Minha Pequena Dádiva

A Cabana

Existe uma história contada de geração, em geração. Uma história que tem alegrado almas desde a sua criação. Muitos dizem ser um mito, que ela nunca aconteceu. Mas eu digo o contrário, pois sei que tudo se sucedeu.

Em uma aldeia longínqua, para lá das montanhas. Existia uma velhinha, que vivia sempre como se fosse o último dia. Morava na sua pequena cabana, cercada pelas suas grandes terras e não queria mais nada, além do que já obtiverá.

Ela gostava do silêncio, sentia Deus em todos os momentos. Isso fazia ela feliz, sentia que já não precisava de mais nada, que tudo isso era tudo que ela sempre quis. Antes ela não vivia sozinha, mas nunca tivera uma casa divertida. Seus pais lhe ensinaram, que tudo tinha regras e quebra-las resultava em consequências. Aprendeu desde pequena, que deve amar Deus e viver segundo o que ensina a bíblia. Seu pai sempre dizia que ser temente é difícil, mas no fim valerá a pena. A menina cresceu, tornou-se mulher. Perdeu os pais, mas aprendeu a viver. Sozinha no mundo, sem ninguém ao lado, ela aprendeu a cuidar da sua relação com Deus e ser feliz do jeito que lhe foi mostrado.

Quando se tornou velhinha, seguia sempre a mesma rotina. Acordava e fazia a sua meditação diária, tomava o pequeno almoço e arrumava a casa. De tarde simplesmente orava, acompanhada pelo lindo rio que por baixo dela passava.

A pergunta é: por quê ela não procurou alguém para poder se comprometer? porque ela tomou a decisão de servir Deus e entregar seu coração. A sua mãe lhe explicou como funciona o coração, disse a ela que um dia teria de sair e descobrir a sua motivação. Encontrar o amor e viver segundo o comando do senhor, construir uma vida e ser feliz com Deus e o homem que Deus escolher para conviver com você.

Naquele tempo ela era jovem, linda e sensível. Apesar do seu ar sério, ela não era arrogante. Meditou dia e noite, conversou sempre com Deus, para iluminar seu pensamento e descobrir o trilho que Deus para ela escolheu. Cinco meses depois, a sua oração foi ouvida e ela descobriu o que fazer da sua vida.

Abriu mão do mundo, abriu mão de tudo. Desde aquele dia era apenas ela e Deus e seria assim até o fim do percurso. Agora velhinha...apenas espera, o momento em que Deus virá a busca dela.

Sem choro ou remorso, ela sorri como em um sonho. Não é perfeita e sabe disso, mas Deus lhe deu a vida e era grata por isso. Ela nunca viu o mundo com os proprios olhos, mas acompanhava os problemas e orava o dobro. No passado pensava em conhecer o mundo, mas descobriu que o chamado dela não é conhecer os continentes todos. O melhor era ficar aí e orar para que o mundo pudesse melhorar, embora um dia ela tenha que o deixar.

Em um dia normal como em todos os outros, ela acordou e fez as suas tarefas como era o acordo. No momento que sentou para fazer sua oração, ouviu um choro da floresta para o seu quintal. Ela pensou não ser nada, que ninguém próximo chorava, até que ao olhar para a floresta, viu uma menina pequenina e amendrotada. Ela chorava, toda suja e machucada, tão pequenina, tão pequenina, como uma lagarta.

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de faze-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.
Jeremias 29:11