- Cara, eu preciso de torta e uma cerveja!
Dean exclamou para seu irmãozinho, um sorriso cortando sua expressão cansada. Ele passou as costas da mão sobre a testa, varrendo as gotículas de suor da pele. Correr atrás daquele vampiro por quarteirões não foi a experiência mais agradável.
- Você só pensa em álcool e comida? - Sam se frustrou, mas logo suspirou, lembrando-se que aquele era seu irmão. - O que estou dizendo? É claro que sim.
Dean riu enquanto abria as portas da lanchonete, o suave e conhecido som dos sinos avisando sua presença. Os dois se encaminharam até uma mesa mais afastada e sentaram-se à espera de uma garçonete vir atendê-los. O embriagante cheiro de carne gordurenta e batatas fritas fazendo seus estômagos rugirem. O lugar não estava muito cheio, então esperavam que fossem rapidamente notados.
- Em que posso ajudá-los?
Uma bela e jovem moça se aproximou sorrateiramente, um sorriso gentil no rosto e a caderneta em mãos.
- Um cheeseburger e uma cervejinha para mim. - Dean se apressou em falar.
- Eu vou querer uma salada e um suco natural de laranja, sem açúcar. Obrigado. - Sam pediu em seguida.
A garçonete assentiu e saiu, escrevendo no pequeno caderno. Dean se levantou e olhou para Sam.
- Seguinte, eu vou no banheiro rapidinho. Se eu demorar demais quero que toque Highway To Hell no meu funeral.
E saiu, assobiando uma música. Virou à esquerda num corredor que dava para os lavabos e entrou rapidamente naquele que tinha uma plaquinha com o desenho de um homem, nem mesmo prestando atenção ao aviso na parede.
- Finalmente!
Tirou a água dos joelhos e vestiu as calças outra vez, lavando as mãos com sabão e as secando com papel-toalha. Se olhou por um breve momento no espelho sujo, observando suas feições duramente masculinas e os cabelos loiros desgrenhados. Deslizou os dedos pelos fios e ligou a torneira, usando as mãos em concha para lavar o rosto. Secou-se novamente e sorriu com sua visão mais arrumada.
Deu escassos passos até a porta, que não estava a mais de dois metros da pia, e segurou a maçaneta girando-a com força. Caminhou em direção a saída, mas se surpreendeu quando sua cabeça chocou contra a madeira escura. Ficou confuso por um momento, encarando a sua frente tolamente.
- Mas que porcaria? - murmurou.
Girou a maçaneta uma e outra vez, com mais força a cada tentativa. Xingou alto enquanto falhava em arrombar a porta. Levou as mãos aos bolsos, apenas para se dar conta que havia esquecido o celular em cima da mesa. Praguejou alto e começou a chamar por seu irmão em alto e bom som, preenchendo o pequeno cubículo com sua voz. Gritou e gritou, mas ninguém respondeu. Chutou a porta, que rangeu, e se sentou sobre a tampa do vaso, segurando a cabeça com as mãos com um suspiro frustrado.
Pensamentos de como teria que sobreviver ali e beber da água da torneira para se manter vivo tomavam sua mente, mas então ouviu passos apressados e a porta foi aberta com tamanha brutalidade que quase cavou um buraco na parede de ladrilhos. Sua visão foi tomada por Sam e a mesma garota de antes.
- Graças a Deus! Pensei que iria ter que começar a rezar para os Santos lá de cima. O que diabos aconteceu com a porta?
Seu irmão soltou uma gargalhada, enquanto a mulher desajeitadamente o via voar para fora do banheiro.
- Sentimos muito, senhor. Um dos nossos clientes forçou muito a porta e ela estragou, só abre por fora agora. Colocamos um aviso, mas acho que o senhor não percebeu...
Apontou para a parede, onde uma folha A4 descansava, já amarelando com o tempo. Ele fez uma careta, sentindo suas bochechas esquentarem com a vergonha. Correu para sua mesa e catou o celular e o hambúrguer, deixou o dinheiro e saiu dali o mais rápido que pôde, as risadas de Sam o seguindo até o carro.
Dean nunca mais voltaria àquela lanchonete.
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Savage || Texts
Random- Get some texts for you - Caso for usar algum dos meus textos ou a ideia, favor comentar no capítulo escolhido e dar os devidos créditos. Nomes ou lugares de determinados personagens serão usados, mas o trabalho é totalmente meu.