SeongHwa e borboletas no estômago

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Yeosang fora um garoto muito curioso e rude, talvez fosse o ambiente familiar que o deixou assim, mas ainda tinha suas dúvidas. Provavelmente era o reflexo de seu pai, um homem muito rude e frio, já perdera a conta de quantas vezes foi tratado da maneira mais humilhante e horrenda possível. Mas, com o passar do tempo, fora aperfeiçoando sua personalidade, para que pudesse ficar do jeito que sua imagem paterna tanto desejava; e havia conseguido transformar seu filho em uma réplica de si mesmo, porém na versão mais nova.

Sua inteligência também era fora do contexto, e nesse caso, sua curiosidade sempre o ajudou. Andava sempre com livros de séries acima da sua, ou com livros sobre conhecimentos gerais, isso que realmente o fez subir drasticamente na sua carreira de melhor aluno do setor de música e artes visuais, e era merecido. Estudava de cinco a sete horas seguidas, sem direito de lanches ou coisas do tipo, então sua dieta para ter um estudo rigoroso era seguido a risca, afinal.

Estava a frente de vários alunos, para não se dizer todos, de sua turma, de ambas os setores. Fora o preferido da escola toda, o então comentado, cara perfeito, sendo rude e curioso, e expondo um pouco sobre sua personalidade para os mais íntimos, esses que eram contados a dedos pelo mais baixo.

No geral, tinha apenas dois amigos, esses eram Wooyoung, o carismático e espontâneo do grupo, sendo responsável pela organização do grupo, e HongJoon, o mais velho entre os três, que fora responsável pelas atitudes tomadas; eram o trio perfeito. E ninguém poderia dizer ao contrário.

Adentrou a sala de música, que por sua vez se mantinha vazia e silenciosa, ou quase. Ouvia alguns sons, talvez passos, ou alguém dando uns pega na sala. Andou vagarosamente até a sala que continha tal ruído e, ao olhar pelo vidro que se mantinha na porta de madeira, percebeu um rapaz dançando, mas diferente de outras pessoas, com seu fone no ouvido, afim de não incomodar ninguém.

Seus passos eram leves, provavelmente um aluno de dança e artes corporais, seu corpo esguiu e ágil, que se mexia de acordo com a batida de seus pés no chão, que era completamente forrado com madeira escura, e na parede principal, um espelho, que ia do chão ao teto e cobria todo a parede ocupada. Parecia um anjo se movendo, nunca percebera que alguém poderia ser tão delicado a esse ponto, de escorregar e deslisar de um canto a outro, sem emetir um som tão enjoativo e ruim.

Olhou mais a vez para o lugar, e o rapaz estava o olhando, seus olhos estavam arregalados e matinha uma expressão de receio e surpresa, tampouco percebeu quando o mais alto -- que por sua vez era um completo desconhecido -- abriu a porta, com um sorriso tímido não lábios, bem marcados e vermelhos, devido há pouca pressão feita a momentos atrás.

- Olá, você quer que eu...saia? Eu estou á espera da aula de música.

Sua voz era tão harmoniosa, e doce. Não sabia se fixava suas lumes castanhas no rosto do rapaz -- que continha tamanha beleza, na qual nunca fora avistada pelo menor --, ou no porte físico, já quê a roupa que estara a usar era bem fina, e como estava pouco suado, deixava o tecido grudado em seu corpo.

- Não, na verdade não. Eu sou o novo maestro do grupo e, bom, que legal que vi meu novo colega. -- soltou um sorriso tímido, estava corado, e Park havia percebido isso, então tratou de se ajeitar.

- Bom, sou SeongHwa, e suponho que seja Yeosang, certo? -- o mais baixo assentiu com a cabeça em forma de sim, deixando um Park surpreso.

O rapaz, que agora era nominado como Yeosang, tinha um histórico escolar perfeito, então não era de se impressionar com tamanha fama na faculdade inteira, dentro e fora dela, na verdade. Os olhos do rapaz eram tão cativantes que transparecia toda a luxúria possível, isso é algum pecado ambulante? Seu cabelo, que agora estava em um tom castanho, estava comprido, porém não de modo exagerado, isso é incrível. Nunca pensara que alguém podia ficar tão perfeito com o cabelo assim, fora San e ele mesmo.

- Sim, sou eu mesmo. Bom, vamos para a sala prática, falta alguns minutos. -- viu o Park entrar e pegar suas coisas.

Ele tinha um violino, e era lindo. Em um castanho escuro, que faltava pouco para parecer preto, a forma dele em si era bonito, poderia ficar admirando o instrumento por horas, mas aproveitaria para se deixar levar na beleza de seu portador, que fora de outra dimensão.

Seus rosto era todo perfeito, definido e bem marcado, suas bochechas em um tom rubro natural, era de se invejar, seus olhos, que estava próximos de um preto, e para melhorar, estavam brilhando, seu cabelo preto, que por sua vez, aparentava ser sedoso, macio e bem cuidado, estava tampando seu olhos, porém com o jeito que fora arrumado, tampava apenas um, e olhe lá. Os lábios que estavam rosados, e brilhantes, precisava saber do que era aquele brilho labial rapidamente. Era um combo de mau caminho, era um anjo, que poderia te levar para o céu em fração de segundos, e um diabo, que te levaria ao inferno na mesma quantia de tempo que antes falado. Seu sorriso tão delicado e contagiante, não foi difícil não retribuir o ato, até o rapaz.

[...] Meses depois

- Yeosang, você está com os olhinhos brilhantes desde o início das suas aulas como instrutor. Está indo tudo bem? -- a voz de Wooyoung ecoava pela sala vazia.

Era verdade, estava pensando no rapaz que tinha uma beleza fora do normal. Aqueles olhos estavam sempre em sua mente, que se perdia entre tantos pensamentos, que também era sobre o rapaz. Mas o que Kang não esquecia era o sorriso, que estava triste, e diferente de todos os outros direcionados a si durante esses meses. E isto estava sendo o motivo de tanta dispersão e noites mal dormidas, passava madrugadas em claro desenhando traços que não formavam um desenho se quer; o que está acontecendo comigo?

O rapaz em si não sabia, era uma confusão só. Não entendia como sentia-se, e isso estava fora de controle, sempre soube o que falar e sentir, mas desde o encontro na sala de dança com SeongHwa, tudo mudou. Se sentia tão nervoso, que acabava por suar frio, gaguejar e corar com apenas uma simples troca de olhares, que pelo visto eram frequentes.

E Wooyoung estava percebendo a mudança repentina do amigo, talvez SeongHwa fora uma boa influência para o Kang. Talvez ele pare de se espelhar no pai, e voltar a ser uma pessoa tão doce e tímida, que tinha medo de machucar os sentimentos alheios, Woo sentia falta dele, sempre carinhoso, não que esteja sendo esquecido, mas Yeo não o abraçava a menos que seja necessário, não o dá beijos na bochecha, e não conta-lhe nada. Era tão bom, era tão delicado. Suas falas eram como mel, derretia qualquer pessoa que as ouvisse, mas agora, podeira quebrar o coração do ouvinte, em menos de um minuto.

- Eu não sei Woo-ah. Eu me sinto tão estranho perto de SeongHwa, como se eu fosse desmaiar, ou sair correndo a todo momento que nos encontramos.

Era tudo tão estranho, como alguém podia ser tão gentil como Hwa? Era a dúvida que estava sempre o rodeando. Como ele falava as coisas, sempre buscando as melhores palavras ou gestos para melhor entendimento, isso o deixava incrível. A maneira fofa de sempre balançar os ombros ao toque de uma música, os movimentos que são tão suaves quando seda, talvez ele fosse uma fada, que preferiu viver entre os mortais.

A voz tão harmoniosa, que poderia ser facilmente confundida com um cantar de anjos, o físico que tanto fascinava o mais baixo, e o deixava com uma sensação estranha, e por diversas vezes, corado por pensar. Talvez ele esteja criando algum tipo de afeto pelo mais velho. Talvez ele esteja mudando para se aperfeiçoar a personalidade cativante e reservada do rapaz que tanto insiste em permanecer em sua cabeça. Talvez ele realmente esteja perdidamente apaixonado por Park SeongHwa.

O sorriso de Jung nunca esteve tão bonito e alegre em seu rosto, este que agora estava sentindo seus olhos começaram a marejar por tamanha felicidade. Nunca pensou que enfim teria o amigo mudado e, de forma cínica, apaixonado. Soava como uma bela mentira, pronta para ser usada como plot de fanfic, mas o que faria um rapaz tão certo como Yeosang mentir sobre seus sentimentos? Exatamente, nada. Mesmo nunca tendo sentindo isso, podia falar com razão que não queria perder essa sensação, como se mil borboletas estivessem em sua barriga, como se sua mente não processa-se uma simples frase, ou uma resposta objetiva. Nunca sentiu seu íntimo gritar tanto para encontrar alguém, nunca sentiu seu coração tão acelerado em apenas pensar em uma pessoa, nunca sentiu vontade de beijar alguém, como sentia por SeongHwa, o que o mais velho havia feito consigo? Era uma pergunta que sempre se fazia, mas se matinha sem resposta.

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