✥ Parte 5 ✥

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— H-hey! — Bati o pé no chão.

— Penteadeira reparuz! — Mamãe conjurou, fazendo cada caco da mobília se agrupar. A  penteadeira ficou novinha em folha em duas piscadas de olhos.

— Deixe-me adivinhar, estamos de castigo? — Hopp ironizou numa feição tediosa.

— De castigo? Não. — Mamãe deu meia volta. —  Estão excluídos!

— Excluídos? — Eu e Hopp dissemos juntos.

— M-mas excluídos de que?! — Fui atrás de Mamãe, que logo chamou minha atenção:

— Hani, me deixe em desassossego! Gales-kun, explique a eles!

Todos nós viramos a Papai no mesmo instante.

— Não nos diga que... Vão para um lugar sem a gente?! — Hopp questionou primeiro em conjunto aos grunhidos de seu corvo.

— Esqueceram que dia é hoje? — Papai franziu a testa.

— Hoje é sexsta-feira... — Disse biscoito.

— Exatamente, não havia nada marcado para hoje! — Disse Hopp.

— Odeio dizer isso, mas tenho que concordar com o Mané. Nada estava marcado para hoje — Disse eu.

— Vocês estão errados — Papai se apoiou na cômoda de Vovó.

— GALES, DESENCOSTE DAI! — O grito de Mamãe veio lá de baixo, fez Papai arrumar a postura na hora.

— Hraham! — Limpou a garganta para continuar. — Bem, nós não marcamos nada, mas o universo sim!

— Aniversário de alguma estrela? Planeta? Formação de um buraco negro? — Hopp relaxou as pálpebras.

— A lua cheia! O novo ciclo se inicia hoje!

— AH, BENEVOLÊNCIA! É VERDADE! — Resmunguei. Na primeira noite de Lua cheia, nós, Palanthi, costumamos a realizar um ritual para regenerar a força da família, assim nossa magia é impossível de ser quebrada.

— ESTAMOS EXCLUÍDOS DO RITUAL?! — Hopp deslizou as mãos da testa as bochechas.

— SIM! — O grito de Mamãe soou de novo.

— Não posso fazer nada... — Papai ergueu os braços mostrando as mãos atadas. — Vocês pediram por isso...

— Haa...! Que bênção! — Descendi a cabeça chateada.

Mamãe surgiu ao nosso, em transmutação, meio bem no instante que puxava a fumaça do cigarro. Segurou a tragada e disse:

— Belinda mandou um telegrama avisando que não vira hoje, por compromissos da lua cheia. Então, Hopp, você fica com o chão sujo e Hani, pilha de louça! E você, Gales-kun... Almoço, já!

— Se terminarmos antes de comer podemos ir ao ritual? — Hopp questionou animado.

— Não. Fffff — Mamãe soltou a fumaça, nos fazendo cuspir a alma de tanto tossir.

— Cof! Cof! M-mas! Enquanto o... Cof! Enquanto o B-Biscoito?! Ele não vai fazer nada?! — Questionei.

— Biscoito dará uma volta comigo — Mamãe deu de ombros.

— O-o que?! — Eu e Hopp gritamos juntos.

— Vamos, Partitura de Lucifer... Preciso mesmo saber como Hopp anda se comportando no Colégio... — Mamãe ergueu a mão para Biscoito, que foi até ela sem pensar duas vezes. Entrelaçaram os braços ao cruzar a porta juntos.

Hani De MetamorfoseOnde histórias criam vida. Descubra agora