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Naquela noite, entrei em casa como se pisasse em nuvens de algodão e pretendia pensar muito em Naruto antes de dormir. No entanto, a pirralha da Hanabi atrapalhou meus planos quando entrou saltitante no quarto querendo saber aonde eu tinha ido.

- Não é da sua conta. - mostrei a língua e me joguei na cama tentando disfarçar o sorriso gigante que estampava o meu rosto, era impossivel. Eu me sentia uma garotinha de quinze anos apaixonada pela primeira vez.

Tanto que Hanabi logo percebeu a mudança em meu temperamento.

- O que aprontou para estar com esse sorrisão de orelha a orelha? - perguntou, pulando em cima da minha cama.

- Shiuu, vai acordar nosso pai! - chamei sua atenção mas logo voltei atrás e cai na gargalhada tamanha era a felicidade que eu sentia.

- Não acredito, viu o passarinho verde, foi? - Hanabi exclamou eufórica. - Eu vi pela minha janela, quando você chegou de carro e demorou um bocado pra entrar, quero saber tudo.

- Hana, eu estou apaixonada. - confessei em voz alta pela primeira vez desde que conheci Naruto. - Eu estou completamente apaixonada!

- Você jura? - devolveu dando risada junto comigo. - E quem é o felizardo?

- Naruto. - falei e toquei sonhadoramente meus lábios com a ponta dos dedos. - Ele me beijou, depois eu o beijei, por fim nós nos beijamos!

- Sua bandida, você tem foto dele? O beijo foi bom? Vocês estão namorando? - fez uma enxurrada de perguntas e eu apenas corri para o computador, abrindo o canal de Naruto no youtube.

Depois disso, Hanabi adentrou a madrugada maratonando todos os videos dele e eu a acompanhei, pela segunda vez, suspirando toda boba sempre que Naruto aparecia sorrindo para a câmera. Inclusive, não via a hora de vê-lo pessoalmente e beijá-lo muito de novo. Mesmo ainda sentindo o gosto de menta e cerveja na minha boca, eu queria provar muito mais. Eu estava tão feliz que se quer pensei nos meus amigos e no que eles diriam quando soubessem que eu havia ficado com o calouro.

Mas, até então, eu não via problema algum nisso. Eu gostava de Naruto e pensava em nada mais, além de nós dois juntinhos da mesma forma que ficamos no carro mais cedo.

(...)

Acordei com Hanabi enroscada a mim.

- Hana, acorda. - a chacoalhei e ela abriu os olhos lentamente.

- O que foi? - resmungou, tornando a dormir.

- Você precisa me cobrir na loja do pai. - falei, mas sorri ao vê-la murmurar algo inteligível e virar para o outro lado.

Deixei um beijo em sua testa e levantei para me arrumar, sentindo-me infinitamente bem. Eu odiava trabalhar na loja do meu pai, porque as pessoas sempre ficavam me olhando torto, quando ia atendê-las. Porém, esse não era o motivo principal para eu não poder trabalhar, Naruto iria jogar e tinha reforçado o convite um pouco antes de eu sair do carro. Assim sendo, Hanabi tinha que quebrar uma pra mim. E, apesar da cara emburrada que ela fez, por precisar trabalhar em meu lugar, logo desanuviou a expressão e sorriu, quando eu contei o meu motivo para furar. Hoje eu estava saltitante e nada nem ninguém estragaria meu humor. Consequentemente, depois de quase expulsar Hanabi do meu quarto, consegui me vestir e, por mim mesma, apenas caprichei no rímel e coloquei um batom na boca. As roupas como sempre eram escuras, porque noventa e nove por cento do meu guarda-roupa era composto da cor preta. Quando saí na rua, Naruto já estava me esperando com Sasuke e Sakura a tiracolo. No entanto, notei o moreno um pouco arredio e esquivo, parecia triste. Mas, como não éramos tão íntimos, não podia perguntar o porquê, aliás, nem precisava, na certa era devido à notícia que recebeu referente a doença do amigo. Inclusive, também fiquei triste por um momento, mesmo sem conhecê-lo profundamente.

Nosso último adeus - NaruhinaOnde histórias criam vida. Descubra agora