Anna.
Não sei nem como consegui dormir. As palavras daquela mensagem ficavam surgindo na minha cabeça, além dos emojis que aqueles dois cretinos trocaram um pro outro.
Metade de mim queria acreditar que aquilo era uma brincadeira e a outra metade queria quebrar a casa inteira.
Eu precisava conversar com alguém. Urgentemente. Mais um pouco e eu morreria sufocada. Ou presa por mata-lo e matar aquela vadia.
- Anna? o que foi?
Arthur surgiu atrás de mim enquanto eu encarava os ovos e a frigideira.
Estremeci e me virei para olha-lo, tentando disfarçar ao máximo a minha vontade de rasgar a cara dele.
- eu me atrasei hoje. não fiz os ovos ainda. - menti
Eu queria mesmo era jogar todos os ovos na cara dele.
Prometi a mim mesma que jamais faria o café-da-manhã pra ele novamente. Ele que chamasse a vagabunda loira pra isso.
- ah, tudo bem, não tem problema. Eu como qualquer coisa no caminho. - Ele pegou uma maçã e se aproximou para me dar um beijo no rosto.
Estremeci novamente e nem me mexi.
- te amo e... - ele pára com a maçaneta na mão e solta um sorriso. - me espera pro jantar?
Engoli em seco e respondi.
- claro.
Nem consegui sorrir. Não sei se ele percebeu.
Pisquei algumas vezes e me sentei no balcão da cozinha. Pensei em cada momento, cada fase e cada episódio da nossa vida de casal tentando achar uma brecha para que ele me traísse. Eu não conseguia pensar. Ele nunca me deu motivos pra desconfiar. Ele sempre que pode está em casa, chega cedo pra jantar comigo e quase transamos todas as noites.
Ou ele transa comigo pensando nela.
Claro que sim. Já que escreveu claramente que "infelizmente" eles eram apenas amigos.
Eu me sentia humilhada.
Eu nunca iria perdoa-lo.
E eu precisava tomar uma atitude.
- Ruth?
- oi Anna! o que foi? que voz é essa?
- preciso falar com você e é urgente.
- minha nossa, só ouvindo essa voz já sei que é grave. Alguém morreu?
- ainda não.
E o silêncio predomina.
- eu estou indo aí!
Jogo meu celular de lado e espero Ruth chegar. Ela era dona do próprio negócio, então fazia os próprios horários.
Meia hora depois já estávamos sentadas no sofá.
Ela me olhava aflita. Nem uma água eu lembrei de oferecer.
- e então? o que aconteceu?
Engoli em seco e a primeira lágrima caiu.
- Anna, você está me assustando. - ela dizia enquanto acariciava meu braço
- vou falar rápido. - suspirei e continuei. - peguei a senha do celular do Arthur, entrei no Instagram dele, a primeira mensagem que tinha era com uma vagabunda chamada Vanessa. Ele mandou a mensagem primeiro dizendo que ela estava bonita, começaram a trocar elogios, ela disse para que quando ele ficasse solteiro para avisa-la, ele disse "pode deixar"... - essa foi a pior parte para lembrar então respirei fundo antes de continuar. - ... e ela disse algo "somos só amigos" e ele disse que "infelizmente sim".
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A Mensagem
RomanceO amor perfeito. O casamento perfeito. O marido perfeito. Tudo seria perfeito se Anna não tivesse descoberto a senha das redes sociais de seu marido. O que era a perfeição se tornou tristeza, mas serviu para que uma jovem se descobrisse como mulhe...