A velhinha colocou a bíblia no canto e andou o mais rápido. Ao chegar na menina, colocou um olhar preocupado. Ajoelhou e procurou os lugares onde estava machucado. Pediu para a menina lhe seguir, mas ela assustada decidiu não reagir. Começou a recuar, com medo de que a velhinha lhe fosse magoar. A velhinha pensou como irei fazer ela se aproximar. A resposta estava nela, que tinha duas cores na mão para demostrar, marca que o vitiligo causou, resultado da morte das celulas que produzem a melanina no corpo que Deus lhe proporcionou.A menina curiosa se aproximou. Segurou na mão e sorriu, admirada por ver algo que nunca viu. A velhinha se encantou com o sorriso da menina e o seu coração falhou uma batida. A menina era tão pequenina, que lhe deixou triste por estar sozinha. Então a velhinha tomou uma decisão, cuidaria da menina até ela poder voltar ao lugar de onde vinha.
Levou ela para casa e cuidou da melhor forma que encontrará. Começou por dar um banho e esfregar a sua pele negra queimada pelo sol, penteiou o seu cabelo crespo e fez pequenas tranças para evitar o calor. Ela tratava com muito amor, sentia como se fosse sua avó. Cobriu ela com um pano e preparou um lanche para saciar a fome. Enquanto a menina comia, a velhinha cosia, uma pequena roupa para ela se sentir aquecida. Cuidou dos seus ferimentos, e fez ela dormir. A velhinha não sabia, mas algo mudou, a sua pequena rotina acabou. Agora tinha uma netinha com quem se preocupar, sem esquecer de Deus pois ele está em primeiro lugar.
No início foi difícil, a menina não conseguia se abrir, tinha medo que a velhinha lhe pudesse ferir. Mas com o tempo ela percebeu que a velhinha é como a sua vovó e não deixaria ela sentir dor. Quando a pequenina se habituou e o medo lhe deixou, a velhinha com ela conversou. Queria saber o por quê de ela caminhar sozinha na floresta, ferida e com “dor”. A menina lembrou e a choradeira começou, tentou se acalmar para a historia contar, mas os soluços a fizeram calar. A velhinha compreendeu e ao seu lado ela a puxou, enxugou as suas lagrimas e a encorajou. Disse para ela Lembrar que tudo já passou e que Deus esta do seu lado para lhe ajudar a levantar, e contar a sua história não quer dizer que irá outra vez acontecer, mas sim que você superou e que a dor não irá te vencer. A menina entendeu, levantou a cabeça e a sua história contou.
Disse que naquele dia ela acordou, como em todos os outros dias... cheia de amor. Tomou o pequeno almoço ao lado da família e saio para brincar com os irmãos como todos os dias. Eles brincavam de subir em arvores e a menina estava feliz, por ser a melhor a subir. Mas ela se desiquilibrou e o chão o seu corpo tocou, infelizmente por baixo dela uma planta com espinhos ela esmagou e o seu corpo a planta cortou. A menina ferida os seus irmãos procurou, entrou na floresta mas não encontrou. Tentou voltar, mas o caminho ela esqueceu de marcar, continuou andando, mas não reconhecia o caminho que estava trilhando. O desespero tomou conta dela e com o choro iniciou a sua barulheira. Mesmo com o medo e os barulhos estranhos, o caminho desconhecido ela trilhou por engano, mas não existe enganos, quando se tem um Deus no comando e na casa da velhinha ela terminou aos prantos.
A velhinha comovida ficou. A história triste que a menina contou, o coração dela tocou. A velhinha abraçou a menina e sentida com a historia disse que com ela ficaria, pelo menos ate que ela boa estaria. A velhinha curiosa perguntou, qual o nome que a tua mãe te colocou. A menina primeiro pensou e disse que eu sou a Dadiva, uma prenda que Deus para a minha mãe proporcionou.
Os dias foram passando e a velhinha nutria um sentimento lindo pela menina. Todo dia era uma alegria e a menina procurava alguma forma para fazer gritarias. Ela brincava e pulava com grande alegria, não tinha como não gostar da menina. De tarde a velhinha ensinava, que orar alimentava a alma, que conversar com Deus, nos torna filhas do Rei. A menina aprendeu, a orar e meditar, nesses momentos ela conseguia se calar. Ela ensinou a velhinha a sorrir, todo dia era uma palhaçada diferente para a vida. Brincava com a velhinha e ensinava histórias da sua casinha. Contava como era a sua mãezinha e os irmãos que ela tinha. Ela ajudava a velhinha a cozinhar e era sempre uma sujeira em toda a cozinha.
As noites eram difíceis, ela chorava e ficava triste. Pedia para a velhinha trazer a sua mãezinha, sentia falta de dormir com a familia. A velhinha sabia que o dia chegaria, de levar a menina de volta para a sua vidinha. Apenas tinha que esperar, para que as suas feridas pudessem sarar.
Dois meses depois a velhinha se habituou, com a pequena barulhenta que em sua casa ficou. Sempre que ouvia ela brincar, sentia uma calma no ar e ao ouvir as suas histórias deixava a felicidade entrar. Mas infelizmente as coisas iam mudar, a menina e as suas feridas já estavam a sarar e daqui a alguns dias tinham que começar a caminhar.
Quando chegou o dia, elas de manhã partiram. Mas não sem antes fazer uma oração, para Deus iluminar o caminho. A velhinha seguia um trilho que nunca antes virá, mas simplesmente sentia que era este o caminho que ela deve trilhar. No final do dia a velhinha uma grande casa avistou, a menina cansada sorriu quando a casa olhou e puxando a velhinha consigo, para a sua casa a pequenina lhe levou. Quando a porta a menina abriu, uma mãe preocupada e aos prantos ela viu, o seu sorriso do rosto sumiu e a proporção da saudade ela sentiu. A mãe com lagrimas abraçou a menina e os irmãos correram ao seu redor, a velhinha assistia tudo com grande alegria e baixinho agradecia por Deus ter lhe permitido reunir outra vez a família.
Quando o momento terminou, a mãe com a velhinha conversou e a velhinha toda história contou. Com grande gratidão no coração a mãe abraçou a velhinha e lhe disse que aqui ela sempre será bem-vinda, a velhinha agradeceu e logo viu que já era hora da sua partida. Despediu-se da família e a sua caminhada ela seguia com alegria. A menina quando viu correu, pois, um abraço em condições ela não deu. Abraçou a velhinha da melhor forma que conhecia e disse para ela que com saudades ficaria. A velhinha triste olhou para a menina, um dos motivos da sua alegria agora deixaria, tomou coragem e da menina despediu, voltou para a sua casa e para a sua vidinha.
A velhinha pensou que a sua rotina voltaria, que a sua organização ela faria, mas uma semana depois ela não conseguia, ouvia sempre as risadas da menina. A dor fazia ela chorar e pensar... por quê Deus permitiu a menina na vida dela entrar. A velhinha uma decisão decidiu tomar, as suas horas de meditação iria aumentar e o jejum incrementar para uma resposta Deus lhe dar. Ela meditou, orou e jejuou, mas nenhuma resposta encontrou. O seu coração de dor chorou, por quê Deus lhe abandonou, naquele momento ela sentia que Deus em silêncio ficou.
A velhinha do pai Lembrou, que uma vez ele disse que a pressa o dominou. Que ele ficou tão obcecado com a resposta de Deus, que esqueceu que o tempo de Deus é diferente do seu. Foi aí que a velhinha compreendeu, que Deus estava construindo um novo trilho para sua vida e que ela mesmo triste, deve continuar com a sua rotina e fazer de tudo para continuar, mesmo querendo parar, afinal Deus sabe o que faz.
Nunca falte a vocês o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor. Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.
Romanos 12:11-12
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Minha Pequena Dádiva
القصة القصيرةUma velhinha vivia sozinha na sua cabana pequenina, tinha a sua rotina e cuidava de tudo com muita harmonia e alegria. Todo dia ela orava e meditava, conversar com Deus era a sua vitória diária. Mas ela já não tinha planos para sua vida, apenas espe...