O meu Sol

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As vezes me pergunto "por que eu ainda estou aqui?"

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As vezes me pergunto "por que eu ainda estou aqui?"... Nunca soube responder, mas de fato nunca estive tão perto... Você deve estar se perguntando: "quem é esse maluco e o que ele
ta falando?", as vezes também me pergunto " quem sou eu?" eu? Sou um pobre infeliz... Nem
tão pobre assim, mas ainda assim infeliz. Resumindo um pouco minha história...

Minha vida começou no dia em que a "mulher que me teve" me abandonou num orfanato no sul de Busan.
Eu tinha só um ano de idade, e aquela maldita me deixou numa caixa de papelão... Apesar de nem me dar conta daquilo na época, saber disso hoje... Não é legal.
Fiquei no orfanato até meus
15 anos, e apesar de ter conseguido sobreviver ao bullying na escola, aos pirralhos do orfanato, a sensação de ser você por você mesmo... Minha vida não tinha sentido, nunca
teve...
Eu gostava de tocar violão debaixo de uma arvore no páteo do orfanato, era o meu único bem e
era o único momento em que por uns minutos eu tinha paz. Até que um dia...
Percebi uma
movimentação estranha no páteo, não era uma movimentação comum como crianças
desesperadas, indo atrás de um casal querendo um bebe ou uma criança bonitinha pra levar pra casa,
como se escolhe um cachorro numa vitrine de um petshop... Varias pessoas esbarraram em mim, quase me levaram, mas eu acabei ficando na minha. E quando eu menos esperava, o sol apareceu...

Era um sol diferente, tinha uma áurea que brilhava tanto, a ponto de cegar, cheirava a rosas, tinha cabelos cacheados que pareciam terem sido feitos pelas ondas do mar, a pele parecia um lindo capuccino quente, uma boca rosada, e os olhos... verdes e doces, sem uma gota de pena, mas cheios de amor. Foi isso que eu vi quando a Aylla entrou pelo portão...

Foi naquele instante que minha vida começou a ter sentido... "ver o sol outra vez" esse era o meu objetivo.
Ela sentou do meu lado, e eu não sabia quem era, na verdade nunca tinha visto ninguém nem parecido com ela. Eu poderia ter perguntado qual era o nome dela... Se o sorriso dela não tivesse anulado toda possibilidade que eu tinha de pensar em alguma coisa.

— Oi... você ta bem? - Disse Aylla com o sorriso mais lindo que já vi.
— Han? — Foi a única coisa que consegui dizer fora de mim.
— Oiii! Alô terra... — Ela falou balançando a mão na frente do meu rosto.
— Ah! Desculpa... Oi.
— Você ta bem? — Acho que ela nunca tinha visto alguém tão lerdo.

Queria ter dito que eu estava bem... Era a resposta que ela merecia ouvir. Mas ao invés disso,
falei merda como sempre...

— Isso é sério? Passei os últimos 15 anos da minha vida num orfanato depois de ser
abandonado numa caixa de papelão...
— Ta bom, desculpa! Não tá mais aqui quem falou...

Depois desse fiasco, ela podia sair dali, e ver outra pessoa... Mas não. Conversamos por uma hora, mas depois ela teve que ir.
A essa altura já sabia o nome dela, e foi o suficiente pra eu ir numa lanhouse e pesquisar... Matérias e matérias sobre Aylla Miller... Casada, mãe de uma menina de DEZ ANOS, modelo, CEO de uma agência
de modelos internacional, dona de uma empresa de moda e de uma rede de lojas na Suíça...

Aí eu te pergunto, o que alguém como ela vem fazer num orfanato? Isso mesmo...

Se eu pudesse escolher, ainda seria você...Onde histórias criam vida. Descubra agora