Capítulo 4

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Assim que a porta se fechou Nathan se aproximou de mim com algo que me lembrava uma lanterna em mãos. O encarando de perto pude notar maiores detalhes de seu rosto, olhos claros e cabelos ruivos, ele também parecia ser jovem para um médico.

-Assim que eu ligar a luz peço que você acompanhe com seu olho o movimento que eu fizer com ela, certo?

Confirmei balançando a cabeça algumas vezes e respirei fundo. Ele ligou a luz e fiz oque me fora indicado, segui com meus olhos o movimento da luz de um lado para o outro.

-Certo, suas reações estão boas, a queda não afetou seu sistema nervoso. Me conte tudo oque você se lembra até agora e o que aconteceu.

-Para ser sincera eu não me lembro de nada de antes, somente consigo relembrar acordar caída na neve com uma moto ao lado, foi ai que encontrei o Peter... -Suspirei um tanto desanimada, queria mesmo poder conseguir relembrar de algo além disso.

-Certo. Você sofreu de Amnésia, deve ter sido por uma pancada na cabeça, seu corpo tem alguns machucados então deve ter caído de cima da moto. -Afirmou abrindo uma pequena caixa contendo curativos dentro, alcool e fitas de variados tamanhos. -Irei lhe fazer alguns curativos e te deixar descansar.

Estendi meus braços para que ele pudesse realizar seu trabalho esperando até tudo ficar pronto. Levantei em seguida com um pequeno auxílio do mesmo, me virando de costas erguendo um pouco da blusa, o deixando realizar o curstivo em meu abdômen.

-Pronto, tudo certo. Preciso se você se deite novamente e tente descansar sua cabeça. -Ele estendia sua mão me entregando um cartão, possuindo seu número de telefone e e-mail. -Aqui, se lembrar de mais alguma coisa me ligue ou mande um e-mail, estarei sempre disponível. Iremos começar terapias constantes para ver se sua mente volta a se encaixar, vá ao meu consultório uma à duas vezes por semana.

Peguei o cartão em mãos e escorei minhas costas no travisseiro fofo.

-Pode deixar, irei ligar se me lembrar de algo.

Ele sorriu e fechou novamente sua maleta arrumando seu jaleco branco, o qual possuí seu nome bordado.

-Até depois, Morgana.

Assim que ele se retirou pude ouvir seus passos descendo as escadas de madeira, em seguida tudo que consegui escutar foram murmúrios baixos de conversas entre ele, Peter e Liara. Suspirei fundo fechando meus olhos, resolvi fazer o que me fora recomendado, descansar.

Algumas dores na cabeça não me deixavam dormir, me debati de um lado para o outro na cama, acabando por fim sentada com as mãos na cabeça.

-Merda, não consigo dormir.

Desisti da ideia do descanso e resolvi me levantar para explorar o quarto um pouco, quem sabe olhar algumas coisas me faça ficar cansada o suficiente para dormir. Me sentei a frente de uma penteadeira de madeira escura, abri uma das gavetas podendo ver uma chave e um perfume, curiosa os peguei e analisei. Espirrei o perfume no ar e fechei meus olhos tendo um pequeno flash de memórias.

Estava em um luxuoso quarto de hotel, trajando um vestido luxuoso e cabelos arrumados, a chave do quarto estaria sob a bancada do banheiro junto de várias maquiagens e meu celular. No momento espirrava um perfume que parecia ser de alta classe em meu pescoço, em minha mão havia um anel de noivado brilhante, sai do banheiro em seguida deixando todas as maquiagens e meu celular lá.

 No momento espirrava um perfume que parecia ser de alta classe em meu pescoço, em minha mão havia um anel de noivado brilhante, sai do banheiro em seguida deixando todas as maquiagens e meu celular lá

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Acabei por cair no chão largando o perfume e as chaves sob a madeira da penteadeira, com o coração acelerado e olhos arregalados. Precisava me levantar logo, não estava com cabeça para relatar aquilo para alguém no momento.

Levantei-me o mais rápido possível utilizando a parede de apoio, andei até a cama novamente e me joguei nela.

Logo em seguida a porta se abriu, Peter surgiu com uma afeição assustada me encarando.

-Morgana? Você está bem? Eu escutei barulhos altos lá embaixo parecendo que caiu da cama.

-E..eu Estou bem, fui me esticar para arrumar a colcha para dormir e acabei caindo, mas não foi nada demais. -Menti para ele abrindo um falso sorriso.

-Certeza? Seu corpo ainda está fraco tome cuidado.

Puxei minhas cobertas fingindo um bocejo, sorri para ele de um jeito meigo e afirmei com a cabeça.

-Estou bem, muito obrigada Peter.

-Boa noite, se precisar me chame, ok? -Diria saindo do quarto fechando a porta em seguida.

Me deitei de uma maneira confortável e suspirei fundo, não gostava de mentir para ele, ainda mais por ter me ajudado e dado uma cama quente para dormir e toda essa preocupação, porém minha cabeça pedia por um tempo, pelo menos por agora.

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Amnésia | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora