o mar

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Tudo parece estranho,
não necessariamente errado, mas,
Estranho.

O som da chuva que chia na janela,
Que quebra o silêncio sem tirar a paz,
Seu chiado constantemente chora, ela,
No solo para, se refugia, sagaz.

Esse mesmo som o qual faz pensar,
Se a água adentra os vãos da grama,
Para ela se acalmar,
O que poderia fazer eu, o próprio mar,
Para escapar da maldita lama,
Se ao invés de ajudar, ela tenta me dominar?

Deveria eu, fugir?
Onde iria o mar?
Preso em seu oceano, não tem como escapar,
O pensamento mais estúpido foi o de partir.
Não há lugar,
Não há lugar para o mar,
Se o seu lugar não é seu,
Para onde vai agora que se perdeu?

O mar não pode sair de onde está,
Suas lágrimas,
se misturam no tormento das águas,
Não há onde queira estar,
Simplesmente, não há.

E no fim, o mar se afogou,
Sem sequer saber, o que o afundou.

JW

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