4°| Amigas

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Jennie's Pov

O fato de eu ter passado o final de semana inteiro com Lisa em uma casa de campo e ter a sensação de que o tempo passou rápido demais, só me dava a certeza de uma única coisa.

Eu estava completa e perdidamente apaixonada por ela. Um elo quase feito que instantâneo, Lisa era gentil, sincera e engraçada, me falava coisas que eu nem ao menos pensava que precisava ouvir. Ela me faz querer viver mais, conhecer o mundo, mesmo sem sair da cidade. 

Eu estava no quarto terminando de vestir uma roupa leve, quando minha mente voou para o dia anterior, estávamos no sofá grande da sala da casa de campo, eu estava aninhada em seus braços, ela fazia carinho nos meus cabelos enquanto cantarolava uma música, estava tudo calmo, e acabamos dormindo ali mesmo, naquela posição.

Um momento simples, sem pedir por mais, apenas a calmaria e o conforto de estarmos na presença uma da outra.
 
Martha entrou no quarto me fazendo assustar um pouco e sorrir por estar distraída. 

– Vai a algum lugar? Seu pai chega hoje. — Ela reforçou minha memória caso eu não lembrasse, mas como poderia esquecer?

– Vou só visitar Lalisa. Eu volto antes do papai chegar. — Busquei minha bengala e me aproximei da senhora. – Pode chamar um táxi para mim? O de sempre. — Martha tinha um único taxista de confiança, bom, de confiança dela, ela não me permitia sair por aí com desconhecidos. 

– Posso meu bem. Vamos, eu te ajudo a descer. — Após me deixar na frente de casa, esperou o táxi comigo por mais alguns minutos.  Eu estava tão nervosa que mal podia me conter quieta, pernas e mãos trêmulas, sinal de que o efeito Lisa estava sob mim. Nosso beijo não saia da minha cabeça, apesar de termos ficado sozinhas por mais tempo, eu não estava tão confiante em beijá-la novamente.

Aproveitamos outros momentos, conversamos muito, e a mais alta me compreendeu. Ela está sendo a primeira mulher com quem eu estou tendo algum tipo de sentimento, então, decidimos ir com calma em nossos passos. 

Estou indo visitá-la de surpresa apenas para matar um pouco a minha saudade e convidar a mesma para um jantar junto do meu pai. Ele com certeza aprovaria Lisa em todos os sentidos.

Depois que o táxi parou em frente à floricultura, desci com cuidado do veículo e puxei o ar lentamente para dentro dos meus pulmões. Abri a porta devagar e o sininho não fez tanto barulho dessa vez.

Está silencioso aqui dentro, com passos lentos, busco o balcão principal para poder esperar que Lisa me veja. Porém, isso não aconteceu. 

Ouvi sua voz vindo de outro cômodo não tão distante, e ela não estava sozinha, a voz de uma outra mulher desconhecida por mim se fez presente.

"Eu te amo demais Lisa. Eu só quero que você seja feliz." A mulher disse, e nessa hora meu coração disparou, inexplicavelmente. 

"Eu também te amo, e sempre irei te amar, sabe disso." A voz que eu tanto conheço respondeu e eu não podia mais estar ali, pensei imediatamente.

É claro que uma mulher como Lalisa não iria ficar interessada em uma mulher como eu por muito tempo, como eu sou idiota!

Engoli a seco e tentei sair depressa do local sem ser percebida, mas esbarrei em algo em cima do balcão, com certeza algum vaso que estava por ali, que saiu no chão fazendo um barulho estrondoso, além da sujeira que eu suponho ter feito. 

– Droga! — Reclamei comigo mesma.

– Jenn? — Lisa se aproximou, pude sentir sua mão tocar em meu braço, me desviei de seu toque ainda tentando sair dali. – Ei, você está bem? 

Really | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora