ɪɴᴛᴇɴsᴇʟʏ ʜᴜᴍᴀɴ 1 (Purpose Tour) Ⓙ.Ⓑ

Sem calcinha

É até engraçado eu dizer isso, mas com total elegância me dirijo até o rol de entrada do hotel onde agora estou hospedada. Aliás eu não posso mais viver em hotéis e preciso comprar uma casa, e eu nunca pensei que eu fosse dizer isso. Mas o meu único empecilho agora, é o tempo.

Agora, eu nunca imaginei que conhecer esse, que outrora um garoto e agora um homem, fosse mudar a minha vida completamente.

Andando cuidadosa para não tropeçar com meus saltos agudos, observo Justin de costas me esperando, enquanto analiza a recente pintura de sua Lamborghini. O que eu fiz para merecer tanto? Me pergunto.

Não digo as coisas materiais, para as quais eu sempre me esforcei. Mas o que eu fiz para merecer este coração tão entregue? Entregue é a palavra que encontrei para defini-lo. Sempre entregue à tudo que desperta os seus melhores sentimentos. Sempre sendo ele mesmo, sem medo de expressar o que sente. De fato, eu sou sortuda por estar vendo esse sorriso se abrindo em seu rosto nesse exato momento em que ele acaba de me encontrar com os olhos.

- Você me acende gata! Foi o que ele disse abrindo os braços para mim e depois de um abraço gostoso. Eu não tive como evitar e apenas pensei "Porra! E o meu beijo???"

Mas então ele segurou a minha mão e abrindo a porta do carro, me auxiliou para dentro.

Agitado ele deu a volta e sentou-se e por força do hábito, pegou no volante. Mas voltando de seu breve devaneio, ele lembrou-se de me cumprimentar direito, e segurando o meu pescoço com as duas mãos ele enfatizou: - Você está completamente maravilhosa!

E depois de um beijo saudoso eu pude responde-lo: -Obrigada lindo! E nossa... você também tá gostoso demais ! Uma delicinha!

Surpreso ele indignou-se: -Ahh!!! Achei que eu não poderia usar esse tipo de palavreado dado o tamanho de sua elegância esta noite, senhorita Samy Simpson ! Mas já que você não pode controlar a sua perversidade, e insistiu em despertar a minha lascívia, agora eu vou te dizer o que realmente pensei quando à avistei vindo ao meu embate.

Aumentando a voz eu me precavi: -Nossa não! Pode parar! Nem vem querer me deixar com vergonha Justin. Continue com a sua postura de cavalheiro e eu continuo fingindo que sou fina!

Mas era tarde demais, e ele começou a sua resenha, piscando sem parar e usando o seu tom mais sensual possível : -Você me levantou no primeiro segundo que eu te vi, e no momento em que eu senti o seu perfume, eu fiquei com água na boca para sentir esse seu gosto doce. E enquanto eu beijei a sua boca, eu comecei a pensar no jeito que eu vou te pegar hoje baby. Ah você que me aguarde. Nossa! Eu vou começar beijando o seu pescoço devagarzinho, enquanto subo o seu vestido, eu vou abrir as suas pernas para sentir o quão suave é, e quanto molhado vai estar o tecido do que você está usando por baixo...

-E se eu não estiver usando nada? Eu o cortei.

E imediatamente ele parou de falar e encarando-me foi pisando no freio.
E  piscando extasiado, voltou-se a olhar para frente e acelerando novamente, ele questionou-me : -É sério mesmo que você está sem calcinha? Você não pode estar falando sério! Você não está falando sério. Está?

Rindo eu me entreguei: - Não! Eu não estou! Mas foi o único jeito de fazer você parar de falar.

Indignado ele só assentiu por alguns segundos e assim voltou a falar: -Você quer me deixar louco né? Beleza, você quer brincar? Então vamos brincar.

Tentando me desfazer de seu senso competitivo apurado, eu afinei a voz em crescente melancolia:  -Olha! Que a vingança nunca é plena, mata a alma e envenena.

Mas Justin calou-se o restante do caminho e com aquele pescoço de lado, eu pude saber que ele estava planejando no mínimo, do mínimo me deixar caída no chão.  

Chegamos ao restaurante e abrindo a porta do carro para mim, Justin continuou com seu olhar ameaçador, mas eu não me intimidei e colocando a mão em seu bolso eu disse lhe encarando os lábios: - Aprende uma coisa bebê. Não é só porque uma coisa ainda não está sendo, que ela não pode vir à ser! Tudo é possível.

Enquanto caminhávamos Justin colocou as mãos nos bolsos para ver o que eu tinha deixado, e com um sorriso completamente genuíno ele percebeu que segurava a minha calcinha.

Andando de costas eu o encarei e ele continuou sorrindo sem conseguir se conter. Mas então ele fez uma coisa completamente inesperada. Ele segurou a minha mão. E tudo bem que estávamos em um estacionamento privado, mas tinha muitas pessoas com os seus celulares nos observando.

E tudo bem que esse parece um pequeno gesto sem importância. Mas o fato, é que ele nunca tinha feito isso em público antes, e eu fiquei feliz em saber que ele não estava se importando se o mundo inteiro pudesse nos ver.