A Herdeira do Tempo - O Desafio dos Deuses

Capítulo 8 - Mais brigas e volto a ter visões.

- Cara não achei que a aula de costumes mundanos seria tão entediante. – Falei enquanto comia uma maçã que peguei do café da manhã. – Espero que a Kristel volte logo.

Allan estava mais tenso e reservado naquela manhã e tinha evitado todas as aulas que fossem práticas.

- Acha que Kristel encontrará algo? – Perguntei lembrando de nossa conversa com nossa mentora.

- Ela é mais experiente que as diretoras. – A voz de Allan parecia embargada. – Deve encontrar alguma coisa.

Ouvimos um barulho de bandejas caindo, então de um dos corredores surgiu meu irmão correndo, com cara de pânico e a julgar sua rapidez, sabia que ele tinha aprontado algo.

- Sally! Sally! – Ele parou atrás de mim, ofegante e cansado. – Eu juro que não fiz nada demais! Chloe e eu estávamos tomando gelatina quando nos empurraram!

- Hey pirralho, calma. O que realmente aconteceu? – Perguntei olhando dele para Allan, que observava seriamente o corredor a nossa frente, por algum motivo, não tinham muitas pessoas na ala leste naquele momento.

Ouvi passos apressados, surgindo um cara alto do mesmo corredor que veio meu irmão. Ele tinha a pele morena e parecia vir da academia. Seus olhos brilhavam em vermelho e ele parecia furioso, com sua camiseta com uma mancha do que supus ser da gelatina.

- Aí está você pirralho! – Ele falou alto e bravo. – Você manchou minha camiseta!

- Hey, calma ae! Parece que foi um mal-entendido. – Falei me virando e encarando o cara. Ele parecia ser bem mais velho que eu.

- Ele e a amiguinha estavam correndo e jogaram gelatina em mim e nos meus colgas! Junto com suco!

- Não estávamos correndo e já pedimos desculpas! – Exclamou Vincent, tremendo. Ele realmente estava com medo daquele cara.

- Ele já pediu desculpas e você pode trocar de blusa cara. – Falou Allan dando um passo à frente.

- Meu assunto é com o pirralho, não precisa se intrometer licantrope. - Disse o cara tentando se aproximar, andando na minha direção, mas Allan se colou a frente, sem sair do caminho do cara. Com o capuz, não conseguia ver o rosto dele, mas a julgar a cara de furioso, o homem encarava meu amigo. – Você não vai querer ficar no meu caminho.

- Eles são meus amigos e ninguém mexe com eles. – Falou Allan bravo. – São crianças! Esquece isso.

- Eles também precisam entender que existem regras. – Retrucou o homem. – E que existe consequências quando não cumprimos regras.

- Mas não precisamos resolver isso na violência, não é mesmo? – Respondeu Allan mexendo os braços, mas sem tirar do bolso do moletom que tinha o logo do Instituto.

Foram longos instantes entre os dois se encarando, Vincent apertou minha mão e senti sua energia vibrar. Ele queria fugir, mas a qualquer movimento de Allan, eu o tiraria dali. As coisas estavam tensas e seria um bom momento para algum monitor aparecer.

- Vamos esquecer isso rapazes. Cada um segue seu caminho. – Falei, com a voz trêmula.

O cara encarava Allan sem piscar. Ele passou a língua por suas presas e notei que ele era um vampiro, o que não ajudava muito na situação. Por fim ele se afastou, levantando as mãos.

- Só não se metam no meu caminho de novo. – Ele advertiu. – Vocês não vão querer se machucar.

Segurei um dos braços de Allan levemente. Torcendo para ele não agir por impulso. Tudo que não queríamos era criar confusão, mesmo eu querendo socar aquele vampiro irritante.