me olhava com os olhos arregalados. — Você. — Aponto para ele, e o mesmo estremece. — A mando de quem vieram me pegar e por quê?
— O Rei. — Ele tossia sangue. — O rei Irian, quer um sangue nobre, celeste e virgem para...
— Para o que? FALE! — Grito.
— Pã..
Seus olhos reviram e o sangue continua jorrando de sua boca.
Merda. Pã?
— QUE PORRA É ESSA, PANDORA? — O bruxo grita atrás de mim. — Até ontem, você era normal, e eu tinha um vulcão em forma de ferida em meu abdômen e do nada ele some, somos perseguidos por iranianos e você abre um buraco no chão. COMO DIABOS VOCÊ ESTÁ CONSEGUINDO FAZER ESSAS COISAS?
Mas que susto.
— Eu sou híbrida, Cavill, você mesmo sabe. Ontem minha avó me conjurou, deu início a minha ascensão e me deu um dragão que está dentro de um ovo em minha bolsa e esse livro com feitiços para a minha sobrevivência. Fim. — Falo com uma expressão serena, enquanto o bruxo me olha com um misto de curiosidade, receio e raiva.
— Por que não me contou?! — Ele questiona alterado.
— Por isso — Digo apontando para ele — Você ia surtar, como está fazendo agora.
— Certo. — Ele diz massageando as têmporas no intuito de se acalmar. Eu não o condeno, se fosse o contrário eu gostaria de estar dentro da fenda com os iranianos. — Você tem como, bom, fechar isso daí? — Apontando para o enorme buraco no chão repleto de homens.
— per terram quae fuit ad terram. — O vale antes vasto, agora era tomado pelo solo antes fechado. As ervas daninhas voltaram ao seu lugar e tudo parecia como era antes, como mágica. — Pronto.
— Eu sinto tanto que você vai me dar um trabalho... — Cavill respira fundo.
— Se o trabalho for salvar nossas vidas, no final você vai me agradecer. — Sorrio e ele revira os olhos. — Ainda estamos na floresta das Sete luas?
— Ainda. Estamos sob ataque, Pandora, se formos continuar hoje, provavelmente iremos esbarrar com mais guardas, Xanthus já não aguenta mais correr. Precisamos fazer um desvio até Salute, a união de magia de Hidronia. Conheço bem o local e estaremos seguros por hora. Me acompanhe.
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Magicae
FantasyO Império do medo. Constituído pelos iranianos. Os mesmos queriam matar todos os descendentes grego-latinos, no intuito de derrubar a mitologia e crenças religiosas, bem como o território dos anjos caídos, onde, qualquer fonte de vida restante seria...