× Angel In Your Eyes × Tio orochi/orochinho

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~depois de andar muito

-GENTE ACHEI SINAL-  bruno grita

-O QUE A GENTE FAZ AGORA?!- jean fala passando a mão no cabelo embarrado

-liga pra tua mãe  e manda ela avisar os pais de todo mundo- luba fala, sério que ele é o único responsável daqui??

paramos no meio da estrada e fizemos uma rodinha no chão enquanto ele falava com a mãe dele

ja tava todo mundo sem bateria menos o bruno, então alguns ficaram comendo ali sentado e outros olhando ele, esperando alguma mensagem

depois de um tempo bruno fala:

-minha mãe disse que falou com as mães de vocês e elas tao vindo buscar a gente

-graças a deus- Thaís fala junta as mãos  dela e aponta pro céu

-meu pé ta doendo- falo e encosto meu queixo no meu joelho

-mas tu quebrou ou torceu?- thiago pergunta

-como que eu vou saber? tem uma máquina de raio-x aqui?- falo sem paciência ja

eu nao sei, mas sempre quando to com alguma dor eu fico insuportável e com ódio de tudo e todos

-amanhã a gente vai no médico- Thaís fala pra mim e logo eu nego com a cabeça -por que não?

-ela tem medo de ir no médico desde pequena- caroline fala enquanto amarrava o tênis

-mas tu ja ta bem grandinha pra ter medo dessas coisas né?- jade fala e levanta olhando para os lados tentando achar algum movimento

-e dai? to "grandinha"- faço aspas com as mãos -e não gosto de ir

-não quero saber, tu vai e ponto final- Thaís fala convencida e eu a ignoro

~horas depois

estávamos todos em silêncio esperando algum sinal de vida naquele lugar que ja tava escurecendo e os mosquitos ja estavam picando MUITO a gente (detalhe: ninguém lembrou dos repelentes)  do nada, jade grita fazendo todos levarem um susto

-GENTE OLHA ALI- ela levanta no pulo e todos levantamos na mesma hora, quer dizer, eles porque eu demorei 20 anos pra levantar por causa do meu pé que ta morto

havia vários carros vindo, eram nossos pais. AMÉM

começamos a fazer sinal e eles param os carros em uma distância curta

eles vem todos correndo e abraçam cada um deles soltando frases de alívio

me afastei um pouco pra não ficar tão mal... desde do dia que meu pai morreu minha mãe nunca mais me ligou, eu mando mensagem mas ela nem responde

e ver todos eles com seus pais, abraçando e ganhando conforto me dói
porque nao sei quando vou poder estar perto da mimha mãe novamente

minha mãe e meu pai me causam uma saudade enorme e acredito que se eles estivessem comigo eu não estaria tão triste assim

com eles tudo iria ser mais fácil porque eu teria uma família pra me ouvir e me ajudar

é horrível todas as noites ter que jantar sozinha sabendo que as pessoas que eu mais amava na minha vida nao convivem mais comigo... quando eu era criança, a mesa sempre estava cheia...
mas parece q com o tempo foi diminuindo. E diminuiu tanto que até meus país desapareceram

tudo que eu queria era poder ter os dois comigo

-luiza ta tudo bem?- pedro se aproxima de mim e eu saio dos meus pensamentos

-to sim- falo rapidamente e sorrio

-é por causa da tua mãe? tu sabe que pode falar as coisas pra mim...- ele fala tentando me reconfortar

-é... é por causa dela, mas relaxa ja ta passando

-olha se tu quiser minha mãe pode te largar em casa, tu sabe que ela gosta muito de ti

-ah eu nao sei... porque a Thaís ta ficando la em casa então...- enquanto eu pensava em algo pra falar Thaís aparece

-luiza meus pais querem ir falando comigo no caminho... mas eles disseram que me largam na tua casa depois. Tem problema de eu te encontrar la?

-pode ir sim, eu te encontro la- falo e ela da um sorriso e sai

pedro fica me olhando esperando minha resposta

-ta eu vou contigo- reviro os olhos e ele da uma risada nasal

a mãe dele chega perto dele e pergunta se tinha algum problema ela me largar em casa. A mesma aceita e fica meio preocupada quando pedro fala do meu pé que ja deve ta falecido aqui dentro do tênis

bom, depois de um tempo todo nós nos despedimos e entramos nos carros de cada um

no carro que eu estava, a ordem era:

mãe do pedro dirigindo
eu atrás no lado direito
pedro atrás também no lado esquerdo

~

a metade do caminho eu fui conversando com a mãe do pedro ja que fazia tempo que eu nao falava e nem via ela
sempre nos damos bem então confiava muito nela... falei sobre a morte do meu pai e ela ficou bem abalada

e toda hora enquanto eu falava entusiasmada com Marina (mae do corno) minha mão sempre esbarrava na mão do pedro e nós nos olhavamos meio sem graça e apenas sorriavamos e voltávamos pro assunto

e depois eu dormi o resto do caminho

~\

-luiza acorda- pedro me balança de um lado pro outro e eu abro meus olhos lentamente -nós ja chegamos, quer que eu te leve até la em cima??

concordo com ele e me despeço da mãe dele com um beijo na bochecha

ele me ajuda a sair do carro e me leva pra dentro do prédio e fomos de elevador

depois de chegar no meu andar saímos da caixa metálica e fomos caminhando até o ap enquanto eu pulava igual um saci

-agora tu ta entregue- ele fala e bagunça meu cabelo

-entregue mas com defeito - falo irônica me referindo ao meu pé e nós dois rimos com o comentário

-então é isso... essa foi a nossa não-praia -ele bota as mãos no bolso e começa a se balançar- me desculpa por qualquer coisa que eu te falei

-me desculpa também...- ficamos um tempo em silêncio desviando o olhar

-agora estamos de bem um com outro?- ele pergunta e eu concordo -então eu vou lá

ele se aproxima de mim e vai beijar minha bochecha
mas eu pensei na mesma coisa e acabei beijando o canto da boca dele

ao perceber o que tinha acontecido nos afastamos bem rapido e nós dois começamos a virar um pimentão

abro a porta de costas ainda olhando pra ele, a porta ja tava aberta provavelmente thaistragada ja chegou

ele abana pra mim em sinal de tchau e eu faço o mesmo

entro em casa e dou de cara com Thaís sentanda no sofa me olhando com um sorriso enorme no rosto enquanto passava algo na tv

-nao me diz que tu viu- falo cruzando os dedos

-vi até demais- ela ri e eu bufo meio rindo

-como tu viu??- pergunto e ela aponta pra janela que dava a visão perfeita pra porta

-vocês combinam tanto que nem parece real

-se ele pelo menos quisesse- vou até ela lentamente e me sento no sofá

-ai amiga tu viu como ele ficou todo bobo, ele quer sim só ta com medo- ela fala e eu fico pensativa e tentando encaixar as peças

será que é só questão de tempo?...