[04]

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— Madeline?

Batidas fortes na porta do quarto me fizeram abrir os olhos meio atordoada.

— Oi...? - murmurei passando a mão no rosto enquanto me sentava na cama, tentando entender o que estava acontecendo.

— Você está bem? - meu tio perguntou do lado de fora do quarto — Suas amigas estão lá fora te esperando tem quase uns dez minutos...

Caralho.

Olhei para o lado e vi Adrian dormindo profundamente e percebi que mais uma vez eu estava usando sua blusa. Caralho. Caralho. Tínhamos dormido tarde mais... Mil vezes caralho!

— Eu... eu... - ao olhava ao redor do quarto, procurando por algo que me ajudasse a criar uma desculpa, até que eu vi minha salvação, ao pé da minha cômoda, eu vi uma embalagem vazia do comprimido que eu tomava quando estava com cólicas menstruais. Amém. — Poxa, eu tô com cólica, tio... - menti. — Eu vou ter faltar a aula hoje...

— Quer que eu compre remédio para você? Ou traga um chá? Uma compressa quente?

Sorri agradecida com a preocupação do meu tio. Ele lembrava meu pai.

— Não! Não! Eu tenho, eu vou tomar e daqui a a pouco vai passar, não se preocupe. - falei rápido, temendo que o homem quisesse entrar.

— Sua tia e eu vamos chegar só a noite e a Val também, ela tem ginástica hoje. - avisou — Se você passar mal ou acontecer qualquer coisa me liga.

— Tudo bem tio, não precisa se preocupar.

— Se cuida, estamos de saída.

Respirei aliviada e me joguei de costas na cama, caindo por cima de alguém. Era tudo culpa de Adrian.

Adrian!

— Adrian... - balanço seu braço, mas ele apenas geme algo que eu não entendi e continuou dormindo. — Adrian! - belisquei seu braço com toda minha força e ele pulou assustado, se sentando na cama de uma vez.

— Madeline? Caralho! O que eu tô fazendo aqui?! - exclamou.

— Madeline? - Ouvi a voz de Valéria e tapei a boca de Adrian com minha mão.

Que caralho.

-— Sim?

— Tem alguém aí? - vi a maçaneta da porta se mexer. Como se a garota tivesse tentando abrir a porta a força.

— Não? - fiz a desentendida, encarando Adrian, implorando para que ele nem ao menos respirasse.

— Juro que ouvi uma voz masculina...

Vá se fuder!

— Não. Não tem ninguém. - forcei a garganta. — Você tem algum remédio pra cólica? Tô me desmanchando em dor...

— Não, não tenho - e ouvi o som do salto bater contra a madeira, se afastando.

— Puta merda... - Adrian murmurou assim que eu tirei a mão de sua boca.

— Vai ter que esperar a Valéria sair pra poder ir embora, se ela te ver aqui é capaz dela me matar... - revirei os olhos irritada — Por que essa droga não despertou? - olhei para a mesinha que ficava ao lado da minha cama e não achei o relógio digital. — Onde tá? - olhei ao redor da cama e não achei nada.

— Pega alguma coisa pra gente comer... - Adrian pediu, fechando os olhos outra vez, voltando a deitar na cama, como se ela fosse sua.

— Você tá muito folgadinho garoto... - murmurei me levantando da cama, só que em vez de ir procurar algo pra comer eu fui ao banheiro.

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