Três vidas, três mundos: Dez milhas de flores de pêssego

Décimo Quinto Capítulo

Primeira Parte

Quando estou prestes a guardar o leque, uma voz me chama por trás: "Milady!" Eu me viro. Yehua está de pé nos degraus dentro do jardim, os olhos escondidos atrás de fios caindo. Atrás da porta onde ele está, está uma mulher vestida com uma roupa de criada. A mão esquerda segura um lindo vaso de flores, a mão direita segura firmemente a porta pintada de vermelho. Ela olha para mim atentamente enquanto as lágrimas começam a cair dos seus olhos.

Minha mão treme um pouco. O leque vira para cima e dá algumas voltas, girando o vento nos galhos das árvores, enquanto as pétalas caem. Ela cambaleia em minha direção e me segura com força. "Minha senhora, é realmente você. Nainai esperou por você nesses 300 anos. Você finalmente voltou..." então ela sorri por entre as lágrimas e diz a Yehua: "Que tesouro é a Lanterna da Alma Remendada (Jiepo Deng). A senhora parece exatamente como no passado."

Olhando para ela, posso dizer que ela está me confundindo com outra pessoa. Afasto-me dela e digo: "Receio que você esteja enganada. Sou Bai Qian, de Qingqiu, e não sua concubina de quem você falou."

Ela parece confusa, mas ainda me segura firmemente.

Sem saber o que mais fazer, olho para Yehua em busca de ajuda.

Ele se aproxima de nós e ajuda Nainai a se levantar sem olhar para ela. Ele olha fixamente para o pessegueiro à frente e diz: "Esta é a senhora Bai Qian do reino de Qingqiu. Você não pode chamá-la de concubina, mas seu título. Você deve abordá-la "Sua senhoria" a partir de agora, entende?"

Yehua diz a Nainai para preparar coisas de banho e para eu descansar enquanto ele vai para Palácio Qingyun para trazer a pequena massa. A massa realmente sente minha falta. Assim que ele me vê, ele salta dos braços de seu pai e adoravelmente me chama de "mãe". Me enche de felicidade ouvir essa palavra.

O vaso de flores cai das mãos de Nainai, caindo no chão. Eu posso dizer que esta empregada está pensando na mãe da massa. Ela não deve estar feliz que eu estou recebendo todo a afeição como madrasta enquanto a mãe verdadeira está para sempre morta.

Que serva leal.

Yehua me disse que a massa era um pouco assustado e que não havia danos. Dou uma olhada cuidadosa e vejo que ele ainda é o mesmo garoto ingênuo e gordinho com covinhas quando sorri, então agora posso parar de me preocupar. Ele naturalmente quer pular em mim, mas seu pai o impede. Depois de lutar por um tempo ele começa a parecer lamentável quando ele ainda não pode deixar o domínio de seu pai.

Eu acaricio sua cabeça e digo: "Eu não estou me sentindo tão bem agora, então você pode deixar seu pai te abraçar por enquanto?"

Seus olhos redondos piscam, então seu rosto começa a corar quando ele faz beicinho e diz baixinho:

"Compreendo. Você está tendo um bebê, não é?"

Dou um puxão e digo: "O quê?" Ele timidamente veste o roupão: "É isso que está escrito nos livros. Quando uma dama carrega um bebê pequeno, sua família não a deixa segurar outro filho, porque isso afetaria o..."

"o..."ele pensa por um longo tempo e finalmente diz com convicção,"...certo, o bem-estar da gravidez."

Yehua ri e pergunta: "Onde você encontrou esses livros?"

A pequena massa inocentemente responde: "De Sheng'yu."

Nainai pergunta: "Mesmo que Sua Senhoria esteja grávida, por que seu rosto está tão vermelho?"

A pequena massa abre os braços e me puxa para um beijo: "Porque eu sou feliz. Se mamãe tem um bebê, eu não vou mais ser a única criança por aqui." Yehua, indiferente, me diz: "Devemos fazer um bebê depois do nosso casamento?"