26| Charlie Duart

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Encaro minha fantasia de Jack Sparrow pelo espelho e coloco a lista que passei o dia fazendo em meu bolso

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Encaro minha fantasia de Jack Sparrow pelo espelho e coloco a lista que passei o dia fazendo em meu bolso. Está muito boa a fantasia, e a ideia foi de Scott. O palácio dará uma festa de Halloween.

Olívia e eu mal nos falamos hoje por motivo de desencontros. O que facilita minha decisão de pôr um fim em nossa relação. Não gostaria de ceder a ameaça de meu pai, mas não ceder significaria pôr a vida de Olívia em risco. E eu não quero pagar para ver.

Me despeço de Vaughan, e desço as escadas para ir para o jardim onde ocorrerá a festa de Halloween. Os decoradores optaram por um lugar aberto e ventilado.

A decoração está impecável, há teias falsas, as luzes estão mais baixas e tem luzes coloridas também, a comida está toda de acordo com o tema, há abóboras e os criados também estão fantasiados.

Me junto ao garotos enquanto as garotas não descem. Clare está tão eufórica com tudo isso que quase deixou nossa mãe maluca. Foi engraçado, já que não era comigo.

Simon ergue as sobrancelhas ao ver as garotas se aproximando de nós. Elas já haviam tirados as fotos que temos de tirar quando entramos no salão de festas, ou na entrada do jardim. E estão perfeitas.

Kendall está de fada, Clare de bailarina, Ava de la muerte e Olívia de deusa grega, provavelmente Atena.

Dancei várias vezes com Ava, evitando contato com Olívia. Planejar tudo em minha mente parecia ótimo, mas é diferente encara-la, me perco e mudo minhas ações, aproveitando o tempo com sua presença.

"Está tudo bem, alteza?" Pergunta Olívia fazendo-me a encarar. Estou próximo a mesa de doces. Ela estava a poucos minutos dançando com um de meus primos.

Assento.

Ela assente também, séria.

Parece haver uma névoa sombria sobre nós, e até mesmo ela não parece estar confortável. Pensei em me afastar sem avisar, apenas ser frio com ela, mas não seria justo e eu me tornaria tudo o que ela não gostaria.

Ela suspira, e começa a se locomover para longe. A deixo. Não posso tentar nada.

(...)

Saio pela lateral do jardim, me afastando da festa de Halloween e indo para a fonte do jardim sul. Ava mesmo já sumiu, não tenho mais nada para fazer por aqui.

Ao colocar as mãos em meus bolsos, encontro a maldita lista que não conseguia parar de pensar. Olívia me pediu para fazer na noite anterior, antes de meu pai ameaçar acabar com a vida dela.

Do que adianta essa lista agora?

Desdobro a lista e me sento no banco da fonte.

Eu poderia ir de marshmallow. E é o primeiro item da lista, ela acharia engraçado.

Sorrio.

"Rindo sozinho, alteza? Uns chamariam de loucura." Olívia comenta. "Não sabia que você estava aqui."

Levanto a cabeça para encara-lá parada não muito próxima de mim. Talvez ela não sabia se deve ou não se aproximar, ela mesma notou que há algo de errado.

"Não quero incomodar." Diz engolindo em seco prestes a sair.

"Não. Precisamos conversar."

"Tem certeza?" Pergunta erguendo a sobrancelha.

Assento. Vai ser difícil.

Ela se aproxima cautelosamente e senta ao meu lado. "Sabíamos que isso ia acontecer."

"Eu não."

"Ah Charlie. Foi ótimo te conhecer, e...você é tudo que eu pensei que não fosse, eu te julguei e você é incrível, e o pior de tudo, é que temos de nos afastar. Pensei que fosse ter coragem o suficiente para lutar contra tudo isso, mas não --" ela encara o palácio antes de prosseguir "e agora nós vamos seguir nossas vidas."

"Você tem razão. É o melhor a fazer, nós nunca iríamos dar certo, que bom que você entende."

Um lado meu, uma pequena parte sabia que poderia não dar certo, mas a maior parte era positiva e esperançosa, nunca pensei que teríamos essa conversa, muito menos assim, ela parece tão calma e em minha cabeça seria barulhento e cheio de confusão.

Ela assente, ainda sem me encarar.

Não sei o que a fez mudar de ideia, eu não sabia que ela pensava assim. Eu deveria abrir o jogo com ela? Seria pior.

Assim será melhor, talvez nenhum carregue mágoas ou algo assim.

"Foi bom te conhecer, Charlie." Diz levantando-se, levanto-me também.

"Via."

"Não será correto que continue a me chamar assim, alteza." Ela me repreende ficando de frente para mim. O olhar misturado de tristeza e determinação.

É estranho voltar a isso.

Deveríamos nos despedir, eu gostaria, porém poderia tornar isso mais difícil. Não deveria haver uma despedida.

"Não podemos ser pelo menos amigos?" Pergunto segurando sua mão. Seria até uma tentação para mim.

"Você sabe que não." Ela diz fechando os olhos.

"Me desculpe." Peço antes de a beijar pela última vez.

Ela demora a retribuir, relutante antes de explorar meus lábios e deixar se permitir a um desejo. O beijo é doloroso e suave, a despedida pesa entre nós e em nossos movimentos.

"Isso não deve mais acontecer." Ela diz ao afastar nossos lábios.

"Eu fiz essa lista, se você quiser." Digo entregando-a a lista.

Ao pegar a lista, ela vai pelo mesmo caminho que veio, deixando-me com uma última visão dela. Ela está uma deusa da cabeça aos pés.

Fico mais um pouco no jardim, pensando no que fiz e no que fomos. Por que ela foi tão compreensiva? Não poderia ter insistido ou tentando encontrar alguma solução?

É provável que eu não aguentasse caso ela fizesse algo do tipo. O estranho foi ela ter cedido tão rápido, talvez ela não sentisse tanto quanto eu esperava, foi bom enquanto durou.

Levanto-me e coloco minhas mãos em meus bolsos e caminho para meu quarto. Preciso dormir um pouco. Espero saber agir com Olívia mais tarde, e nos próximos dias. Vou mergulhar em trabalho para evita-la, é o certo a fazer.

(...)

Ao ir para a varanda do quarto, sento-me no sofá estofado e encaro minhas fotos com Olívia. Devo coloca-las em algum lugar distante. Há algumas fotos que ela está brava, em outras está sorrindo e nosso contato é bastante nítido, há fotos nossas no baile.

Os últimos meses passaram tão rápido, e nosso aproximação foi tão espontânea e quase não percebi que estava apaixonado. Não tenho culpa se ela tem o costume de ser irritante.

Levanto-me e junto as fotos, colocando-as de volta no envelope.

Encaro a movimentação de malas e criados vindo da entrada do palácio antes de entrar em meu quarto. Os ministros já devem estar indo embora.

"Não irei descer para o almoço hoje, Vaughan." Digo ao meu mordomo e ele sai do quarto, aproveito para colocar o envelope em uma gaveta da cômoda ao lado da cama.

PROMETIDOS #1 [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora