Capítulo 8

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Olhei ao redor, estava escuro, por quanto tempo eu fiquei naquilo? Peter e Liara já deviam estar preocupados comigo...

Levantei do chão com dificuldades e ergui minha mala nas costas, guardei o porta retrato quebrado.

—Certo, agora que está escuro não faço a mínima ideia de por onde seguir...

Andei devagar procurando alguma luz do vilarejo, passos pequenos para evitar cair em alguma vala ou escorregar.

Escutei passos vindos de trás e me virei rapidamente em direção pronta para bater na pessoa, ergui meu punho direito para meter um soco no ser.

Ele segurou meu braço e iluminou meu rosto com a lanterna, Peter.

—Peter.. me desculpa eu.. eu ia te bater..

—Bom, estamos naquele dilema novamente, você adora tentar me bater ou fugir de mim, mas se for fazer isso toda vez que me encontrar terei que vir cheio de armaduras. -Ele ria abaixando meu braço devagar e o soltando em seguida.

—Me desculpa mesmo... -Falei sem graça colocando meu cabelo atrás da orelha esquerda.

—Você me deixou extremamente preocupado, sabia?

—E como sabia que eu estava aqui? -Arquiei uma das sobrancelhas  o encarando.

—Eu não sabia, Liara me ligou falando que você havia sumido e presumi que iria para algum lugar que fosse te ter memórias e vim para cá, escutei alguém andando e vi um cabelo ruivo, sabia que era você. 

Minhas bochechas ficaram externamente vermelhas pela tamanha vergonha, eu havia causado problemas para eles com minha saída aventureira e me sentia culpada por isso.

—Venha, vamos eu vou preparar um chocolate quente para nós dois, vejo que encontrou uma mochila, é sua?

—Sim.. eu a encontrei debaixo da moto de neve, ela tem algumas roupas minhas e um quadro com uma foto minha com meu pai e irmã.

—Ah, então você tem irmã, então é só ligarmos para ela ou para seu pai e informar que você está bem.

Olhei para o lado no mesmo momento, uma afeição negativa tomou meu rosto, chamando a atenção de Peter.

–Ahn.. eu falei algo errado? -Ele parou de andar e segurou delicadamente meu rosto com sua luva.

—Eu tive outra lembrança, dessa vez envolvendo meu pai e minha irmã.. -Murmurei em um tom trsite.

—Pelo seu tom de voz creio que não foi nenhuma lembrança feliz.

Afirmei com a cabeça enquanto segurava sua mão em meu rosto com a mão direita, estava gostando de sentir aquele calor em meu rosto.

—Vamos falar disso no chalé então, não quero que acabe resfriada ou algo do gênero.

Ele me abraçou e fomos caminhando até o chalé novamente.

Ao chegarmos pude ver Liara sentada no sofá lendo um livro, ao notar nós dois ela me encarou com um olhar de brava.

—Porque você saiu assim Morgana...sem me avisar nem nada.. eu ia me sentir muito culpada se você tivesse se machucado ou até mesmo morrido..

Ela correu me abraçar com um olhar triste e preocupado, me apertando cada vez mais forte contra si. Não pude deixar de retribuir o abraço, estava feliz em saber que ela se preocupa comigo.

—Está tudo bem Liara, a Morgana tá viva. -Peter ria retirando seu casaco o pendurando.

—Eu sei mas eu fiquei preocupada.

Peter nós abraçou em conjunto e seguiu para a cozinha preparar um chocolate quente.

—Me desculpe ter saído sem avisar nem nada.. Eu precisava procurar alguma outra bolsa para ver se encontrava alguma coisa familiar.

Ergui meu braço mostrando a mochila e a abri puxando o zíper mostrando o quadro em família para Liara.

Me sentei no chão de tapete felpudo enquanto Peter retornava com os chocolates quentes em mãos, peguei um e deixei que eles vissem a foto.

—Eles são seu pai e irmã? -Ela apontou para a mulher e o homem ao meu lado.

—Sim.. mas acho que não gostam muito de mim.

—Porque? -A loira questionou.

Deixei a caneca em cima da mesinha de centro e suspirei fundo os contando sobre o outro flash que tive ao ver a foto, minha irmã armando contra mim e mej pai apoiando ela.

Peter e Liara pareciam surpresos com a informação tanto quanto eu.

—Então acho que no momento não seria bom informar a eles dois que você está viva, né? -Peter diria se sentando ao meu lado no tapete.

—Acho que sim, mas ainda preciso tentar contato com alguém de fora daqui, como minha mãe, ela parece gostar de mim já que não apareceu no meu flash.

—O sinal de celular no vilarejo na época de neve é quase nulo para outros lugares assim, vocês teriam que checar a torre de sinal. -Informou Liara se sentando no sofá abraçando uma almofada.

—Irei chamar Nathan e tentamos algo na torre amanhã cedo. -Peter sorriu mas parecia não muito confiante com a proposta.

—Pode ser então, irei junto.

—Mas é muito perigoso.. -Liara me encarou como se eu fosse maluca.

—Eu sei.. mas eu preciso checar que vai ocorrer tudo certo.

Ambos concordaram comigo e ficamos a tomar o chocolate quente até a hora de dormir.

No quarto me sentei na cama encarando para o porta retrato acima da escrivaninha, havia guardado minhas roupas e esvaziado totalmente a mala. Aquele pensamento de ter sido negada era horrível, um peso enorme no peito me deixava aflita.

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Amnésia | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora