O retorno.

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Por que é que havia de me sentir sozinha? Raras vezes na minha vida, desde que me lembro de mim, tive um sentimento de solidão. E não me sinto mal na minha companhia, divertimo-nos muito os dois, eu e eu. Não me aborreço. 

    

O sol começava a iluminar o pequeno quarto de cor rose, meus olhos lentamente iam se abrindo para acostumar com a claridade que invadia o ambiente, o silêncio da casa parecia cada vez mais assustador, me sentei na cama passando a ponta dos dedos sobre os fios ruivos de meus cabelos. A noite mal dormida acompanhada de um estranho pesadelo me fez acordar mais de uma vez na noite, e estranhamente meu pai não correu me socorrer pelo contrário, o silêncio continuou.

Me levantei caminhando lentamente até o banheiro,  as necessidades humanas herdei de minha mãe - Felizmente ou talvez infelizmente porém ainda assim, era necessário alguns minutos abaixo do chuveiro - após isso coloquei um vestido azul com pequenas flores em amarelo, deixei os pés descalços enquanto descia as escadas da pequena casa de madeira de meus pais, retornar para Forks após alguns longos anos parecia estranho, as lembranças vagas do ambiente e o clima era assustadoras e ate mesmo embaçadas, permanecer distante foi difícil porém como papai dizia "mal necessário."

Balancei a cabeça negativamente, tentando afastar lembranças ruins, a cozinha estava limpa, na pia apenas o copo de água que avia tomado antes de me deitar, na sala a tv desligada e o aparelho de som bipavam uma luz vermelha, ignorei e continuei a caminhar até a porta de madeira da frente da casa, abri e observei a densa camada de neblina formada e as partículas pequenas de água que começavam a cair, o frio não era algo que eu sentisse de forma tão intensa quanto os humanos, porém não estava livre dos calafrios do vento.  Entrei novamente na casa, e me sentei no sofá o silêncio estranhamente me fez refletir sobre todos os acontecimentos que minha chegada trouxe a vida de meus pais, o crescimento acelerado foi um problema, meu dom foi um problema e principalmente eu quase ter matado minha mãe foi um problema, por mais doce minhas lembranças ainda sim, tinha a força e a brutalidade de como quase a matei, o tempo correu depressa e atingi minha maior idade após 7 anos de meu nascimento, atualmente tenho a aparência de 17 anos, vivi anos no Alaska, me distanciei de todos para a segurança de minha família, apenas mamãe e papai me acompanhavam, as vezes recebia visitas, mas o vovô se mantinha atarefado em Forks juntamente com Esme meus tios procuravam me visitar com mais frequência, o que era bom pois eles me mantinham sempre ocupada e sempre alegre.

Por alguns segundos, fechei os olhos lembrando de um único sorriso que no meio da multidão dos Volturi me fazia feliz, Jacob Black, a tempos não se víamos, de início eu contava todas minhas novas descobertas por telefone porém, ele foi deixando de me atender, talvez estivesse vivendo sua vida, seguindo em frente, filhos? Talvez.  Abri os olhos depressa, talvez para tentar esquecer tais pensamentos, não era possível que ele estivesse casado já, talvez ele só não quisesse atender mais uma criança tola, que não entendia exatamente a ligação que tinham, mas sempre meus pensamentos estavam sendo direcionados a ele, estava ficando complicando camuflar os sentimentos.

Renesmee. ──── A voz de minha mãe ecoou pela sala, e eu me virei para assim encontrar os belos olhos castanhos escuros que me encaravam com curiosidade.

─── Sim, mamãe.─── Disse, me levantando e indo ao seu encontro,  seus olhos me encararam com certa ternura.

─── Todos estão a sua espera minha querida. ─── Mamãe disse tão animada que eu não poderia negar, estava ansiosa para ver todos, tia Alice me enviava coleções nova todo mês, ligações e mensagens era trocadas comigo a maior parte do tempo, Rosalie me visitava uma vez por mês, sua ligação comigo não se desfez com o tempo, e eu a amava com todo meu coração, vovó e vovô sempre ligavam tentavam ser o mais presente possível, e assim foi indo, até que meu pai resolveu voltar para Forks o que foi um choque para mim e mamãe.

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