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Niall

-Hey June! Queres ir lanchar comigo?- eu pergunto à minha melhor amiga.

-Claro que sim Nini, há muito tempo que não estamos juntos e eu preciso de contar umas coisas. – ela diz a última parte mais baixo e eu começo a ficar nervoso e ansioso. Será que ela descobriu que fui eu que enviei a carta? Apesar de eu ser completamente apaixonado por ela eu aceito o facto de ela estar com o palhaço do Alfred e o que mais me custa é saber que ele vai acabar por magoa-la e eu não quero ver a minha menina sofrer.

-Que aconteceu? – pergunto enquanto caminhamos para o D’espesso, um café literário e talvez o nosso sitio preferido para estarmos juntos e para pormos a conversa em dia.

-Oh foi o Alfred mais uma vez, mas eu conto-te melhor quando chegarmos.- ela dá um sorriso fraco e isso faz a minha fúria crescer.

Aquele palhaço fez-lhe alguma merda e eu começo a ficar farto das merdas! Ele devia agradecer a Deus por poder beija-la, abraça-la ou dizer-lhe que a ama sempre que quiser enquanto eu tenho de escolher os meus sentimentos. Eu tenho tanto medo que se eu lhe disser que eu gosto dela, eu perca a amizade dela. Por isso eu aguento quando a vejo com o Alfred, eu aguento quando ele a beija mesmo à minha frente como se estivesse a marcar território, eu aguento quando ele a abraça e anda de mãos dadas com ela. A única coisa que eu não aguento é quando ele a magoa.

Chegamos ao D’espresso e vamos a nossa mesa habitual. A empregada vem ter connosco e eu reparo que ela é nova, porque se fosse outro empregado já nem precisava de vir à nossa mesa ele já sabia o que nós iríamos pedir. Eu e June já somos clientes habituais e eu fico feliz porque, apesar de Nova Iorque ser uma cidade enorme em que ninguém conhece ninguém, há estes pequenos sítios e estas pessoas que fazem questão de se lembrar de nós. Todos os seres humanos gostam de ser lembrados, e eu não sou uma excepção à regra nem que seja por ser conhecido por ‘’o rapaz que pede quatro donuts e dois batidos’’. Eu rio com a estupidez dos meus pensamentos.

-Nini estás-te a rir de que?- eu amo quando ela me chama de Nini faz-me sentir especial.

-Estava a pensar no que ia pedir.- eu olho para a empregada e depois para a placa com o nome, e posso ver Blaine escrito.- Blaine eu gostava que trouxesses quatro donuts de chocolate e dois batidos de morango.

-Claro fofo.- ela sorri para mim e começa a mexer no cabelo ao mesmo tempo que mastiga a pastilha. Okay é impressão minha ou ela está atirar-se a mim?

-Bem eu gostava que me trouxesses um donut de chocolate ainda hoje. – June diz um pouco arrogante e por momentos penso que ela está com os ciúmes mas depois lembro-me que isso é impossível.

Blaine vai-se embora sem dizer nada. Passado alguns minutos de silêncio entre mim e June, ela começa a falar.

-O serviço está a começar a ficar péssimo. Por causa desta cabra, eu e o Alfred chateamos nos.- ela diz.- Acreditas que no outro dia eu e o Alfred viemos cá e ela começou-se atirar ao meu namorado? O pior de tudo foi o que aconteceu depois..-quando ela diz meu sinto o meu coração a levar uma facada mas também mais uma não fará diferença.

-June estás-me a deixar curioso. Conta de uma vez.- digo começando a ficar impaciente.

-O Alfred em vez de a ignorar..- ela para de falar quando Blaine chega com os nossos pedidos eu digo obrigada e ela sai.- Bem como estava a dizer, o Alfred também se estava atirar a ela mesmo à minha frente eu fiquei com os ciúmes e deixei de lhe falar durante uns minutos então ele começou a dizer para eu parar de fazer birra e chamou-me cabra. – June sussurra e algumas lágrimas começam-lhe a escorrer pela face e eu neste momento quero matar o Alfred por chamar a minha menina de cabra.

-June por favor não chores. Ele não merece as tuas lágrimas. – peço e vou para junto dela para lhe dar um abraço.

-Niall ele magoou-me. Ele fez-me estas nódoas negras no braço.- ela levanta-te a manga da camisola e eu posso ver nódoas negras por todo o braço dela e também a marca da sua mão. Se eu antes era capaz de matar o Alfred agora sou capaz de o matar, corta-lo aos bocadinhos e dá-lo aos peixes do rio Hudson.

-Eu vou mata-lo June! Ele não tem o direito de te tratar mal ao ponto de te fazer isso no braço. Ele não te merece. – eu digo e ouço-a suspirar.

-Mas sabes o que animou o meu dia?- ela pergunta.- Recebi uma carta em anónimo a dizer que me amava e que eu o fazia sentir em casa. Sabes como eu fiquei ao saber que alguém me amava? Ás vezes penso que o Alfred já não me ama e que ele já não é feliz comigo..- ela cala-se e se eu não disser nada ela vai começar a chorar ainda mais.

-June eu amo-te.- digo-lhe e sabe tão bem dizê-lo apesar de ela pensar que eu a amo como melhor amiga quando na verdade eu a amo por ser a mulher da minha vida.

-Eu amo-te Niall! És o melhor amigo que alguma rapariga podia pedir. – ela diz e uma nova facada é espetada no meu coração. Ela podia simplesmente ter dito “eu amo-te” e não estragar tudo com “és o melhor amigo que alguma rapariga podia ter” é doloroso e não a posso culpar por isso.


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