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Ribs - Lorde


 Descemos o calçadão e partimos em direção a praia, o sol da manhã já fazia minhas costas arderem e suar, então fiquei grato pela sugestão.

Gustavo alugou um guarda-sol e ofereceu a sombra para mim com uma mão ocupada segurando seu celular no ouvido.

- Esqueci de pegar meu protetor solar.

Eu disse me lembrando que no meio da correria para ir caminhar a única coisa que eu peguei foi meu celular e as chaves do apartamento.

- Não tem problema, liguei para meus pais para eles virem até onde estamos, pedi para eles chamarem o seus também.

- Ah sim.

Me desanimo um pouco, pois pensei que teria Gustavo só para mim nessa manhã, mas também isso pode ser bom, assim nós não precisamos ficar entre vários momentos de silêncio desconfortável.

- Vai entrar agora? - Gustavo me pergunta tirando sua camisa.

- Na-não... - Me perco olhando para seu corpo sem nenhum pudor aparente. - Vou esperar eles chegarem com o protetor.

- Nada disso, anda, vem. Você não vai pegar um câncer de pele agora.

Ele puxa meu braço me forçando a ficar em pé.

- Mas quem vai vigiar nossas coisas? Eu não vou entrar com meu celular na água.

- Tudo bem. Eu não vou entrar sem você.

Ele amarra a cara e deita de barriga pra cima apoiando a cabeça nas mãos.

- Na hora que você quiser entrar me avisa.- Ele diz e fecha os olhos.

Não consigo parar de olhar para seu corpo, corro meus olhos da suas pernas definidas até seu peito que sobe e desce regularmente como ontem.

A academia fez bem para ele. 

Desconfio que mesmo de olhos fechados Gustavo sabe que eu o estou observando, pois ele faz questão de se virar e deitar de costas que agora está cheia de areia da praia. A bunda dele agora também está aparente.

Meu Deus eu preciso cuidar melhor do meu corpo. 

Penso olhando para minha barriga que produz um volume quando estou sentado.

- Se você continuar me olhando assim eu vou secar.

Tomo um susto e viro o rosto para o outro lado morrendo de vergonha.

- Desculpa, eu... eu tava só vendo se você ia queimar muito no sol.

Tenho vontade de me dar um tapa por pensar em uma desculpa tão ruim.

- Claro, sei.

Ele se senta, tomo coragem para virar em sua direção e o vejo rindo.

- Bem é que...

- Olha, eles chegaram.

Gustavo aponta para a direção do calçadão e vemos nossos pais vindo com várias bolsas e cadeiras de praia.

Agradeço mentalmente a minha mãe por ter um timing perfeito.

Com minha mãe sentada estrategicamente atrás de mim permito que ela passe protetor na minha costa retirando minha camisa. Olho para Gustavo de relance para saber se ele está me observando, mas seu olhar está focado no seu celular, volto a olhar para a praia como uma criança pequena esperando a mãe terminar de passar o protetor.

Quero férias, praia e um romance clichêOnde histórias criam vida. Descubra agora