Cú de bêbado...

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O ditado já diz:
"Cú de bêbado não tem dono."

E não tem mesmo, já que algumas horas depois eu estava irreconhecível, com um moletom preto de capuz que peguei emprestado do Noah e parecendo uma fugitiva. Mas isso não importa, a não ser o fato de, onde eu estava.

Pois é, no lugar aonde você menos imaginou que eu estaria, no lugar onde eu menos imaginei que eu estaria.

Isso mesmo de volta a recepção do Montage Hotel. Que merda eu estava fazendo lá? Bom!

Recapitulemos...

Paramos no ponto em que, eu estava na piscina, tombando de bêbada e conversando com o Noah, certo? Então.

Gritando eu já estava prestes a fazer o Noah ser expulso do Condôminio:

-Noah! O que eu faço com essa merda de memória que fica voltando na minha cabeça, me fazendo relembrar do babaca do Justin a cada 10 segundos. Me diz o que eu faço?

Rindo Noah me ajudou a sair da piscina: -Primeiro você vai tomar um banho, porque se eu acender um fósforo perto de você, vai tudo para os ares.

- Eu estou falando sério Noah, o que eu faço? Insisti com a pergunta já embaixo do chuveiro.

Noah cruzou os braços em crescente impaciência:
- Samy, desde quando você escuta o conselho de alguém, o que vai adiantar eu te dizer o que fazer?

- Eu te escuto sim Noah. E como prova disso. Eu farei o que você me mandar fazer.

- Eu duvido. Mas de coração amiga, sabe o que eu faria? Me entregaria pra ele sem pensar em nada. Porque eu sou desses, que prefiro me arrepender de ter feito, do que nunca ter tentado.

- Mas Noah! E se... E se... E se eu me apaixonar?

-Então se considere uma garota de sorte. Porque não existe nada mais gostoso do que estar apaixonado.

Retruquei de imediato:
- Mas também não existe nada mais amargo do que não ser correspondido. Você entende aonde eu quero chegar?

- Eu disse que você não ouve! Noah lamentou.

Desesperada eu gritei, enquanto tirava o shampoo do cabelo:
- Eu te ouço sim. Me desculpa e agora me diz o que eu tenho que fazer, o que você faria?

- Volta lá e faz logo o que você tem vontade. Vive o momento, aproveita a sua vida Samy. Você pode se arrepender de muitas coisas no final das contas, mas apenas seja intensamente humana. Erre até acertar, permitasse. Arrisque!

Ainda com espuma nos olhos, eu olhei para o Noah e foi impossível não me emocionar. Aquilo foi exatamente o que eu precisava ouvir.

Então sem pensar muito, eu saí do banho e peguei o melhor  moletom que o Noah tinha no seu closet impecável.

Me vesti e pedi uma carona para ele até o Hotel. Fui o caminho todo sentindo uma leveza na alma, como se fosse a coisa certa a se fazer, mesmo estando me cagando de medo. Permaneci em silêncio, enquanto Noah parecia pasmo, sem acreditar, que eu iria mesmo voltar lá.

Ao descer do carro coloquei um boné e o capuz e tomei cuidado para não ser reconhecida por algum paparazzi que poderia ainda estar querendo matéria, mesmo sendo plenas 3 horas da madrugada.

Não vi ninguém suspeito e corri em direção a entrada. Me despedi do Noah que estava apenas me dando cobertura e me esperando passar porta à dentro.
Demostrando apoio, Noah me lançou uma piscadinha e partiu cantando pneu.

Ao chegar na recepção entreguei os meus documentos. E a recepcionista sem hesitar me deu as boas vindas:
- Senhorita Samy Simpson,você está cadastrada na Suíte Master e seu acesso já foi liberado, quarto 301. Pode subir!

Ela simplesmente jogou na minha mão um cartão que abriria a porta do quarto. E eu pensei, peraí? Ela não vai precisar ligar?

E sem saber o que fazer eu pedi a ela, para ligar e avisar que estava de volta.

Mas depois de tentar ligar algumas vezes, ela olhou para minha cara com certa intolerância e disse:

- Não é por nada moça, mas ninguém que está no quarto vai atender a recepção do hotel essa hora da noite. Você já foi liberada para entrar e sair quantas vezes quiser. Ou você sobe de uma vez, ou você tenta ligar do seu celular. Quem sabe ele te atende.

E sem saber o que era pior entre ligar ou subir. Eu saí sem saber o meu rumo.

E agora entro no elevador sem acreditar que eu estou mesmo fazendo isso.

Levada pelos meus pensamentos eu lembro que a última vez que eu estive nesse elevador eu só queria chegar logo ao térreo, mas dessa vez a cada "Plin". Eu apenas desejo que o elevador emperre.

Mas de repente é somente eu, o corredor e todas essas portas. E a cada porta que eu passo o meu coração acelera, 297, 299,300...

 E a cada porta que eu passo o meu coração acelera, 297, 299,300

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Nem mesmo o Silvestrão apareceu para me parar. Só eu e Deus.

Chego de frente para a bendita porta. E erguendo a cabeça devagar digo para mim mesma com uma voz embargada. É aqui o quarto 301!

Mas ao ler a plaquinha eu me sinto ainda mais insegura

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Mas ao ler a plaquinha eu me sinto ainda mais insegura.

Porra! Não perturbe? Como assim não pertube?

E agora? Meu Deus eu tô muito ferrada. Que merda eu tô fazendo aqui?

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ɪɴᴛᴇɴsᴇʟʏ ʜᴜᴍᴀɴ 1 (Purpose Tour) Ⓙ.ⒷOnde histórias criam vida. Descubra agora