Lost In Your Eyes | ✓

| 7

TRAVIS

O que fizemos ali foi completamente errado. Errado em inúmeros quesitos. Então o melhor que eu posso fazer é empurrar Noah de cima de mim, isso mesmo, recusar qualquer coisa do gostosão e até mesmo meu próprio desejo.

— Saí! — digo.

Noah Hammond me olha, acho, com a escuridão fica difícil saber.

— O que? — pergunta ele.

— Saia. — digo. — Eu não quero isso.

— Que? — pergunta ele.

— Eu não quero isso. — repeti. — Quer que eu repita quantas vezes?

— Travis...

— Ah não amoleça a voz para o meu lado. — digo. — Saia do meu quarto agora. Anda. Saia da minha casa e pegue seu carro e volte para a sua vida perfeita, seu projeto de Ken.

— Por que você mudou de ideia? — pergunta ele.

— Por que isso tudo é errado! — digo. — Nada disso deveria estar acontecendo aqui...

— Vai se fazer de difícil?

— Eu sou difícil. — respondi. — Ah some logo daqui, vai.

— E suas roupas? — perguntou ele.

— Não sei, pode ficar se quiser só saia. — respondi indo até a porta do meu quarto, antes batendo na quina da cama, ai que dor, e abrindo a porta para ele sair. — Vamos...

Ele se levanta da minha cama. Pega a chave do carro e passa por mim. Levo Noah Hammond até a porta da sala em silencio, destranco e ele passa, a chuva lá fora continua horrível.

— Obrigado... — diz ele, mas já bati a porta da sala antes que meu coração amoleça de novo e faça com que eu o coloque de novo dentro de casa.

Tranco a porta e deixo meu corpo escorregar pela porta, se minha vida tivesse uma playlist para ela, agora tocaria Want You Back do 5 Seconds of Summer.

Fecho os olhos enquanto ouço um trovão do lado de fora.

COLTON

Não acredito que Jamie me trouxe aqui, em um bar LGBT de Anchorwood, bem, eu nem sabia que esse lugar existia. Mas agora com a placa de neon do lado de fora dizendo: “BEM-VINDO AO RAINBOW” eu sei que existe.

— Jamie que merda é essa? — pergunto.

Ele ri.

— Relaxa cara. — diz ele. — Só vim aqui falar com a minha prima. Ela é sócia do bar.

O bar estava lotado de gente, de todas as formas possíveis, e eu me sentia alheio a tudo aquilo.

— Só espera aqui no bar, ela não gosta que eu leve estranhos no andar de cima. — diz ele.

Assinto.

—Não tudo bem cara, esse lugar aqui é a minha praia mesmo. — respondo com o máximo de ironia possível em minha fala.

— Sério? — pergunta ele.

Nego com a cabeça.

— Claro que não né. — respondo.

Jamie apenas ri e some no meio da multidão me largando ali, no balcão do bar. Viro e uma mulher vem me atender, mas acho que é um homem, nem sei mais.

— Sou Natalie. — diz ela, a voz é bem feminina, mas a fisionomia. Pensando bem, o que me interessa? — Em que posso ajudá—lo, jujubinha?

— Er... — penso. — Pode ser uma água tônica apenas. — ai por que eu tenho que ser tão careta?