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TRAVIS

Zangão: Aconteceu um acidente com o meu pai. Nos falamos depois.

Essa é a última mensagem que Noah me enviou. Contei aos meus pais, minha mãe caiu na gargalhada enquanto meu pai a olhava.

— O que foi? — perguntou ela enxugando umas lágrimas de riso.

— Rir em um momento desses, Maggie? — pergunta ele. — E se o cara morrer...?

— O cara é o demônio em pessoa em Santa Rita. — responde minha mãe. — Ah, não vai me dizer que ficou com peninha de Harrison Hammond, o cara te despediu por não aceitar o amor entre nosso filho e o filho dele. Acorda para a vida, Greg.

Meu pai assente.

— Ok, tudo bem... — diz meu pai. — Mas não devíamos rir agora na frente de Travis, olha o mau exemplo que estamos dando... Você deveria esperar para mais tarde, nós dois rindo no quarto...

— Mãe, pai, sério? — pergunto.

Minha mãe dá de ombros.

— Ninguém é santo, querido. — diz ela. — Acontece. Você ri quando o inimigo cai.

Assinto. De certa forma, ou de toda ela, minha mãe está certa. Harrison Hammond só está pagando pelo mal que cometeu a minha família e as outras famílias que ele deve ter feito de gato e sapato em Anchorwood.

Mas pensarei em Noah, na figura paterna (mesmo que ela seja horrível), que ele pode perder. Mando uma mensagem para ele.

Eu: Sinto muito.

Não sei mais o que dizer depois disso. Sei que não me importo com nada relacionado à Harrison Hammond, nenhum pouquinho. Desculpem a frieza... Mas se ele chegar a morrer...

Enquanto reflito sobre isso, meus pais começam a rir no sofá. Sorrio ao ver a felicidade deles... Mas pensando bem... Somos maus por rirmos da desgraça do outro, não? Ah, é a vida, fazer o que...

NOAH

— Por favor, esperem aqui. — disse a enfermeira, o nome dela é Sharon. Ela parece muito a Lena de The Fosters. Não que eu assista... Loretta que assiste.

Estamos em uma sala de espera, minha mãe sentou em uma poltrona branca e colocou a cabeça entre as mãos. Durante todo o caminho, Loretta me contou o que houve.

Meu pai e uns dois sócios dele pegaram o helicóptero da empresa e alçaram vôo, porém, quando estavam a uns quinze metros do chão, ouve uma falha na hélice e ela travou, fazendo com que o helicóptero caísse no chão. Um dos sócios fraturou a costela em inúmeros pontos, o outro está bem, caiu por cima do primeiro. O piloto estava em estado grave, à ferragem retorcida cortou um de seus braços, e até a ambulância chegar ao local ele perdera muito sangue. O co-piloto tinha alguns cortes, mas nada grave. E meu pai desmaiara tudo indica que ele bateu a cabeça e apagou.

— Mãe... Calma. — Loretta sentou no braço da poltrona e começou a passar a mão nas costas da nossa mãe.

Comecei a andar de um lado para o outro. Mesmo meu pai nos últimos dias sendo o capeta terrestre... Eu não posso negar que ele é o homem que me ensinou a andar de bicicleta e a ler minha primeira frase (com o auxílio da minha mãe). Então, agora nesse momento, preciso focar nesse cara, e não no homem que praticamente cuspiu na minha cara quando apresentei a pessoa que eu amo... Não o homem que brinca com as vidas das pessoas como se fosse um jogo de tabuleiro que se guarda as peças após jogar... Esse Harrison não merecia compaixão alguma de mim.

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