Último dia na cidade

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            Um novo dia começou, o som batia contra o seu rosto pela fresta de uma janela aberta. Sentia a queima sobre seu rosto e suspirou querendo dormir mais, contudo seu despertador o consumia e estressava.

O quarto pouco espaçoso de um apartamento juntado as custas com o dinheiro que tinha. Sua cama de casal não tinha foro ou pernas, apenas um colchão jogado no chão, havia dois travesseiros, um sendo abraçado pelo garoto rosa e outro abaixo dos seus desorganizados fios. Além da cama, jazia a pouco centímetros dessa, uma pequena e torta escrivaninha, sobre está alguns papeis de conta ainda não pagas e alguns lápis. E em sua contra ponta uma mochila com roupas aleatórias jogadas para o lado de fora.

Ele se levantou de modo preguiçoso. Suas roupas rasgadas e velhas cobriam parte da sua pele nacarado. Em passos curtos e tontos ele saiu do quarto, caminhando em direção do banheiro. Bocejava a cada segundo prometendo a si mesmo que tentaria juntar dinheiro dali para frente.

Antes de chegar lá, passou pela porta do quarto de Nora. Uma garota com seus dose anos, pele escura como a da mãe e cabelos encaracolados como o do pai. Ela havia sido chamada de mal presságio por muitos, já que como diamante rosa, sua decisão de ter Steven, não havia sido em uma boa hora.

Lars abriu meramente a porta e observou a garota dormindo. Diferente do seu, além do aumento de espaço, Nora havia decorado o quarto com as cores das diamantes, que ela não conhecia, Lars acreditava que ela havia feito de modo inconsciente. A cama era rosa, com diversas flores, a escrivaninha era amarela, o espelho azul e o armário branco, a única coisa que não seguia as cores eram o tapete velho de um desenho que ela gostava.

Por alguns segundos, Lars desviou seu olhar para a escrivaninha, sobre a mesa, em um travesseiro roxeado, havia a peça de diamante rosa. Após a morte de Steven, a pedra havia se tornado sem brilho e vazia. O garoto estava certo, assim que a joia foi aproximada de Nora, o bebê que tinha seus dias contatos recebeu uma carga de energia e vida, porém, ela e o diamante nunca se fundiram.

Tentando se esquecer daquilo, ele fechou a porta e se encaminhou ao banheiro. Retirou suas roupas rasgadas e entrou no chuveiro velho que o apartamento tinha. Deixou a água cair sobre o seu rosto enquanto suspirava baixo.

Como todos os dias, aquele seria cansativo e provavelmente voltaria para casa se sentindo acabado. Queria poder ter uma pausa, mas fora de Beach City ele era apenas um garoto sem nome e desconhecido.

Ah, suas relações. O garoto rosa não tem amigos, era isso. Sua eternidade lhe provava isso, a cada amizade, pessoa e ser que se aproximava, era como assistir a morte lenta de quem ama. Nora era a única pessoa que tinha contato, um laço contra a vontade.

Após sair do seu banho curto, já que a água quente era contada, se caminhou até o espelho. Estava na hora da transformação, passar um quilo de maquiagens sobre o rosto para esconder a sua, nada natural, pele rosa. Se não fosse pelo, impossível de pintar, cabelo rosa, seria como alguém normal, como Steven queria.

Sentiu sua pele pesar assim que terminou com a maquiagem. Odiava ter que esconder aquilo, se lembrava de quando estava no espaço, as coisas eram mais simples. Apenas quem conseguia enfrentar as batalhas diárias, poderiam viver.

Pegou as roupas limpas que tinha sobre a privada e as puxou contra seu corpo. Uma camisa listrada do estabelecimento alimentício que trabalhava, uma calça jeans escura e rasgada, seus tênis pretos e sua jaqueta de couro. Se encarou no espelho lembrando dos tempos que trabalhava no Big rosquinhas com Sandie.

Saiu do banheiro e viu Nora o esperando na porta com um sorriso largo:

-Abraço de bom dia! – ela gritou abrindo os braços.

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⏰ Last updated: Feb 06, 2020 ⏰

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Entre Rosas e DiamantesWhere stories live. Discover now