5. The i'm always by your side

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5. The i'm always by your side

Não é que Harry esteja atrasado, é que Harry não está lá.

A visão do lugar vazio na primeira fileira, sempre ocupado por um fanático de cabelos encaracolados, cria um rebuliço no estômago de Harry. E não é que ele não saiba que Harry está doente, mas ele é seu amuleto da sorte, a única coisa que o deixa calmo durante as performances, e sem Harry, Louis pensa que talvez ele vomite ou desmaie ou morra ou até pior, embora ele não tenha certeza do que poderia ser pior do que morrer sem ter Harry perto dele.

"Louis, você estará no ar em cinco minutos," Liam diz, dá um tapinha em suas costas e se dirige mais pra frente para falar com os outros membros do elenco.

Os dedos bronzeados de Louis apertam a cortina vermelha de seda com força ao que ele observa a platéia, espera por qualquer sinal do namorado ainda que ele saiba que ele não virá. A última vez que Louis o viu, ele estava vomitando, gemendo e tossindo em dor absoluta. Então Louis sabe que Harry não estará ali, sabe que ele vai perder sua peça pela primeira vez, mas ele ainda espera, ele ainda tem esperanças de que Harry vai miraculosamente aparecer, de repente curado da sua doença.

"Louis, vai consertar sua maquiagem, sua pele está em dois tons diferentes," Liam ordena enquanto observa todo o elenco, procurando imperfeições.

Com um último relance na platéia, Louis caminha até Lou Teasdale e espera ela passar pó em todo o seu rosto como ela sempre faz. Ela puxa um pó compacto, o acaricia enquanto sorri para ele, "Não se preocupe com ele, você vai ficar bem, amor. Apenas foque no show."

"É fácil falar," Louis murmura e quando Lou o libera, Zayn está pedindo para todo o elenco "calar a porra da boca" porque "é hora da peça sangrenta começar".

Esse ano eles estão fazendo A Terra do Nunca, uma continuação humorística do Peter Pan. Louis é o Peter Pan e Eleanor a Wendy, e Louis não se importa muito com o resto da peça, só quer ver cachos na primeira fileira.

Ele e Eleanor estão nas suas posições designadas e ao que a cortina se levanta, os olhos azuis de Louis imediatamente entram em contato com o lugar vazio, e ele sente seus olhos olharem pra cima e seu coração se aperta um pouco quando ele percebe que Harry não está ali. Harry sempre esteve ali, por quatro anos, ele esteve ali por cada peça, cada performance.

No nono ano, ele se sentou no fundo. Nunca trazia nada, não tratava como algo importante, nunca ia falar com Louis no final. Mas ele esteve lá em todas as apresentações, e embora eles não fossem nada além de amigos, ele já era seu amuleto da sorte, a chave para o sucesso em toda e cada uma das apresentações de Louis.

No primeiro ano ano, Harry chegou, se sentou no fundo, mas trouxe flores. No começo, Louis pensou que era cômico, o buquê claro contrastando com as roupas escuras de Harry, o papel de Harry sendo o de namorado que o apoia quando ele parecia pertencer à um beco. Mas na primeira noite, quando Harry veio até ele no fim da apresentação, ele deu o buquê pra Louis, murmurando algo sobre como ele foi bem, antes de empurrá-lo em um beijo e sussurrar, "Você estava perfeito. Você é tão, tão perfeito, Louis. E você é todo meu.", e essa foi a primeira vez que Harry chamou Louis de seu, e depois daquela noite, as flores apenas o deixaram apressurado e a vista do seu namorado segurando-as fizeram seu coração acelerar, porque Louis era de Harry e Harry era de Louis e eles pertenciam um ao outro.

Segundo ano, Harry se encontrou no departamento de teatro. Ele se sentou na primeira fileira toda e cada noite, trouxe flores em todas as peças e parabenizou Louis com beijos e elogios, sentou e o esperou durante os ensaios e o ajudou nas falas sempre que Louis o pediu, e quando a peça acabou, ele se levantou e aplaudiu por um longo tempo de pé, mesmo que ninguém mais tenha feito o mesmo. Os esforços de Harry nunca passaram despercebidos.

Toda a escola havia sido deixada perplexa e confusa. Eles não entendiam Harry e Louis, não entendiam como eles funcionavam. Harry nunca havia falado com ninguém, nunca havia dado a chance para alguém falar com ele. Ele fumava como um viciado, matava aulas como um louco, vestia casacos escuros e parecia morto. Eles não entendiam como alguém como Harry podia ter o coração de Louis, não entendiam como alguém como Harry podia brilhar, rir e sorrir. Mas foi nesse ano que todos aceitaram isso. Ok, então ele nunca fala ou sorri, mas quando o faz, é com Louis. Entendido.

E foi no segundo ano que eles disseram os primeiros "eu te amo". Atrasado para a primeira peça de do ano, Harry chegou, mais desastrado do que o normal com seus pés com dedos de pombo, envergonhado pelas suas flores murchas. Ele havia feito seu melhor pra deixá-las salvas, mas a chuva havia os pego no caminho para a peça e elas secaram durante a tempestade, "Eu só queria te comprar flores bonitas e você estava tão bonito na peça e você foi tão bem e Deus, eu te amo, tanto, eu só queria te comprar algumas flores, mas a chuva idiota e..." e Louis o calou com um beijo e sussurrou, "Eu te amo também.", e foi isso.

Mas esse ano seria a primeira vez que Harry perderia a peça. A primeira vez em quatro anos. Sem flores, sem ovação de pé, sem parabéns, sem eu te amo, sem beijos, sem sorrisos na primeira fileira, sem Harry. E isso deixava Louis nervoso.

Ao que a primeira cena acabou, a esperança de Louis se despedaçou. Harry não viria. Ele foi até os bastidores, se trocou rapidamente e colocou seu próximo figurino e correu novamente para voltar pro seu lugar para a cena seguinte. Ao que as cortinas caíram, a platéia foi revelada, e no assento vago sentou seu namorado, vestido com o que ele tinha colocado para ir pra cama, com cabelos sujos e olhar mirrado como sempre. Mas em seu colo havia um enorme buquê, brilhante e lindo e ao que seus olhos se encontraram, Harry sussurrou, "Desculpa, to atrasado."

↠↠↠

A peça foi um sucesso e o elenco deu as mãos e se curvou para a platéia, Louis encarou seu namorado doente, tossindo na manga da própria blusa, e ainda assim de pé e aplaudindo mais alto do que qualquer um na platéia. Ao que as cortinas caíram, ele correu para a coxia, fugindo para dentro de seu camarim, rapidamente colocando suas próprias roupas e a touca que ele havia pegado do quarto de Harry antes de sair. Deslizando-a sobre a sua cabeça, ele se apressou, passando voando em busca do seu garoto.

"Louis! Lou! Você foi ótimo!"

Louis se vira com o som da voz áspera e rouca terminando em uma tosse. Seus olhos amolecem ao que ele olha para Harry, coração se apertando com a visão, "O que você está fazendo aqui, amor? Você está doente, você deveria estar em casa descansando, Harry."

Mas Harry ri, estendendo o buquê, "Desculpa, eu só perdi a primeira cena. Mas você estava perfeito, como sempre."

E Louis sabe que ele deveria repreender Harry mais um pouco por ter ido na peça quando ele estava doente, deveria dizê-lo que ele deveria ter ficado em casa e descansado um pouco, mas ele não consegue. Tudo que ele consegue pensar é que Harry está ali e ele está tão feliz com isso.

Jogando as flores para o lado, em uma mesa próxima, ele pega Harry em seus braços e aperta, bicando suas bochechas, seu pescoço e seu queixo e se perguntando o que ele fez para merecê-lo, "Eu pensei que você não ia vir. Eu estava com tanto medo; Pensei que você não estava vindo."

Os braços de Harry se envolvem em torno da cintura dele com força, tranquilizadoramente, algo como uma promessa, seus lábios beijando sua nuca, pressionando suas clavículas e seus ouvidos, "Eu nunca perdi uma apresentação, não é?"

E seus braços apertados um ao outro, seus lábios trocando eu te amo's, seus corpos pressionados um ao outro, seus corações cantando a mesma música, jogando o mesmo jogo, segurando um ao outro.

I'll Breathe Your Air Into My Lungs [l.s] PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora